Depois de saber que o Lincoln estava com o meu celular, eu me afastei do quarto do meu pai e fui atrás dele.
Se eu tivesse apagado aquelas mensagens eu não estaria tão agoniada.
Bela ideia essa sua, Ana Maria.
Eu só queria que o Thomas me deixasse em paz com o meu namorado, não fiz por mal.
Fui até a sala e perguntei se alguém tinha visto o Lincoln.
- Não vi ele não. - Lucas respondeu, ele estava abraçado com a Karol.
- Aconteceu alguma coisa? - Karol perguntou. - Você está com uma cara péssima.
Neguei rapidamente balançando a cabeça.
- Está tudo bem, só quero passar o resto do dia com ele. - sorri tentando parecer natural.
Eu não era doida de falar o que estava acontecendo para a Karol, isso era entre meu namorado e eu.
- Você está procurando o Lincoln? - Henrique perguntou depois de entrar na sala.
- Estou sim, você viu ele? - me virei para encarar seus olhos.
- Vi ele perto do lago. - contou. - Ele não está de bom humor, me ignorou quando perguntei se estava tudo bem.
Droga.
- Obrigada, eu vou lá falar com ele. - deixei meus amigos e fui até o lado de fora.
Como o lago não ficava muito longe da casa, não demorou mais que dois minutos para que eu encontrasse o Lincoln.
Me aproximei calmamente não querendo assusta-ló.
- O que está fazendo sozinho aqui? Está todo mundo na sala. - foi a primeira coisa que eu disse.
Por favor, que ele não tenha visto as mensagens.
Mas, quando ele virou o rosto na minha direção eu soube que ele tinha visto.
Respirei fundo quando ele não falou nada e ficou só me olhando.
- Meu pai disse que você está com o meu celular. - exclamei quando o silêncio ficou insuportável.
Ele tirou meu aparelho do bolso da sua blusa de frio.
- Ele me entregou quando eu fui lá. - disse finalmente. - Eu estava vendo algumas fotos nossas quando chegou uma mensagem do Thomas.
Cruzei meus braços enquanto sentia meu estômago embrulhar. O olhar que o Lincoln me deu fez com que meu coração ficasse pequeno dentro do peito.
- Eu só estava... - ele me interrompeu.
- Não precisa tentar explicar, Ana, eu sei o que aconteceu. - falou me deixando surpresa.
- Sabe? - perguntei.
Peguei meu celular quando ele sorriu sem humor.
- Assim que terminei de ler a mensagem que o Thomas te enviou, eu fui até o lago. - disse. - Quando vi ele com a Megan... entendi tudo. Você só estava fazendo o que sempre faz: ajudar os outros.
Observei quando ele se afastou da árvore e passou do meu lado sem me tocar me fazendo sentir ainda mais frio.
- Vamos entrar, parece que vai chover. - exclamou.
Fui atrás dele imaginando como foi doloroso para o mesmo pensar por alguns minutos que eu estava com o Thomas.
- Temos que conversar sobre isso. - falei atrás dele.
- Não precisamos, eu já disse que entendi tudo. - respondeu sem parar de andar.
Segurei seu braço e ele me olhou.
- Se eu tivesse no seu lugar eu iria querer conversar. Você não está nem um pouco irritado? Eu pisei na bola, vou entender se você começar a gritar.
Ele se afastou fazendo minha mão soltar seu braço.
Parecia não querer que eu chegasse perto e isso machucou.
Mas você não machucou ele primeiro?
- Eu não estou irritado, Ana. - afirmou. - É legal você ter esse coração bom, mas tem vezes que você acaba pensando tanto nos outros que se esquece de mim.
- Mas o que eu mais faço é pensar em você. - falei sincera.
Ele balançou a cabeça de forma negativa.
- Não, você não pensa. Você não pensou quando escreveu aquela mensagem, não pensou quando enviou aquela mensagem. - disse. - Você não sabe o quanto me doeu pensar por um segundo que você estava com outro cara.
Passei as mãos nos meus cabelos me sentindo nervosa.
- Eu enviei aquela mensagem na intenção do Thomas se arranjar com a Megan e me deixar em paz. Se isso acontecesse, ele pararia de te irritar.
- E não tinha outra maneira de fazer isso, Ana?
Me aproximei novamente e toquei seu rosto ficando desesperada com a frieza que ele estava me tratando.
- Não foi por mal, Lincoln, não pensei direito, Desculpa.
Ele segurou meu pulso e afastou minha mão do seu rosto.
- Acho melhor a gente conversar amanhã. Eu não posso e nem quero falar com você hoje. - confessou.
Dei um passo para trás e respirei fundo antes de voltar a falar.
- Ok. - murmurei. - Eu entendo.
Ele me olhou por mais alguns segundos antes de virar e voltar a caminhar para dentro da casa.
xxxx
- Fiz merda. - falei assim que as meninas me seguiram até o quarto.
Eu precisava conversar sobre o que tinha acabado de acontecer.
- É sobre as mensagens, né? - Camila perguntou. - Eu sabia que aquilo não acabaria bem.
Sentei na cama e coloquei o travesseiro em cima das minhas pernas.
- O que eu faço? - perguntei desesperada.
Karol sentou na outra cama.
- O que o Lincoln disse? - quis saber.
- Disse que é melhor a gente conversar amanhã. - contei.
- Então espera até amanhã, às coisas vão se acalmar até lá. - tentou me acalmar.
- Não é como se eu tivesse outra opção. - resmunguei. - Ele parecia tão machucado, me senti uma idiota.
Camila se aproximou e sentou do meu lado.
- O bom é que parece que seu plano funcionou. Vi o Thomas grudado na Megan agora pouco.
Bom, pelo menos isso.
Agora eu teria que esperar até amanhã, só esperava que o Lincoln ainda quisesse conversar comigo.
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O Idiota Do Meu Novo Vizinho // Concluída
Teen Fiction(CONCLUÍDA) Ana Maria só pensava em duas coisas na vida: cuidar do seu irmão caçula quando sua madrasta não estava em casa e tentar evitar a bruxa da Lúcia. Mas a chegada de um novo vizinho vai mudar completamente a vida dessa jovem. "Plágio é Crime"