Ajeitei a mochila em meus ombros e passei a mão em meus cabelos, enquanto caminhava em direção a casa de minha vó, onde vou passar o fim de semana.
Olhei para as lojas e prédios, vendo como tudo mudou tão rapidamente e como o bairro cresceu em pouco tempo. Andava distraída quando senti alguém cutucar meu braço, olhei para trás imediatamente não acreditando em quem eu via a minha frente.
Ah não! Ele não!!
Senti um misto de surpresa, raiva e ódio ao vê-lo. E a única reação que tive foi levantar as sobrancelhas, tornando a minha expressão um tanto irônica.
— Oi Marília! Quanto tempo! — sorriu largamente enquanto eu dei um sorriso amarelo.
— Pois é... — respondi sem ânimo, mostrando que não gostei de encontrá-lo novamente.
— Você se lembra de mim, né? — perguntou tomando uma expressão triste.
— Sim Arthur. — revirei os olhos e cruzei os braços, enquanto o observava sorrir novamente.
— E o que você anda fazendo? Como vai sua vida? — ótimo, começou o interrogatório.
— Estou estudando... — disse com nenhuma animação.
— E o que mais? — perguntou intrometido.
— Sabe, as coisas de sempre. — falei impaciente.
— Ah, você está mais linda — sorriu abobado.
— Obrigada. — sorri me sentindo constrangida.
— Ah... eu queria te dizer uma coisa, mas nunca tive coragem. — respirei fundo já imaginando o que seria.
Até que desviei o olhar para a rua e vi um rosto familiar. Obrigada Deus! Andrew vestia uma camisa cinza e uma bermuda vermelha, e nos pés usava chinelos. Sorri instantaneamente em sua direção que ao me ver abriu um largo sorriso.
Ele me ajudará a sair dessa!
Corri em sua direção com os braços abertos e ele pareceu surpreso, mas abriu os braços, me abraçando com força enquanto sentia meus pés saírem do chão.
— Andrew!
— Marília! Que surpresa você aqui!
— Pois é, posso te pedir um favor? — disse no seu ouvido.
— Até dois! — fez graça e eu sorri, enquanto me afastava devagar.
— Fingi que é meu namorado, pelo amor de Deus!! — supliquei enquanto tinha um sorriso falso no rosto o encarando.
— Mas pra quê? — disse olhando nos meus olhos, sorrindo.
— Aquele cara ali me enche o saco, e se eu aparecer com um namorado, ele deve me esquecer um pouco.
— Hum entendi. Tudo bem, vou te ajudar.
— Obrigada Andrew. — o abracei novamente.
— E o que eu vou ganhar com isso? — falou no meu ouvido e me afastei para ver seu rosto, e o mesmo tinha um olhar malicioso.
— Alguns beijos... — me interrompeu.
— Gostei!! — sorriu alegremente.
— Porque você vai fingir ser meu namorado! Idiota! — dei risada.
— Ah sim. — sorriu, e vi seu rosto se aproximar do meu.
— Ei! O que está fazendo?!
— Tenho que te beijar né namorada. — falou com um tom óbvio.
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Na Janela Do Quarto
Short StoryUm livro onde conta histórias variadas de vários gêneros, com capítulos únicos, de autoria própria. PLÁGIO É CRIME.