t w e n t y f i v e

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"Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo."
- Charles Bukowski

A garota morena crava as unhas curtas nas próprias bochechas, elas estão vermelhas.

Alguns hematomas serão formados, porque ela agora bate em si mesma com o punho fechado.

Um soco.

Dois socos.

Não é o suficiente.

Lauren precisa sentir mais dor.

Dor é mais suportável que o sofrimento.

Dor é algo que a gente sente porque algo está sendo ou foi quebrado, é inevitável.

Sofrimento é algo opcional.

Mas, a filha da deputada tem um imã para o sofrimento, é a única explicação porque pra Lauren a única forma de deixar de lado o sofrimento é sentindo dor.

Ela soca o espelho de Ally.

O espelho está rachado.

Sete anos de azar, oh não, catorze anos de azar, esse é o segundo espelho que Lauren quebra.

Ela é uma fracassada, porque não é preciso quebrar espelhos pra ser uma azarada, Jauregui é naturalmente.

Ela suspira vendo o sangue escorrer, é algo lindo, o sangue quase vinho escorrendo lentamente pelos dedos magros da menina magra.

Batidas na porta.

Agora são murros.

É possivel ouvir a voz grave e rápida de Camila.

Ela pergunta se está tudo bem, ela pode não ser Normani, mas ela sabe que tem algo errado com Lauren.

Talvez o erro seja Lauren em si.

Lauren é um erro.

E quando Camila consegue que Lauren abra a porta é possível ver que ela jamais ignoraria a existência de um ser tão adorável.

Camila quer consertá-la.

Lauren é adorável e ao mesmo tempo macabra.

Camila sacode a cabeça em desespero, vendo o sangue na mão da grafiteira.

Lauren está petrificada, ela é uma louca e Camila vai odiá-la.

Lauren acha que merece o ódio, o tipo mais intenso de ódio.

Mas a única coisa que Lauren de fato merece é um pouco de amor, coisa que Camila Cabello tem de sobra.

graffiti » camren.Onde histórias criam vida. Descubra agora