Scare

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E lá se foi mais uma noite de sono perdida pela minha burrice de ter saído tão tarde com Jane. Minha noite não terminou como ela planejava para mim, ao invés de acordar agora ao lado de algum homem estranho, estou em minha cama onde acreditava que estaria a dormir serenamente, porém aqui estou eu, acordada as 3:30 da manhã, olhando para o nada sempre com o cobertor quase tapando minha visão. Se eu tenho medo do escuro? Ótima pergunta. Eu não tinha até chegar nesta casa, você pode me achar idiota, mas não irias querer dormir aqui um noite se quer. Não que ela venha a ser feia, mas o que a assombra é feio, é repugnante mesmo que ainda não tenha o visto e não sei como ainda tenho coragem de dormir aqui sendo que a casa de Jane é a poucos quilômetros.
Me sinto uma psicopata as vezes, mas depois de um tempo de todo o ocorrido com minha família ter passado, eu ainda tenho pintado em minha mente a curiosidade de saber o que há aqui. Eu tenho medo, mas minha curiosidade o supera.
Infelizmente meu estômago ronca e sinto vontade de comer algo, "claro você tinha que sentir fome as 3:30 da manhã Andy, claro."

- Eu não vou até a cozinha sozinha

Digo a mim mesma e um ar move as cortinas da minha janela mesmo a mesma estando fechada.
Agora é que não vou mesmo.
Fecho os meus olhos na tentativa de tentar passar o medo e penso em bons momentos, minha mãe sempre disse que se pensares em coisas boas em momentos ruins, eles podem até não passar, mas medo tu não irás mais sentir.

- Isso não irá adiantar doce Andy

Uma voz rouca preencheu os meus ovidos e meu sangue correu como se estivesse em uma maratona pelas minhas veia e artérias por questão do meu batimento cardíaco super acelerado.
Tento abrir os olhos, mas não consigo, meu medo é extremo e sinto um arrepio subir pela minha espinha dorsal a cada segundo.

- Não precisas ficar com medo, eu não irei te morder querida.

A voz parece chegar mais perto e um sopro é deixado na curva do meu pescoço o que me faz gritar alto com todas as minhas forças.

- Me deixa em paz!!!

Eu grito alto, para que os vizinhos possam escutar de alguma forma.

- Não grite amor, eles não podem te ouvir.

Agora posso o ouvir tão perto que centímetros nos separam.

- Abra os olhos Andy, abra o caralho dos teus olhos e veja a desgraça presente aos teus pés!

Eu não o podia fazer, o medo estava a me preencher subitamente, eu estava louca, eu estava profundamente louca.

- Andy tu não estás a falar com espíritos, lembre-se, eles não existem.

Digo alto e claro a mim mesma.

- Como és idiota, é claro que exite estúpida. Se não abrires por bem, irás abrir por mal.

Uma onda fria bate contra o meu corpo e percebo que estou sem o meu cobertor que estava a me proteger de toda essa merda.

- Me deixe em paz por favor, eu nunca te fiz nada, por favor, deixe-me!

Aperto mais ainda os meus olhos e sinto uma lágrima escorrer pelas minhas maçãs do rosto e me escolho para poder me proteger.

- Oh, tu fez muitas coisas para mim Andy, tu acabares com a minha paz, esta casa não pertence a ti e nem a merda de tua família. Eu provei a ti que se não saires por bem eu a tiraria por mal e foi isso que fiz, eu retirei a merda dos teus pais desta casa, agora só falta a ti pequena Andy. Suma do caralho desta casa ou eu farei da tua vida um inferno mais do que já é.

Meus soluços podiam ser ouvidos por toda a casa, eram altos e podiam causar surdez a alguém. O medo estava habitando em todas as extremidades do meu corpo. Ele foi o culpado de toda esta merda, o caralho de um mísero fantasma estúpido que fez a minha vida se tornar o que ela é. A minha família se foi por culpa dele. "Porra Andy o que estas a fazer aqui ainda, suma desta casa ela não te pertence" meu subconsciente grita.
Eu não quero sofrer, eu não quero morrer agora, sei que existe um futuro para mim e não vai ser por um puto de um fantasma estúpido que irei morrer nesta casa.
Levanto-me com toda coragem para o enfrentar.

" O que pensas que irás fazer Andy"

Meu subconsciente afirma.

" O que eu já deveria ter feito a muito tempo "

Me auto respondo e começo a andar pela casa escura a procura da merda do fantasminha.

- Onde você está?? Cadê você porra?? Achas que estou a morrer de medo não é?? Por que não apareces caralho??

Grito no meio do corredor para todos os lados. Minhas pernas estão tremendo, não posso mentir que estou com medo, mas esta é a única forma de o superar.

- Caralho seu fantasma filho da puta, aparece!!

Sinto um baque nas minhas costas e caio sobre o chão com toda a força usada contra o meu magro corpo desprotegido.
Tento me levantar mas algo me impede forçando a minha coluna para baixo e grito de tanta dor.

- O que pensas que é ein sua puta desgraçada para me chamares de fantasma filho da puta!!??

A dor era muito aguda para eu poder o responder, mas logo ele para de prensar a sua força contra mim e consigo finalmente respirar e responder.

- Tu não vais acabar com a minha vida, mais do que ela já está acabada, tu não tens o direito!!!

Eu grito me levantando tentando o procurar mais não o encontro.

- E tu achas que a tua vida está acabada? Tu não tens noção do que é uma vida acabada sua puta do caralho.

Me sinto ofendida com suas palavras sujas.

- Para de me xingar seu nojento e crie coragem para aparecer na minha frente. Tu deves ser tão estúpido que tens vergonha de si mesmo.

Grito alto para o completo escuro que habitava no corredor.
Mas logo me arrependo pois algo me imprensa contra a parede e um tapa forte é dado contra a sensível pele do meu rosto.
Uma dor percorre a área da minha bochecha e sinto vontade de chorar por tanta humilhação.

- Nunca mais grite assim comigo garota, tu não sabes com quem estas a mexer.

Ele grita na frente do meu rosto e finalmente tomo coragem e abro os meus olhos para o poder ver, porém o escuro toma conta da minha visão, ele não estava mais lá apenas o corredor vazio estava a minha frente e toda a dor no meu corpo estava presente nesta cena que nunca mais irei ter a audácia de esquecer.







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