Capítulo15

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Residência de campo dos Masen

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Bella abriu devagar os olhos e deu uma olhada no lugar vazio ao seu lado. Aparentemente, Edward acordara cedo e logo saíra da cama. Não era usual. Ele geralmente era o primeiro a acordar e a provocá-la com beijos e carinhos. Não podia haver jeito mais gostoso de começar o dia.

A verdade, refletiu Bella, era que naquela manhã específica ela não teria gostado tanto. Sentia-se esquisita, com a garganta e a barriga doendo por algum motivo. Esperava que não fosse nenhum problema. Soltando um suspiro, virou-se de costas na cama e quase gritou de susto ao ver um rosto enrugado curvado sobre ela.

- Eleazar! - Ela agarrou as cobertas, levantando-as até o peito e arregalou os olhos para o mordomo. - O que...?

- Como está se sentindo, milady? - o mordomo a interrompeu, calmamente.

Bella piscou os olhos. Sua mente agora estava completamente acesa e começava a funcionar. A última coisa de que lembrava era ter se deitado para descansar no fim da tarde e agora a iluminação do quarto sugeria que ainda era início de tarde. Franzindo o cenho, ela explorou um pouco mais a mente, juntando algumas lembranças esparsas da Sra. Longbottom e Eleazar segurando-a e acalmando-a enquanto vomitava.

- Eu estava doente - disse baixinho.

- Estava - Eleazar confirmou.

- O senhor e a Sra. Longbottom tomaram conta de mim.

- Assim como quase todo o pessoal da casa. Estávamos todos muito preocupados, milady.

- Nossa, o que aconteceu? Foi uma gripe forte?

- Do que a senhora se lembra? - o mordomo perguntou em vez de responder.

Bella mordeu o lábio e procurou lembrar.

- Vim para o meu quarto para escapar de Irin... digo, para ter um pouco de privacidade. - Embora a madrasta fosse um pesadelo, não gostava de falar mal dela com os criados.

Ficava muito contente que seu pai e seu marido se dessem tão bem; havia ficado feliz que tivessem saído para cavalgarem juntos. Infelizmente, Irina ficara para atormentá-la com comentários maldosos sobre a provação que o leito nupcial significava e sobre como ela deveria estar horrorizada ao ver mais de perto o rosto do marido... se é que ele havia consentido que usasse óculos novamente. Seria melhor que permanecesse cega, a madrasta completara.

Controlando-se e não revelando que já tinha óculos, na primeira oportunidade Bella fugira para o quarto para ler um pouco. Havia, como de costume, bloqueado as duas portas e recostara-se para ler.

Não comentou com Eleazar, porém, nada sobre a leitura. Seus óculos continuavam sendo um segredo.

- Vim descansar um pouco no quarto - disse Bella - e havia uma fatia de torta em minha mesa de cabeceira.

- Não foi a senhora quem a trouxe?

- Não, Eleazar. Achei que Seth a tivesse deixado para mim. Ele parece estar sempre me seguindo e fica me dando pequenas guloseimas. Embora não estivesse com fome, dei uma ou duas mordidas, para que ele não ficasse sentido.

- Graças a Deus, a senhora não estava com fome.

- Por quê?

- Nada, nada. Acabe de me contar o que aconteceu, por favor.

Bella pensou em insistir para que ele explicasse seu comentário, mas desistiu. No momento oportuno ficaria sabendo.

- Foi só isso. Dei umas mordidas e, como meu estômago começou a doer um pouco, resolvi dormir. Uma boa cochilada às vezes resolve tudo.

O amor é... Cego?Onde histórias criam vida. Descubra agora