Chapter Twenty - Seven

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Ele começa a chorar e eu me desespero, nunca vi Petter assim, eu tento acalma - lo.
-- Por favor não chora...
--O cara, com quem sai esse tempo todo é William Salturi, o pai da Barbie. -- Diz de uma vez. E se eu não estivesse lúcida acharia que estava ouvindo coisas.

Não consigo formar palavras para dizer, só posso ver o rosto de Petter se contorcer de dor procurando em mim uma reação.
--Por favor diz alguma coisa! Sei que sou um vagabundo cretino, e nada justifica; mas eu nem era amigo da Isabella ainda, nem seu. Eu deixei me levar pelo desejo.. - Diz enterrando o rosto nas mãos.
-- Meu Deus... - Sussurrei em choque.
Vejo - o mais uma vez se desesperar. Eu não sei o que pensar, só imagino como Barbie vai ficar horrorizada ao saber disso. William é viúvo, a mãe de Barbie morreu há alguns anos, sabia que ele era um homem conquistador, mas nunca imaginei que ele seria gay.
-- Tá vendo. Você vai me odiar por isso, me desculpa por favor Ivria... - Diz me encarando destruído.
--Petter eu... Não é a mim que você deve pedir desculpas. - Digo por fim.
-- Eu sei! Mas ela nunca vai me perdoar... Nem mesmo você consegue! - Diz dando de ombros.

Eu devo perdoa - lo? Mas de que? Se ele fez mal a alguém não foi a mim. Ele é meu amigo, que me deu todo o apoio sem nem me conhecer direito.
-- Não há o que te perdoar, você errou sim, mas todos erram. Vem cá! - O abraço, por muito tempo sinto ele chorando no meu colo. Eu o tiro do transe: -- Agora você tem que falar com Barbie...
-- Vou falar, mas preciso de um tempo. Não queria perder o amor dela. - Volta a deitar a no meu ombro.
-- Eu amo vocês dois, não sei como isso tudo vai ficar, mas saiba que vou ajudar como puder pra que nossa amizade seja eterna... - Falo afagando seus cabelos.
-- Você não existe Iv, eu te amo. Obrigada! - Diz beijado minha bochecha.
-- Eu também te amo seu cabeção.

* * *
Depois que Petter vai embora fico um tempo no banho, remoendo tudo que vem acontecendo nesses últimos dias. Depois ponho meu pijama e me jogo na cama. Preciso muito dormir, mas lembro que faz muito tempo que Juliana não me liga, e que também não falei com meus pais hoje. Ligo primeiro para mamãe, e ela atende no segundo toque.
"-- Olá dona Ivria, pensei que não ia lembrar da sua velha hoje. " - Diz parecendo brava. Mas sei que é teatro, mamãe nunca fica brava. ~ Mas quando fica, salve - se quem puder ~
"-- Olá dona Maria Rita... Me desculpe, foi um dia cheio." - Falo sorrindo.
"-- Sei... cheio de compras, só comer besteiras. Né?" - Pergunta com um ar de repreensão.
-- Sim, mas vamos mudar de assunto pois tô com muita saudade de você, mas brigas a essa hora não é legal. Como estão aí?" - Pergunto preocupada.
"-- Além da saudade, eu e José Luis estamos bem. E você ?" - José Luis é meu papai.
"--Hm, bem...Mas só preciso que me diga se, quando a gente chega aos 30 os problemas diminuem?"-- Brinco e ela gargalha.
"-- Ah filha, se isso te deixará dormir em paz eu digo que sim... Me diz, qual dos dois te procuraram dessa vez?" - Ela se referia a John e Antoni.
Ela sabe tudo o que está acontecendo, como sempre nunca escondi nada da mamãe.
"-- Não são eles, ou pior, não é só eles que me deixam fom os nervos a flor da pele..." - Digo me ajeitando na cama.
Eu conto sobre Petter e o pai de Barbie e ela tem a mesma reação que a minha, fica chocada. Mas como eu imaginei não o julga.
"-- Filha, sobre a casa, nos encontramos uma perfeita, a sua cara, vou enviar as fotos e você decide." - Diz mudando de assunto.
"-- Compra a que você gosta, é pra você. E eu quero comprar um apartamento aqui mamãe." - Digo animada.
"-- Você não vai mais morar aqui né? "- Posso ouvir que sua voz sai mais triste.
"-- É claro que vou mamãe. Só que eu posso morar melhor agora. E me diz, sobre eu ir passar as férias aí, não vai dar. Mas vocês podem vir. " - Sugiro animada.
"-- Veremos amor..."
"-- Ebah!" - Comemoro. Eu quero muito matar as saudades que sinto deles.

Só depois de mais meia hora de conversa ela desliga e eu acabo não ligando para Juliana,lá no Brasil deve ser meia noite e Juliana na sexta não perde uma festa. Fico relembrando de quando saíamos juntas e fazia os caras do Rio de Janeiro babar. Até que o sono vence os pensamentos e adormeço...

Sorte ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora