Cap. 1 De volta ao inferno

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Acordei, mas não estava completamente ciente do que estava acontecendo. Meus braços e pernas estavam amarrados por correntes, a temperatura delas fazia meus pulsos arderem. Estava no inferno, pela trigésima oitava vez. Era um quarto, com paredes vermelhas, sentia o cheiro de sangue. Tudo estava mal iluminado por uma vela, no centro da sala, no canto havia uma porta, feita de madeira, nao de árvores, mas de choupos, a única planta que pode viver no inferno.

Ele ia chegar a qualquer instante, nao queria reve-lo. Cada vez era pior que a outra. Sete dias no inferno, sete dias de tortura, depois voltava ao mundo dos vivos, tendo 7 dias para me preparar para a caçada novamente.

Se achasse as 40 runas, quebraria a maldição, foi isso que um serafim me disse, na minha primeira vida com a maldição. Ela foi dada à mim para que pagasse meus pecados, meu pecado, e fosse livre, faria sentido, se não fosse para sempre.

A porta se abre e saio de meus devaneios. E lá estava ele, tão temido e odiado, o diabo em pessoa. Ele estava na forma humana, usando um terno todo preto com gravata preta e colete preto, sua pele, que geralmente é pálida , beirando a transparência, dessa vez estava numa cor saudável, talvez até bronzeada. Tinha um rosto atemporal, com olhos negros prontos para soltarem faíscas e um cabelo castanho nem muito claro nem muito escuro, despenteado, que contrastava com a formalidade do terno.

- Ora, ora, ora, o que temos aqui? -ele diz com uma voz fria que me dava calafrios - Uma jovem donzela, capturada, pela trigésima oitava vez? Por que nao chama seu príncipe para resgata-la?

-Ora, ora, o que temos aqui? O diabo usando terno de marca, coisa chique hein - Pessoas podem me achar louca por falar com o diabo assim, mas ele ja estava me torturando com minha maldição. Acredite não tem como piorar.

-Que legal, presa no inferno e ainda tem senso de humor, se tudo mundo amaldiçoado fosse assim, perderia mais tempo conversando com eles - ele se aproxima de mim- Por que você nao desiste logo?

-Eu não posso e você sabe disso.

- Ah pode sim, sabe virar minha súdita - ele diz como quem não quer nada - você tem tanta experiência no mundo dos humanos, seria tão útil...

- E virar um daqueles seus demônios nojentos, nem sonhando.

-Sabe, eu poderia libertar ele...

Ele estava me tentando, e sabia disso, ve-lo, de novo, ele sendo livre, era tudo que eu mais queria. Poder abraçar ele de novo sem correntes, sem condições, foi assim um dia, há muito tempo atrás, antes dele ser capturado, essa historia ainda doía em meu coração. Eu poderia dizer sim, acabar com isso, sem tortura mais para Karina. Era só aceitar.
-Não - me lembro das histórias que ouvi com quem aceita a palavra dele - Nunca, nunca vou aceitar e você sabe disso.

- Que pena - ele diz com falsa cara de tristeza - Vocês podem leva-la.

Aparecem dois demônios, que cortaram as corrente que me prendia na parede, caí no chão de tontura, eles me algemaram nos pés e mãos. Como se eu pudesse tentar escapar dali. Me levaram pela porta até o local onde seria torturada, o primeiro, prefiro não descrever o que vi no caminho, pele sendo arrancada, olhos queimando, unhas sendo quebradas e torcidas e coisas muito piores, ja havia passado por isso antes, mas, mesmo assim, continuava sendo pesado ver a punição dos outros.

- Sete dias até a liberdade - Sussurro baixinho, sem querer ser ouvida - Sete dias...

Oi pessoas maravilhosas lendo esta fic!!!
Esta é minha primeira historia e espero que gostem dela, não tenho muita experiência então deixem nos comentários o que acharam até agora
Bjsss e até o próximo capítulo
Re :3

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