Capitulo 51

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**Macollin:**

Katherine estava andando de um lado para o outro, claramente ansiosa, enquanto Norbert permanecia sentado, fixo no chão. Já fazia meia hora que estávamos naquela sala na casa de Norbert, e eu sabia que algo estava muito errado.

- Vocês têm que falar logo! - exigi, minha voz carregada de frustração.

A tensão no ambiente era palpável, e os dois estavam extremamente nervosos.

Foi quando Jenna entrou na sala. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e sua voz estava embargada.

- Ela se foi...

Meu coração parou. Não podia ser verdade. Minha mãe não poderia estar morta.

- Não, isso não é verdade! - engasguei, tentando negar o que eu sabia ser real.

Jenna me abraçou, e eu vi Katherine e Charlie se consolando em um canto. As lágrimas começaram a escorrer incontrolavelmente pelo meu rosto.

- Mentira, eu preciso ir para o hospital agora! - soltei-me do abraço de Jenna e fui em direção a Katherine.

No carro, Katherine assumiu o volante enquanto eu me sentava no banco do passageiro, perdido em pensamentos desesperados. Dirigi rapidamente até o hospital, na esperança de encontrar minha mãe ainda viva.

Na recepção, minha voz tremia ao pedir informações sobre Teresa Revigori. A funcionária digitou algo no telefone e seu olhar se tornou um misto de pena e formalidade.

- Desculpe, senhor, mas ela não está mais aqui.

- Ela foi para casa? - perguntei, a esperança ainda viva.

- Lamento, senhor, mas o corpo dela está no ML.

As palavras não faziam sentido. Era uma brincadeira cruel, um teste para minha sanidade?

- Em que ML? - perguntei, determinado a ver com meus próprios olhos.

- Senhor, o ML precisa de algumas informações; o senhor precisará preparar o velório.

- Ela não está morta!

- Deixa que eu cuido de tudo. - A voz de Jenna, suave, confirmou o que eu temia.

- Jenna, é verdade mesmo?

- Sim, Macollin, aceite isso.

**Jenna:**

O caixão estava no centro da igreja, cercado por pessoas que eram próximas de nossa família. O ambiente estava carregado de tristeza.

- Jenna, querida. - A voz familiar de Isobel me tirou do torpor.

- Isobel, quanto tempo.

- Lamento muito pelo ocorrido.

- Obrigada.

- Aquele é Macollin? - Isobel perguntou, olhando para a porta.

Quando me virei, vi Macollin já de joelhos na frente do caixão. Suas lágrimas caíam incontrolavelmente enquanto ele murmurava palavras de dor e perda.

**Flashback ON:**

Lembro-me de um dia ensolarado, com todos participando de um piquenique que Teresa organizou. Louis e Macollin corriam e brincavam, enquanto eu estava no balanço, admirando aquela cena de felicidade.

Então Brad chegou.

- Pai? - Macollin perguntou, surpreso ao vê-lo.

- Collin, como vai? - Brad o abraçou.

- Estou bem. Você vai estar no meu aniversário de 18 anos? - Macollin perguntou com esperança.

- Acho que não poderemos...

- Por que não, pai? - Louis questionou.

- Sua tia Teresa está doente... - Brad respondeu.

- A mãe está doente? - Macollin interrompeu, visivelmente preocupado.

A situação rapidamente se tornou tensa. Brad tentou forçar Teresa a participar, ignorando suas reservas.

- Você não vai participar desse momento em família? - Brad exigiu.

- Não, estou me sentindo bem... - Teresa tentou se esquivar.

- Você ficará com a gente, sim! - Brad gritou.

- Tia, tudo bem, pode ir. - Louis tentou intervir.

- Quem você pensa que é para me contrariar?

Brad agarrou Teresa pelos cabelos, arrastando-a para o piquenique enquanto ela gritava por socorro. Macollin tentou intervir, mas foi empurrado e acabou caindo.

- Eu vou defendê-la até o último dia de vida dela! - Macollin gritou, enquanto Brad dava as costas.

**Flashback OFF:**

Ali estava ele, em um momento de profunda tristeza, diante do caixão da mulher que sempre o apoiou.

Louis se aproximou para confortá-lo, e eu, com o coração pesado, me juntei ao abraço.

**Katherine:**

- Eu não sei o que fazer... - confessei a Charlie, que observava Jenna com preocupação.

- Somos dois, pois eu também não sei. - Charlie respondeu.

- Aquele não é Eric? - perguntei, notando a presença familiar perto da porta.

- Ele foi liberado do reality? - Charlie perguntou, surpreso.

- Acho que sim... - respondi, observando a cena triste ao nosso redor.

Todos estavam com lágrimas nos olhos. Ver Macollin, Louis e Jenna tão devastados ao lado do caixão de Teresa era doloroso.

- Você é Katherine? - perguntou um homem com cabelos grisalhos, interrompendo meu luto.

- Sim, como você sabe? - perguntei, confusa.

- Sou Bradson. Conheço você como Miss Flamengo. - ele respondeu.

- Certo, mas por favor, não estou em um momento bom para conversar... - retruquei.

- Desculpe, não quis incomodar. - Bradson se afastou.

Voltei minha atenção para Charlie.

- Eu não sei se consigo ficar mais aqui. Não posso ver Jenna triste. - disse Charlie.

- Mas você precisa ficar perto dela! - insisti. Ela vai precisar de apoio.

Mais tarde, às 23:57, Macollin veio em minha direção.

- Katherine, vamos embora. Não consigo mais ver ela assim. - Sua voz estava carregada de dor.

- Tudo bem. - respondi, segurando seus braços.

- Vamos para casa. - ele disse, enquanto se dirigia a Charlie.

- Você pode ficar com ela? - Macollin pediu a Charlie, olhando para Jenna.

- Pode deixar, Macollin. Ela sabe que estarei aqui. - Charlie garantiu.

Macollin me abraçou, e juntos saímos em direção à porta. Seus soluços eram quase ensurdecedores, e eu sentia sua dor profundamente.

- Vou te deixar em casa, descansar um pouco, e logo volto para o velório. - Macollin quebrou o silêncio.

Eu acenei com a cabeça, sem palavras para expressar a gravidade do momento.

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