Cap. 2 - No Mundo dos Vivos

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Não aguentava mais, estava pior que a última vez. Queria morrer duma vez quando acaba. Finalmente. Sinto meus braços sendo soltos das correntes, agora ensopadas de sangue e apago, como de costume.

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Acordo numa cama. Vejo uma luz branca tremulando, quase não enxergava. Entro em foco. Estava no quarto de um hospital, numa maca, tomando soro.

Ele havia sido bondoso, da última vez acordei no banco de uma praça. Uma enfermeira que até então não havia notado se aproxima de mim.

-Bom dia, como está se sentido?

-Um pouco tonta com dor de cabeça mas bem - Digo, não estava doendo nada quando comparado a antes - Você poderia dizer o que aconteceu e por que estou aqui?

-Foi algo bem estranho - Ela começa, era morena de olhos e cabelos castanhos - Você apareceu do nada na porta do hospital, toda ensanguentada, os médicos não sabiam como estava viva - No inferno ninguém morre, já que é vida pós a morte cheia de tortura, e eu não posso morrer, mas posso sentir dor - Lhe encaminhamos ao quarto e fizemos uma transfusão de sangue, várias aliás, o estranho é que você tinha poucos machucados abertos.

Fiquei quieta, preferi não responder e fazer cara de confusa.

- Qual o seu nome para eu botar na ficha?

- Karina, não me lembro de meu sobrenome, por favor, há quanto tempo estou aqui, e onde é aqui?

- Você está aqui há três horas, nem devia estar acordada. E estamos no hospital municipal de São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos.

Uau da última vez estava no Peru, e na penúltima Lituânia, faz um frio da desgraça lá.

- Obrigado ... - Lisa , ela diz - obrigada Lisa. Posso descansar um pouco, estou tão cansada.

-Sim, é compreensível, o médico vai vir aqui daqui a meia hora, está bem?

- Sim - ela sai e finjo que vou dormir, assim que ela fecha a porta me levanto - Ok, São Francisco, bom lugar, nunca tinha estado na costa Oeste.

Vejo a janela, droga, segundo andar, não estou no animo de pular, e ainda tenho que arranjar roupas, não vou sair por aí de camisola hospitalar.

Caminho pelo quarto que era até grande e, escondido, acho a garrafa com um líquido preto, e, como de costume, bebi tudo. Gosto metálico.

A minha maldição é tipo um jogo com o diabo. Qual a graça de perseguir, lutar e matar alguém fraco sem forças? Por isso nos primeiros três dias, tenho uma ajudinha, falo a língua do lugar em que esteja, o que na Russia foi muito bom. Também, quando acordo, tem um líquido preto que me da energia pra me recuperar dos ferimentos. A busca dos espectros, demônios, chame como quiser, começa depois de sete dias, me dando certa vantagem.

Voltando no momento, depois de beber, saio pelo parapeito da janela e chego no quarto do lado, onde também havia uma menina inconsciente. Pego a roupa que estava no balcão, que pertencia à ela e visto.

Uma calça jeans skinny que servia direitinho, uma camiseta preta da banda System of a Down ( nunca ouvi, nota mental: escutar se algum dia der tempo) e um tênis um pouco grande.

Me olho no espelho e vejo a forma que havia surgido, geralmente ela não mudava muito. O rosto era o mesmo, só o nariz era menor e meus lábios mais vermelhos, meu olhos eram castanhos claro, porém olhando mais perto vi que as beiradas eram esverdeadas, bizarro. Meu cabelo era castanho escuro liso e era razoavelmente alta e estava em forma. Minha pele era clara uniformemente.

Ouço o barulho de alguém batendo na porta, droga, corro pra janela. Caminho pelo parapeito rapidamente, quase caindo alguma vezes, nessa hora vejo que o médico estava no meu quarto, o que podia fazer? Olho para o outro lado e vejo um escada de emergência, para caso de incêndio. Era um hospital, então não entendi porque a escada havia sido feito de um jeito q era impossível alguém debilitado passar, mas fico feliz, havia salvado minha pele. Ouço o médico confuso falando em tom mais alto sobre onde diabos estava a paciente, "pobre Lisa", penso.

Estava meio enferrujada, e vou descendo, até chegar no chão, tropeço no cadarço do tênis e quase caio. Como consigo ter tanto equilíbrio numa hora e ser tão idiota outra?

Olho para os lados, para onde eu vou. Resolvi ir numa direção onde mais tarde vejo que leva a um parque, talvez lá possa esfriar a cabeça, e pensar onde achar abrigo.

Ao chegar lá me sento no banco e ponho ordem nos meus pensamentos sobre o que fazer.

E é isso, meio incompleto eu sei, mas depois vem mais, um capítulo mais completo, eu acho.
Whatever, espero que tenham gostado,
Reh :3

AmaldiçoadaOnde histórias criam vida. Descubra agora