Capítulo 3 - Histórias de pós carnaval

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Voltando às aulas na segunda...

Pra quê voltar?

Eu poderia passar a semana, o mês, o ano todo em casa, sem problema algum. E tenho certeza de que os outros alunos da escola também poderiam e adorariam, assim como eu.

Quase ao mesmo instante em que eu entrei na sala, fui barrada pela Clara, o que me assustou.

— Oi Lívia.

— Ah, oi Clara. — respondi, surpresa — Você me assustou sua maluca.

— Foi mal. — desculpou-se, mas logo continuou a falar — Então, eu te vi na festa na praia no sábado. Achei que não gostasse de carnaval. — comentou, desconfiada.

— É, eu realmente não curto muito tudo aquilo. — concordei, afinal era a verdade — Mas era meu aniversário e eu não queria pass...

— Oh meu Deus! — exclamou, surpresa — Era seu aniversário! Puxa Lívia, desculpa. Eu nem fui falar com você.

— Sem problema. — respondi com um sorriso de canto.

— Bom, então... feliz aniversário atrasado Lívia. — ela desejou, me abraçando.

— Obrigada.

— Hoje é seu aniversário Lívia? — alguém atrás de mim perguntou, fazendo com que eu me virasse e encarasse nosso professor de história e filosofia, Francisco, mais chamado de Frank.

— Ah, não. Foi sábado. — respondi simplesmente.

— Ué — disse um dos meus colegas, o que me fez entrar na sala nesse momento e me dirigir ao mesmo lugar do primeiro dia de aula, a última carteira da parede, sendo encarada por todos — Mas sábado foi dia 29 de fevereiro, que só tem em ano bissexto. — O Miguel continuou seu raciocínio em voz alta.

— Isso mesmo. — a Clara se manifestou, já sentada em seu lugar — Foi o aniversário da Lívia.

Agora todos olhavam para mim. Alguns surpresos, outros confusos, mas todos interessados em mais informações.

Mas para a surpresa de todos e a minha também, o que houve em seguida não foram explicações sobre o assunto, e sim o Victor Luis levantando-se da sua carteira que é duas em frente a minha, me estendendo a mão para que eu me levantasse (que foi o que eu fiz) e me abraçando, dizendo:

— Parabéns atrasado Lívia. — falou ao pé do meu ouvido.

— O-brigada. — meio que gaguejei, num tom não muito alto.

Quando ele me soltou vieram a Rebecca, a Letícia, uma morena de olhos e cabelos negros e a Maria Júlia, a loira autentica da sala, fazer o mesmo gesto do Victor Luis.

Outras como a Melissa, a Cristina, uma morena de cabelos castanhos claros lisos quase completo e olhos da mesma cor, e a Talita, uma morena com os olhos e cabelos castanhos escuros, sendo seu cabelo cacheado, me desejaram parabéns atrasado de suas carteiras mesmo.

O restante da classe não disse nada a respeito e o assunto morreu ali.

Foi a partir dali que a aula começou.

[...]

Na sexta feira haveria a festa de carnaval do instituto. A festa seria atrasada por conta dos feriados e recessos que foram exigidos pelo calendário do ano.

Consistiria em o andar de cima para os alunos do ensino médio, o de baixo para os do fundamental II e o fundamental I e a educação infantil no prédio anexo.

— Desiste Clara. — eu avisei-a enquanto estávamos no ponto de ônibus do Lucas, que também estava conosco — Eu não vou vir pra essa festa. Já te disse, mas vou repetir: Eu não gosto do carnaval! E se você continuar insistindo... nem sei o que eu faço.

Apenas um ano meio bizarroOnde histórias criam vida. Descubra agora