(Obra registrada)
Por incrível que pareça acho que consegui ir mais rápido do que estava esperando. E saio fechando rapidamente o portão. E agora, o que eu faço? Não posso deixar esta cobra aqui... e se ela entrar na casa?!
Por outro lado, não posso assustar minha vó.
Vejo que minha vó está dormindo e ligo para os bombeiros.
193 Chamando...
— Oi, por favor, vocês podem vir aqui na rua Ohio, 210?
— Por qual motivo, senhorita? Escuto uma voz do outro lado da linha.
— Tem uma cobra enorme aqui no quintal da minha vó, uma senhora idosa e doente. Vocês precisam me ajudar!
— Mas não tem nenhum vizinho, ninguém que possa tirar pra você?
— Não, não tem, é óbvio! Senão, não estaria ligando!
— Senhorita, como é esta cobra?
— O que isto importa?! É uma cobra!
— Sim, senhorita, mas como ela é, qual o tamanho?
— Não consegui ver com clareza, mas sua cabeça deve ter uns trinta centímetros.
— Kkkkkkkk,
— Você está rindo?! ISTO É RIDÍCULO! Vocês precisam vir ajudar ao invés de rir! É o dever de vocês!
— Senhorita, pelo que está contando, ela é uma anaconda?! E anacondas não existem aqui, principalmente na rua Ohio, 210. Uma cidade urbanizada.
— Olha, por favor, fique na linha, vou ir até o portão espiar novamente. Pode ser que me enganei por medo e contei medidas erradas. Vou tentar ser mais específica. Mas o ponto é: vocês precisam cumprir seu trabalho e vir aqui tirar imediatamente!
Dou uma espiada.
— Vixe, moço! Estou vendo ela de costas andando no jardim! É sério! Ela tem mais de dois metros!
— Senhorita, esta linha é usada por pessoas em emergência. Trotes impedem que ajudemos outras vítimas que realmente necessitam.
— Não estou brincando, venha agora!
— Senhorita, é certeza esta informação?
— É, sim, me ajude, por favor!
— Antes de irmos então, confirme seu nome e endereço. Seu telefone já foi identificado aqui.
— Sofia e na Rua Ohio, 210. Venha rápido, por favor!
Fico escondida, observando a enorme cobra se arrastar pelo quintal. Passou bem próxima a mim, parece que ela percebe onde estou. Será que elas sentem cheiros? E não é que espionando, ela é muito linda? Toda colorida como um arco-íris.
Escuto a campanhia tocando desço correndo para não acordar minha vó.
— Podem entrar!
Falo entusiasmada para dois bombeiros.
— Desde quando tem visto esta cobra aqui senhorita?
— Desde ontem, senhor. Pensei que ela iria embora, mas não foi. Por isso chamei vocês, vai que tem um ninho e elas começam a invadir a casa. Sei lá!
— Nos mostre senhorita!
Aponto para o jardim: — É lá que ela está! Vão com cuidado, não abre o portão.
Eles olham pelas frestas do velho portão de madeira.
— Senhorita, pode nos ajudar? Não estamos vendo nada!
— Não é possível, ela estava andando aí, até vocês tocarem a campanhia e eu descer.
— Não vemos nada!
— Calma, vou mostrar para vocês!
Quando vou espiar também não vejo nada...
— Ela deve estar escondida, só pode!
— Senhorita, fica aí no portão, vamos entrar e dar uma olhada.
— Claro, muito obrigada!
Eles entram no jardim, começam a mexer nos matos, chutam com os pés, olham nas árvores procurando a cobra e nada.
— Nada de cobra, senhorita! E pelo tamanho que a senhorita mencionou, já deveríamos ter visto!
— Vocês precisam acreditar em mim, prometo, dou minha palavra! Ela deve ter escondido em algum lugar!
—Senhorita, não existe cobra alguma aqui.
— Existe sim. Falo desesperada. Acreditem, por favor! Olhem novamente.
— Já olhamos em tudo, não tem mais o que ver. Vamos indo.
— O que esta acontecendo, Sofia? Diz minha vó.
— Nada não, vó! Achei ter visto um gatinho em cima da árvore sem conseguir descer. Mas pelo visto me enganei.
— É sim, senhorita, com certeza se enganou, diz um dos bombeiros.
E continua: — Vó, sua neta parece estar sob bastante pressão, procure um tratamento mental urgente.
— Claro que não vó, estou bem! Vou acompanhá-los até lá embaixo.
— Vocês deviam ter acreditado, eu vi a cobra! Falo estressada.
Um dos bombeiros, tira um cartão do bolso e me diz:
— Quando quiser ligue para mim, posso te mostrar várias coisas... e pisca para mim.
Jogo o cartão no chão, pisando e digo:
— SEU SAFADO, RIDÍCULO!
Fecho o portão e subo.
— Por que você achou que devia chamar os bombeiros, Sofia?
— Fiquei com dó, do gatinho vó. Vou ir lá ao jardim ler novamente, já que o gatinho já se salvou.
— Cuidado, Fia. Diz minha vó.
Devo estar louca mesmo, como vi aquela cobra! Que mico! Penso.
Ai, e "fia"?! Ninguém merece...
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O Homem Cobra
FantasySofia está no último ano do colegial, cheia de desejos, sonhos e insegura acerca de seu futuro. Ela vive uma vida pacata e sem graça na casa de seus pais. Desprezada por suas "amigas", Sofia espera que o ano termine logo para ela começar uma no...