Capítulo 48: Está Com o Meu Celular?

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Depois de saber que o Lincoln estava com o meu celular, eu me afastei do quarto do meu pai e fui atrás dele.

Se eu tivesse apagado aquelas mensagens eu não estaria tão agoniada.

Bela ideia essa sua, Ana Maria.

Eu só queria que o Thomas me deixasse em paz com o meu namorado, não fiz por mal.

Fui até a sala e perguntei se alguém tinha visto o Lincoln.

- Não vi ele não. - Lucas respondeu, ele estava abraçado com a Karol.

- Aconteceu alguma coisa? - Karol perguntou. - Você está com uma cara péssima.

Neguei rapidamente balançando a cabeça.

- Está tudo bem, só quero passar o resto do dia com ele. - sorri tentando parecer natural.

Eu não era doida de falar o que estava acontecendo para a Karol, isso era entre meu namorado e eu.

- Você está procurando o Lincoln? - Henrique perguntou depois de entrar na sala.

- Estou sim, você viu ele? - me virei para encarar seus olhos.

- Vi ele perto do lago. - contou. - Ele não está de bom humor, me ignorou quando perguntei se estava tudo bem.

Droga.

- Obrigada, eu vou lá falar com ele. - deixei meus amigos e fui até o lado de fora.

Como o lago não ficava muito longe da casa, não demorou mais que dois minutos para que eu encontrasse o Lincoln.

Me aproximei calmamente não querendo assusta-ló.

- O que está fazendo sozinho aqui? Está todo mundo na sala. - foi a primeira coisa que eu disse.

Por favor, que ele não tenha visto as mensagens.

Mas, quando ele virou o rosto na minha direção eu soube que ele tinha visto.

Respirei fundo quando ele não falou nada e ficou só me olhando.

- Meu pai disse que você está com o meu celular. - exclamei quando o silêncio ficou insuportável.

Ele tirou meu aparelho do bolso da sua blusa de frio.

- Ele me entregou quando eu fui lá. - disse finalmente. - Eu estava vendo algumas fotos nossas quando chegou uma mensagem do Thomas.

Cruzei meus braços enquanto sentia meu estômago embrulhar. O olhar que o Lincoln me deu fez com que meu coração ficasse pequeno dentro do peito.

- Eu só estava... - ele me interrompeu.

- Não precisa tentar explicar, Ana, eu sei o que aconteceu. - falou me deixando surpresa.

- Sabe? - perguntei.

Peguei meu celular quando ele sorriu sem humor.

- Assim que terminei de ler a mensagem que o Thomas te enviou, eu fui até o lago. - disse. - Quando vi ele com a Megan... entendi tudo. Você só estava fazendo o que sempre faz: ajudar os outros.

Observei quando ele se afastou da árvore e passou do meu lado sem me tocar me fazendo sentir ainda mais frio.

- Vamos entrar, parece que vai chover. - exclamou.

Fui atrás dele imaginando como foi doloroso para o mesmo pensar por alguns minutos que eu estava com o Thomas.

- Temos que conversar sobre isso. - falei atrás dele.

- Não precisamos, eu já disse que entendi tudo. - respondeu sem parar de andar.

Segurei seu braço e ele me olhou.

- Se eu tivesse no seu lugar eu iria querer conversar. Você não está nem um pouco irritado? Eu pisei na bola, vou entender se você começar a gritar.

Ele se afastou fazendo minha mão soltar seu braço.

Parecia não querer que eu chegasse perto e isso machucou.

Mas você não machucou ele primeiro?

- Eu não estou irritado, Ana. - afirmou. - É legal você ter esse coração bom, mas tem vezes que você acaba pensando tanto nos outros que se esquece de mim.

- Mas o que eu mais faço é pensar em você. - falei sincera.

Ele balançou a cabeça de forma negativa.

- Não, você não pensa. Você não pensou quando escreveu aquela mensagem, não pensou quando enviou aquela mensagem. - disse. - Você não sabe o quanto me doeu pensar por um segundo que você estava com outro cara.

Passei as mãos nos meus cabelos me sentindo nervosa.

- Eu enviei aquela mensagem na intenção do Thomas se arranjar com a Megan e me deixar em paz. Se isso acontecesse, ele pararia de te irritar.

- E não tinha outra maneira de fazer isso, Ana?

Me aproximei novamente e toquei seu rosto ficando desesperada com a frieza que ele estava me tratando.

- Não foi por mal, Lincoln, não pensei direito, Desculpa.

Ele segurou meu pulso e afastou minha mão do seu rosto.

- Acho melhor a gente conversar amanhã. Eu não posso e nem quero falar com você hoje. - confessou.

Dei um passo para trás e respirei fundo antes de voltar a falar.

- Ok. - murmurei. - Eu entendo.

Ele me olhou por mais alguns segundos antes de virar e voltar a caminhar para dentro da casa.

xxxx

- Fiz merda. - falei assim que as meninas me seguiram até o quarto.

Eu precisava conversar sobre o que tinha acabado de acontecer.

- É sobre as mensagens, né? - Camila perguntou. - Eu sabia que aquilo não acabaria bem.

Sentei na cama e coloquei o travesseiro em cima das minhas pernas.

- O que eu faço? - perguntei desesperada.

Karol sentou na outra cama.

- O que o Lincoln disse? - quis saber.

- Disse que é melhor a gente conversar amanhã. - contei.

- Então espera até amanhã, às coisas vão se acalmar até lá. - tentou me acalmar.

- Não é como se eu tivesse outra opção. - resmunguei. - Ele parecia tão machucado, me senti uma idiota.

Camila se aproximou e sentou do meu lado.

- O bom é que parece que seu plano funcionou. Vi o Thomas grudado na Megan agora pouco.

Bom, pelo menos isso.

Agora eu teria que esperar até amanhã, só esperava que o Lincoln ainda quisesse conversar comigo.

O Idiota Do Meu Novo Vizinho // ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora