Capítulo 4 - Mais uma vez

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"Uma semana de castigo? Isso é um absurdo! Eu me recuso a passar por isso."

Foi o que eu disse a minha mãe. Não adiantou muito.

Acho que foi por isso que ela também tirou meu celular essa semana. Estou me se abandonada na era das cavernas. Preciso me comunicar com os distantes!

— Lívia, acorda. — ouvi o Victor chamar do meu lado no banco do pátio.

— Ahn... Oi. — respondi, desviando meu olhar do chão para ele.

— Não é nada, só que você não parece bem.

— Ah, eu tô bem. — sorrio forçado, mas acabo deixando de lado essa de dar uma de forte — Mentira, tô bem não. Eu quero meu celular. — choraminguei.

— Ué, e cadê ele?

— Confiscado.

— Pela Gislaine?

— Não. — fiz cara de tédio e logo depois de choro — Pela minha mãe.

— Ah, isso por conta do atraso de sexta?

— Atraso? Meu querido — quase gritei — Eu cheguei em casa na outra metade do dia. Minha mãe quase me jogou da janela! E olha que lá casa nem tem janela.

Ele riu.

Da minha desgraça.

Ele estava rindo do meu sofrimento.

— Você não tem amor à vida não? — perguntei, o que o fez parar de rir na hora.

— Desculpa. Mas você fala as coisas de um jeito engraçado.

— Eu não falei de um jeito engraçado. Você que é um idiota. — disse, levantando e alcançando minha mochila para subir para a sala.

— Eii. — reclamou, enquanto eu subia as escadas.

[...]

Estávamos todos em leitura silenciosa na aula de português. Não sei como fazer esse tipo de leitura com a professora conversando com um dos alunos. Independente se é sobre a matéria!

Enfim, me forcei a prestar atenção ao que estava lendo, até porque eu amo ler, mesmo sendo aquele romance enjoado do sistema de ensino do instituto (insira um emoji revirando os olhos).

Eu estava tão envolvida na história que não percebi o que estava acontecendo. De repente só ouço gritos e todo mundo correndo, saindo da sala.

— Para Miguel! — Gislaine, a professora, gritou, e foi isso que me despertou.

Lógico que eu corri também. Tava rolando uma briga do meu lado e só um pouco mais pra trás.

Isso mesmo, BRIGAAA!

Se fosse no meu antigo colégio estaria todo mundo em cima vendo, mas por aqui é um pouco diferente.

— Chama o Marcelo! — Gislaine gritava e nós todos estávamos atordoados.

O Miguel tava matando o menino!!!

Como num filme, os professores que estavam nas outras salas saem das mesmas quase simultaneamente e vão tentar separar os meninos.

— Miguel! Para com isso, Miguel! — o professor Marcelo gritava da porta da nossa sala, onde estavam apenas o Miguel, a Gislaine e o coitado do novato, José Pedro. Tava apanhando feio hein.

Mas que diabos aconteceu pra eles estarem brigando nesse nível. Alguém me explica que eu perdi uma parte!

O Miguel, que tem um porte adulto, mesmo sendo muito jovem para tal, tava segurando a cabeça do José Pedro, que tem um corpo normal para 16 anos, e batendo na barra da lousa da sala.

Apenas um ano meio bizarroOnde histórias criam vida. Descubra agora