Capítulo 1

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Era início de outono, as folhas secas e amareladas cobriam as ruas londrinas deixando-as ainda mais belas, um ótimo dia para o começo das aulas na Queen's House University.

Alya Flowers poderia observar a paisagem se não estivesse com tanta pressa. A vontade quase infantil de dormir pela última vez no mês com a mãe, no apartamento que dividiam em Bradford, parecera uma má ideia quando a garota viu as horas ao estacionar na vaga mais próxima da Universidade. Apressadamente, pegou sua bolsa e seus livros, que estavam no banco do carona, e saiu do carro. O pequeno salto das botas fazia barulho por causa dos passos firmes e apressados da garota. Eram 08h da manhã, ela estava nervosa e cansada demais para aquele dia. Bem que sua mãe dissera que não seria uma boa ideia ir dormir com ela, mas insistira como uma criança.

Quando avistou a fachada da grande universidade, Aly, como era chamada pelos amigos e familiares, respirou fundo inconscientemente e soltou o ar pela boca. A QHU era incrível, portões enormes, um jardim maior ainda e um prédio com janelas de vidro. Era tudo muito moderno.

Os passos, antes apressados, diminuíram de velocidade à medida que ela se aproximava e enxergava um grande número de pessoas paradas em frente aos portões, pessoas que assim como ela não leram o manual do aluno, onde informava que eles se abririam às nove e não às oito e trinta, como havia pensado. Mesmo assim, Aly suspirou aliviada. Afinal, era melhor chegar adiantada do que atrasada em seu primeiro dia.

Sentou-se encostada em um das árvores do pequeno parque que havia em frente à Universidade. Esticou as pernas e passou a observar as pessoas que estavam ali, não eram apenas alunos, havia também familiares e amigos que se despediam de maneira amorosa. Sua mãe despediu-se quando a deixou no prédio residencial que a universidade disponibiliza para os alunos estrangeiros, e também naquela manhã antes de ir para o trabalho. As duas despedidas foram regadas por choro e palavras de afeto. Elena sempre se mostrara uma mulher forte e esforçada, mas quando chorava, Alya podia ver a mulher frágil e delicada que havia ali dentro. Enquanto a garota devaneava, os portões de súbito abriram. Nove horas em ponto, ela pode ver em seu colar que continha um pequeno relógio com números romanos. Usava desde os 15 anos de idade, um presente do seu melhor amigo de infância. Britânicos são realmente pontuais, pensou ao se levantar e seguir para o prédio.

Segundo as pesquisas de Aly, a universidade continha 2 prédios para hospedar estudantes estrangeiros, oferecia vários cursos e muitos metros quadrados de instalações cientificas e de pesquisa - Não era atoa que a Queen's House era uma das maiores de Londres. -, mas o que mais importava para Alya Flowers não eram as enormes salas ou acomodações confortáveis e sim, a torre de Astronomia. Provavelmente a parte mais antiga do campus. Astronomia era uma das coisas que fazia a QHU ser famosa, foi de lá que saiu um dos maiores astrônomos de todos os tempos, Severus Azuos.

Ela nunca soube exatamente como começou seu amor pelos astros, talvez fosse por causa do seu nome ou por causa de uma estória que ouvia sua mãe contar quando era criança. Mas como se trata de amor, nunca sabemos como, onde e quando começa. O que a garota sabia era que, tudo poderia sumir ao seu redor, mas as estrelas estariam lá, toda a noite, brilhando para ela.

Caminhou em direção ao primeiro prédio para procurar saber onde seria sua sala e qual seria sua primeira aula. Entrou e parou na recepção.

- Com licença - disse chamando a atenção da senhora que estava digitando algo no computador.

Ela olhou para Aly por cima dos óculos. A encarou por alguns milésimos de segundo. Era a reação das pessoas ao ver a cor dos olhos dela. Quando viu que a mulher não falaria nada, continuou:

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