Lost And Haunted ||H.S

Delirium

( Obs : a fic não será mais narrada em terceira pessoa, dependendo do personagem que for atuar no momento o mesmo irá narrar.)

Abro os olhos lentamente e sinto um peso nas minhas pálpebras, meu corpo estava estabilizado e a dor consumia minha espinha dorsal. Nem o mundo girava tanto quanto a minha cabeça, a dor era insuportável. Me levanto lentamente do sofá no qual eu me encontrava. Observo as coisas ao meu redor e a sala estava completamente virada do avesso. Minhas roupas que eu me lembro estar a usar a um tempo atrás estavam jogadas no tapete de veludo. Olho para minhas pernas e as mesmas estão descobertas, logo percebo que estou completamente nua, sem nenhuma proteção.
Levanto-me sem forças e agarro minhas roupas as vestindo em seguida. Tento me lembrar do que houve na minha casa, mas eu simplesmente não me lembro de nada. Não sabia o motivo da sala estar uma bagunça e nem sabia o motivo de estar nua. Se aconteceu algo nessa casa eu realmente não me lembro, deve ter sido algum furacão que passou por aqui, pois o estado dessa sala é caótico.

......

Levanto - me calmamente da minha poltrona de veludo vermelho carmesim posicionada a frente do belo e empoeirado cavalete de madeira clara. Deslizo minhas mãos pela tela branca e lentamente levanto minha cabeça para a paisagem seca e fria a minha frente.

" Harry! Este lugar é perfeito, é maravilhoso, devo ser grata a ti querido"

A voz doce de Ana envolve meus pensamentos e soam nos meus ouvidos docemente. A memória de seu sorriso largo e convidativo se transformam em sua breve presença. Seus olhos brilhavam a reluzente luz do sol que reinava na varanda. Sua cintura envolvida em um lenço trançado apertava seu espartilho. Ela era linda.

" Este lugar será todo seu querida se aceitares casar comigo"

Uma das decisões mais difíceis de toda minha vida fora tomada naquele momento. Mas em pequenos segundos, seu sorriso não estava mais em teus lábios. Todo amor que tinha em meu peito havia sumido quando lembranças da terrível noite entram em confronto com meu consciente.

Observo o sol se pôr e a luz que o mesmo transmitia sumir aos poucos.
Olho para o meu reflexo no espelho cravado na parede e fito o buraco no meu peito. Meus olhos obtém uma cor escura e meu desejo de senti - la contra meus braços implorando pela minha misericórdia só aumenta. O pouco sangue frio que eu acreditava que ainda corria em minhas veias sobe ao meu crânio ao lembrar do loiro vadio que não tive a audácia de matar. Porco! Ele só tornará as coisas mais difíceis.

Saio da sala no qual me encontrava e tranco com um cadeado a enorme porta de madeira. Em segundos me encontro na escada a observar a jovem moça no qual desejo a tempos cortar - lhe a garganta.
.......

- Oh sim! Claro! Vos entendo. Estou bem não se preocupem. A comida está na geladeira eu sei disso mamãe. Até! Vos amo muito. Adeus...!!

Mas uma noite sozinha. Fico aliviada por não virem, não queria levar um sermão da mamãe por ver esta sala no estado que ela se encontra. Já arrumei a metade das coisas, porém existem muitos cacos de vidro espalhados pela sala.
Resolvo tomar um chá para tentar relaxar um pouco. Me direciono a cozinha e agarro uma caneca a enchendo de chá que preparei de manhã. Sento - me em uma cadeira e relaxo movendo minha cabeça de um lado para o outro de modo que meu pescoço se estique e a dor passe mais de pressa. Porém uma mão fria entra em contato com a pele do meu pescoço me fazendo arrepiar e lavar um susto enorme. Tento me levantar mas a outra mão segura fortemente minha perna causando um forte arrepio pois a pele era fria de mais. Viro minha cabeça lentamente esperando encontrar um figura conhecida, porém não foi o caso. Meus olhos se deparam com duas esmeraldas verdes musgo que dissecavam meus lábios brancos sem sangue de tanto medo. Os olhos da figura logo se fecham e seu rosto vai ao encontro do meu pescoço. Sinto seus lábios tocarem minha pele suada e meu sangue quente corre com mais velocidade por dentro das minhas veias.

" Oh querida Andy, como es saborosa"

A voz rouca do ser que tracejava beijos em meu pescoço ecoa nos meus ouvidos. Eu não sei quem era ele, eu não o conhecia, muito menos sabia da onde ele havia surgido, mas seu toque trazia um enorme efeito sobre meu corpo, parecia que já nos conhecíamos a muito tempo.

" Como quis que fosse minha. Como desejei este momento."

Seus beijos molhados e frios desciam para minha clavícula. Logo em um ato rápido eu sou colocada sobre a mesa. O barulho de algo se quebrando ecoa pela cozinha. "Com certeza era a xícara de chá" meu subconsciente me avisa. Não me importo, apenas me deixo ser levada pelo momento. Meu corpo correspondia a cada toque, a cada estalo de beijo. A voz dele soava como música aos meus ouvidos.

Meu vestido é levantado até minha cintura e logo sinto suas mãos grandes e frias acariciarem minhas coxas.

" Deixe - me provar do teu mel querida. Não irei magoar - te. Quero ter o prazer de ouvi - la a gritar meu nome"

Ele sussurra aos pés do meu ouvido e seus olhos cravam nos meus. Ele era irresistível, teu cabelo formado por caracóis que teimavam a cair sobre teu rosto o deixava sexy. Seu olhar obscuro e cheio de luxúria era excitante.

" Mas qual o teu nome?"

Digo sem forças com um som quase inauditivel.

" Oh meu amor. Disto tu não precisas saber. Apenas quero que saibas que quando pensares que estás sozinha, eu estarei ali a veres tirar tua roupa e entrar na banheira. Apenas quero que saibas que quando pensares que estou longe, eu estarei ali a te observar gemendo o nome de algum de seus clientes. Meu amor, eu sou teu pior pesadelo, tu nunca estarás mais em paz. Com minha presença tu morrerás lentamente, tua morte será dolorosa e teus pais terão de se mudar, eles se arrependerão de ter deixado uma menina tão linda como tu sozinha em uma casa abandonada e temida por toda cidade."

Meus olhos se arregalam e minha cabeça se ergue me dando a plena visão da cozinha estável e um líquido amarelado espalhado sobre o chão do local. Minha respiração incontrolável se acalma ao ouvir a voz que eu mais queria ouvir no momento.

- Mamãe?