O nome dela é Alexia, tem 17 anos e digamos que a vida dela é o arquétipo da vida de bastantes adolescentes. Mora em Nova Iorque, numa grande residência, a verdade é que o pai faleceu quando a mãe estava grávida. Melhor assim, ela não o conheceu, logo não pode sentir a sua falta. Não pode sentir a falta de ter um pai porque ela não sabe qual é a sensação de ter um. Pode ter o desejo, o sonho, a falta não.
Uns anos depois do perecimento do pai, a mãe, que ainda era bastante nova (19 anos), largou a Alexia na avó quando ela nasceu, para assim aproveitar a sua ainda-adolescência e, quem sabe, encontrar um novo romance para apimentar a vida. Pode não ter só pensado nela, pode ter pensado na filha e num melhor futuro para esta, pois segundo os padrões da sociedade, as pessoas que vivem e têm uma boa relação com ambos os pais são mais bem-sucedidos. Eu até poderia comentar que isto é uma estupidez, mas não há nenhuma ideologia estabelecida por este - conjunto de pessoas que interagem entre si constituindo uma comunidade - que não seja estúpida. Adiante, Alexia é uma excelente aluna, está agora a começar o quarto e último ano da escola secundária, ou seja, falta apenas um ano para fazer a escolha mais crucial da vida, para que universidade ir, e até mesmo para que curso. Neste ramo, Alexia ainda não tem ideia do que irá fazer, mas a mãe, que há dois anos voltou para recolher a filha da avó e voltar a ter uma vida socialmente ideal, faz todas as escolhas por ela.