Just an another name

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Um dia se passou e lá estava eu olhando aquele papel mais uma vez. Eu tinha que admitir que esse tal de Luke conseguiu me intrigar. O problema é que é exatamente isso que ele quer; brincar comigo. Só que ele vai ter que aprender que eu não sou nenhuma boneca.
Estava indo em direção à lixeira para jogar fora o papel quando alguém o arranca de minha mão.
- Quem é esse tal de Luke? Me conta!
- É só um cara que ficou me enchendo o saco agora pouco, May.
Maeve é minha melhor amiga que adora me atazanar enquanto eu estou de serviço. May, como eu a chamo, tem o cabelo curto e encaracolado. Ela é a fofura e hiperatividade em pessoa. Ela é meu oposto e ainda; a metade que me completa. Conheci a May ainda criança, quando éramos vizinhas. Hoje em dia nossos apartamentos ficam longe um do outro, mas a amizade ainda é a mesma. Gosto de pensar que ela é meu diário humano, já que me conhece melhor que eu mesma.
Olhei pela janela e vi sua moto estacionada. Eu nunca fui de motos. Estou economizando para um Thunderbird, meu carro dos sonhos. Me perdi pensando no carro quando May me acordou.
- Por que não me conta quem é ele, guria?
- Porque ele não é importante. Deve ser só um idiota.
- És uma chata mesmo, deixa que eu descubro sozinha.
Voltei ao trabalho assim que a May saiu. O pub começou a ficar vazio. Caleb geralmente fica sentado mexendo em seu celular quando não há muita gente.
-Ei, Caleb? Que tal me liberar mais cedo? - queria ir pra casa logo, apesar de não ter nada pra fazer.
-Mandriona você né? Vai logo, mas não se atrasa amanhã!
- Sim senhor! - Bati uma continência pra ele e saí.
Resolvi passar na Hiding Place, uma loja de discos e CDs, na rua de baixo para dar uma olhada nas novidades. Assim que entrei, a energia daquele lugar me tomou. Se o mundo acabasse naquele instante, eu morreria feliz.
Comprei um CD do Arctic Monkeys, minha banda favorita desde que me conheço por gente, e outro da Lana. Quando eu abri a porta para sair alguém esbarrou em mim.
- Filho da puta! Quebrou os CDs! Você vai me pagar por isso, babaca.
- Calma aí. Você que não olha por onde anda, boneca.
Boneca? Só podia ser ele, desgraçado. Lá estavam os olhos azuis mais profundos que eu já vi me analisando mais uma vez. Luke. A postura, os cabelos pretos revoltados, o jeito que me olha; tudo nele transmite problema.
-Qual é a tua? Ta me seguindo?
- Tenho cara de stalker agora? Talvez de galã de novela, mas stalker? - Ele soltou uma leve risada como se estivesse realmente se divertindo com a situação.
-Você ainda me deve pelos CDs, me passa o dinheiro.
- Virou assalto agora? - ele se aproximou de mim - Eu esperava outra coisa de você, boneca.
- Dá pra parar de me chamar assim? - Céus que cara insuportável - O que você quer de mim?
- O seu nome seria um bom começo, meninas dos cabelos roxos e das knee socks. - Ele sorri sem mostrar os dentes. Esse guri está tentando me provocar. - Exagerei?
- Claro que não, imagina - Reviro os olhos pra ele, que parece nem notar.
- Vou conseguir seu nome?
Meu olhos começaram a correr pelo seu rosto enquanto eu pensava. Luke é o tipo de cara que usa e larga. Boneca? Com certeza não eu.
Dou mais um passo pra frente, quase que encostando nele. E sussuro próximo ao seu rosto:
- Miranda Avalon - Sinto a respiração dele dessa distância - Aproveita, meu amor. Porque é a única coisa que vais conseguir de mim.

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