I Can't Think Straight (Camren)

Capítulo 6

 Chris chegou em Oxford para as reuniões armado com cartão de crédito do pai e instruções detalhadas de sua mãe sobre o que comprar para os últimos preparativos do casamento de Lauren. Embora o que ele esperava comprar não tinha certeza. O lugar era bonito o suficiente, mas havia muitos museus e cultura. Até onde ele sabia, não havia uma Alexander McQueen, Givenchy, nem nada do tipo. Ainda assim, foi à primeira vez desde que seu casamento que Chris viajou sem a esposa, que havia permanecido em Miami. Ele estava gostando de seu voo solo, mas sentiu um mix de liberdade e culpa em viajar sozinho. Kareen tinha uma tendência a ser compulsiva. Suas roupas, por exemplo, tinham de ser dobradas em uma determinada maneira, tinha um sistema para embalagens, como tinha para quase tudo. Este aspecto de sua personalidade tinha sido um dos motivos pelo qual Chris se atraiu por ela durante o breve período em que eles estavam namorando. Chris sempre foi pura insegurança, já que Lauren e Taylor haviam juntas monopolizado até a atenção de sua mãe (como o filho do meio, ele tinha sido ainda mais esquecido que as outras duas), agravada pela falta de um caráter forte. Tudo que ele sabia era que Kareen lhe dava a segurança que precisava dentro de suas rotinas. Ele sentia, às vezes, que a vida era feita de algo mais, que houve uma faísca que poderia eleva-lo para outro plano; ele não sente algo deste tipo desde os primeiros meses com Kareen. Esse sentimento o deixara a algum tempo atrás, corroído por rotinas, hábitos e familiaridade.

            Lá fora, a luz solar da manhã era suave e discreto, muito ao diferente do brilho de Miami. Chris aventurou-se a remover os óculos de sol, mesmo sem as grandes lojas a cidade era bastante bonita, e passou a achar ainda mais bela depois de lembrar que seria necessário dividir o quarto com Lauren desta vez, já que Lauren estava trazendo uma amiga, deixando Chris deleitar sozinho sua cama.

No café onde eles tinham acabado o almoço, Lauren deslizou o telefone de volta no bolso.

- "Uma sms do Chris, ele já chegou no hotel". Explicou Lauren.

- "Devemos ir?"

- "Ainda não, podemos esperar pelo menos uma hora para ele tomar banho e se trocar. Tempo de sobra para você ir para a livraria. Vá em frente, eu vou esperar por você aqui.".

- "O que você vai fazer? Tomar um café?". Questionou Camila já levantando da cadeira.

- "Eu quero ler suas histórias novamente.". Lauren respondeu sorrindo enquanto tirava a pasta da bolsa.

- "Então eu estou indo". Camila sorriu e saiu.

 Lauren observava ela passar por entre as mesas, seu andar era um pouco desajeitado e tímido, como se ela sentisse que estava sendo observada. Assim que Camila pisou fora olhou para trás para acenar. O sol caiu sobre ela destacando a cor de sua pele, brilhando em seu cabelo. Lauren levantou a mão para acenar de volta e então rapidamente olhou para baixo. Ela havia tentado por horas assegurar que esta nova amizade com Camila permanecesse na compreensão cuidadosa de seus dedos e não nas câmaras escuras de seu coração. O que havia acontecido com ela uma ou duas vezes antes, ela sentiu uma conexão imediata e de alguma forma a amizade tinha desviado em algo mais, algo que considerava errado. Lauren sentia que era apenas uma falha ou uma necessidade e que tinha de corrigir a si mesma.

 No entanto, agora Camila tinha começado a preencher um espaço no coração de Lauren, um desejo de intimidade, de amizade. Ela tinha sentido Brad preencher esse espaço uma vez, não há muito tempo. Ele também era um bom amigo para ela, alguém com quem ela riu e aprendeu muito. Mas ele trabalha em Miami, ela em Londres, e quando ela Conheceu Camila foi tão inusitado, Camila passou a fazer parte de seus pensamentos diários, Lauren disse a si mesma que não era errado querer uma amiga mais próxima. Mas também sabia que não era normal que ela reparasse tanto em Camila, que reparasse a luz do sol em seus cabelos, as nuances da sua cor dos olhos; que ela cora sempre com a intimidade de olhares trocados.