*Pov's Ana.

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- " Desde o dia em que te conheci, nunca mais fui o mesmo."
Palavras de alguém que me largou, depois de dizer coisas lindas que toda garota sonha em ouvir. Palavras doces e românticas que se tornaram fel no momento em que me disse adeus. Meu coração se partiu, minha vida e meu dia se tornaram cinzas.
O quarto estava escuro e faziam 4 dias que a dor pulsava dentro de mim... mas e agora? Aquilo era dor ou fome? Não queria comer, nem viver! Ouvi passos no corredor.
- Ana! Abra a porta, flor do dia!
- Saia daqui! - Minha voz saiu rouca.
- Querida, precisa se alimentar, tomar banho... - Um longo e silencioso minuto se passou, onde, provavelmente, minha mãe esperava uma resposta. - Escute, não deixe a dor te manipular! - ela girou a maçaneta e uma luz forte invadiu meu recluso quarto, que já cheirava a mofo devido a falta de claridade. - MEU DEUS!! - ela colocou a mão na frente da boca, tentando esconder seu espanto.
- Por favor mãe, deixe-me sentir a dor até a última gota. Quem sabe assim, o poço seque dando lugar a flores do campo.
- Ou não, sementes plantadas e jerminadas pela dor, jamais florecerão.
Dei um sorriso fraco de lado. Gosto de ver minha mãe filosofando com coisas fúteis e sem sentido que eu falo.
- Filha, por favor, não se tranque no sofrimento e fique depressiva por alguém que não te merece!
Minha mãe é ótima em dar conselhos e consegue levantar a auto-estima de alguém como ninguém mais.
- Mãe... para você é mais fácil falar, considerando que você é linda e foi casada com o garoto mais popular do ensino médio! - um riso bobo estampou o rosto de minha mãe.
- Ai filha... se você soubesse da história toda. Eu nem tenho ânimo pra contar tudo, mas sei que a ilusão machuca. Junta tudo que dói: as mentiras, a traição...
- Mãe, vou me matar!!!
- Vish! Agora você apelou! -ela falou com um tom de humor. - Eu não queria fazer isso, mas você não deu-me escolha. Vou ligar pras meninas, elas saberão o que fazer para te levar ao sol... e você sabe que a Gaby não é nem um pouco sensível! Mas já que você insiste... - ela pegou o telefone e dramaticamente discou o tão conhecido número. A Gaby vai me matar quando me ver desse jeito e... drogaa!!
- Mãee, por favor, não faz isso comigo!!! - falei quase gritando.
- Tarde de mais... Alô, oi Clarice, tudo bem? Gaby se encontra?
- Nãooo - Dei um grito estridente e pulei na minha mãe. Caímos no colchão rígido e só pude ouvir do outro lado da linha a Gaby perguntando o que houve antes de desligar o telefone.
- Você ficou maluca Ana?!
- Desculpa mãe, é que está uma vitamina de sentimentos aqui... agi por impulso!
- Só não te deixo de castigo porque você mesma está se castigando! Agora saia deste quarto e... - a campanhia tocou interrompendo a fúria de minha mãe. - espera aí!!
- Nãoo mãe! - lancei-me à porta impedindo sua passagem - é a Gaby, tenho certeza. Não atenda!
- Para com isso - ela disse já me empurrando e abrindo a porta do quarto - não pode ser tão ruim... - Quando ela chegou à porta de entrada de casa, abriu-a e eu tranquei-me no quarto. Ouvi algumas vozes que parecia de duas pessoas (minha mãe e a Gaby) e à medida que se aproximavam, pude ouvir claramente a voz da Gaby.
- Senhora Mickson, deixe-me derrubar essa porta, garanto que lhe dou outra depois.
- De jeito nenhum, está louca?!
- Ok então, vou tentar convencê-la!

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P.s.: *pov's = ponto de vista.

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