Capitulo 1(parte 3)

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A noite,ainda confuso com os acontecimentos recentes e um pouco nervoso com o tão aguardado encontro com a policial, retornei para o hotel. Segurando o corremão, comecei a subir às escadas que levavam até o quarto em que me alojara no quinto andar do prédio, senti um mau-pressentimento e me assustei ao escutar um som de um copo caindo. Chegando a porta do meu quarto, exitei em abri-la.Não é nada, coisa da minha imaginação. Pensei.
Então destranquei a porta e a abri lentamente.Estava escuro no mesmo instante arregalei os olhos ao avistar uma presença estranha de uma jovem mulher,pelada, deitada em minha cama.Entrei no quarto, tranquei a porta e caminhei rumo a ela. Parecia estar dormindo,mas ao me aproximar, ela virou o rosto que era muito pálido e me encarou com àqueles olhos escuros semicobertos pelos seus longos e escuros cabelos. Devagar ela se posicionou de quatro na cama , ainda me encarando. Ela então,sorriu e disse:

-O quê? vai ficar aí só olhando?
-Bem...é que eu tô cansado no momento, sabe,desculpa! Por favor pode se retirar!
-Então,acho que não tenho escolha!
De repente, ela abriu a boca lentamente fazendo movimentos esquisitos e flexíveis com o pescoço. E dela sairam presas enormes como de um vampiro e como um animal feroz partiu para o atacar a presa morto pensei. Por incrível que pareça,naquela hora aterrorisante me veio a mente a maior dica que já recebi de um professor de Artes: "Filho,quando o impossível estiver prestes acontecer, faça com que ele aconteça, de uma maneira impossível".
Naquele momento o que todo mundo faria era gritar, correr ou ficar pedrificado;já eu tentaria dialogar com aquele demônio falando coisa do tipo,"Por favor não me mata, eu tenho família" ou" Não quero morrer sou tão jovem". Mas, naquele momento, segui a dica do professor Robert Hawk Donuts e fiz o que nunca imaginei fazer.
Enquanto a sugadora de sangue mordia meu pescoço eu segurei seus ombros e abrindo minha boca(que não é pequena)repliquei o favor lançando uma dentada no pescoço dela, que por sua vez revidou mordendo meu pescoço mais profundamente.

Ela me mordia fortemente,mas, eu, ainda mais. Então, ela largou meu pescoço e eu o seu . Eu cai para um lado e ela para o outro. Em seguida me levantei com a mão no pescoço tentando estancar o sangramento. A mulher pôe-se de pé rapidamente e me colocou contra a parede me estrangulando com sua mão esquerda,fazendo cair alguns quadros de fotografias dependurados nela. A vampira me encarava e eu a encarava. Ela colocou as presas para fora e eu sorri e disse:
-Eu não acredito,é você? Perguntei com um largo, falso, sorriso no rosto. Estava usando a dica do professor Robert,mas por dentro eu estava me cagando de medo.
Ela fechou a boca e pareceu confusa.
-Eu não acredito,Samara é você? Falei.
-O que disse? Falou ela ainda confusa.
-Só pode ser você, esse seu cabelo longo e escuro, essa sua flexibilidade, é você não é?
Ela me encarou seriamente e apertou meu pescoço com mais força.
-Tá bom, tá bom, era só uma brincadeira, você não se parece com a Samara! Falei sufocado.
Ela colocou as presas para fora e com sua língua fria lambeu meu pescoço sujo de sangue.
-Vampira, eu sei que você planeja beber meu sangue todo e me deixar uma casca vazia. Mas, isso não é algo inteligente de sua parte. Sabe por que? Porque se me matar, amanhã terá de procurar outra vítima e pelo que vejo é complicado,olha só seu pescoço está sangrando! Se toda vez que caça, alguém te dá uma mordida...Deus...Drácula tenha piedade de você!
-Então o que sugere?
-Um contrado! Nós, quer dizer, eu lhe alimentarei com meu sangue em troca você me deixará viver, que tal?
-Não é uma má idéia, mas não estou aqui para isso.
- Para quê então ?
-Você bebeu meu sangue?
-Ah, acho que só uma gotinha!
Ela então me solta e recua pensativa e diz sorridente:
-Parabéns!
-Por que? Não é meu aniversário
-Acabaste de me noivar!
-Noivar? como assim?
-Aquele que beber o sangue de uma Vampira virgem, tem como obrigação casar-se com ela.
-O que?
-Então, quando vamos nos casar oficialmente?
-Como assim? Eu não vou me casar com ninguém? Eu tenho um encontro para ir!
-Encontro é ?! Mal noivamos e já está de olho em outra?! Se pensar em passar por essa porta a sua frente eu te mato! Ouviu bem?
Confunso me sentei na cama coloquei minhas mãos sobre cabeça e disse em voz baixa:
-Só pode ser...uma piada!?

The Cold That Warms Me || N.H ||Onde histórias criam vida. Descubra agora