Capítulo 16

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No momento em que chegou em casa naquela noite, depois de vagar pelas ruas de Londres, Lauren só pensava em Hanna, sabia que se alguém fosse a apoiar naquela casa seria ela. A governanta ao ouvir um clique na porta da frente já reconheceu os passos de Lauren, rapidamente ela despejou a água fumegante em uma xícara limpa e adicionou um saquinho de chá de ervas, em seguida, foi ao encontro de Lauren no pé da escada.

- "Oi Hanna. Onde estão meus pais?".

- "Saíram para jantar, Srta. Aqui, isto é para você.".

- "Camomila. Obrigada.". Lauren respondeu cheirando o vapor que subia da xícara.

- "Você sempre será bem-vinda nessa casa, senhorita", disse Hanna, gentilmente tentando acalmar Lauren e deixando claro que sabia dos acontecimentos.

- "Algum recado para mim?".

Ela esperava que talvez Camila tivesse telefonado e que ela teria de fato se visto incapaz de viver sem ela, mesmo que só tivessem passado 2 horas desde que deixou o restaurante.

- "Nada, Srta. Sinto muito.".

Lauren sacudiu a cabeça com um sorriso simpático e seguiu para o andar de cima. Em vários momentos de sua vida Lauren sentia a governanta mais próxima que sua própria mãe.

Lauren fechou a porta de seu quarto, e sentou-se na ponta da cama, no escuro, e pensou sobre a noite que tinha começado tão bem. Ela tentou traçar a linha cronológica da conversa, para identificar o que tinha quebrado o fio delicado, e ela voltou mais uma vez para suas próprias palavras: "Eu disse que não seria justo com Brad.".

Parecia a verdade na época. No ápice da crise ele continha a quantidade correta de autopiedade, e mesmo sugerindo o fim do casamento Lauren mostrou ser mais benéfico para ele do que para ela. Mas agora ela nota que foi uma desculpa brilhante e superficial que não tocaria em suas reais razões. A insistência de Camila havia Despertado em Lauren um novo tipo de culpa em relação a seu ex-noivo.

Quase que automaticamente, sem nem ligar as luzes, ela estendeu a mão para o telefone e discou um número mais que familiar.

- "Olá?"

- "Brad? Sou eu. É este um momento ruim?".

Ela se referia à questão da forma mais prática. Queria saber se ele estava no meio de uma refeição, ou se ia dormir. Mas analisando bem, nunca poderia ser um bom momento para ele ouvir novamente a voz que ele tinha sido apaixonado.

- "Não, tudo bem. Está tudo bem Lauren?".

- "Sim.".

Ele esperou por mais, a razão pela qual ela ligou, mas apenas um silêncio suave estava entre eles, tão frágil como uma teia de aranha.

- "Brad, eu tenho que te dizer uma coisa.".

Lauren tentou começar. A garganta secou de imediato, colocou a mão na testa enquanto tentava falar, sentiu a palma da mão gelada sobre a pele quente. Podia senti-lo esperando ela falar, e abriu a boca para tentar, mas ela não podia.

- "Lauren, você não me deve nada".

Disse ele, e seu tom não era duro, mas não foi um tom qualquer. Havia um cansaço em sua voz que cortou seu coração. Ela olhou para as janelas, onde finas luzes amarelas vindas da rua entravam através das persianas e começou.

- "Eu nunca te disse por que eu não me casaria com você, Brad. Não exatamente. E eu gostaria de...". Lauren respirou.

- "Vá em frente.". Ele respondeu.

I Can't Think Straight (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora