Eu estava atrasada de novo. Assim que eu chegasse, Caleb iria me matar. Tinha quase certeza de que ele não acreditaria em nada do que eu usasse como desculpa. Além de perder meu emprego, estava correndo grande risco de nunca mais conseguir outro. Caleb é dono do Pub mais frequentado da cidade e também é meu chefe. Como se não bastasse, ele tinha muitos contatos. Podia me tirar do mapa em um estalar de dedos. Me ferrei legal. Merda.
Sinaleira fechada, lindo! Eu estava prestes a atravessar a rua pra entrar no Imperius, o Pub onde eu trabalho servindo mesas, quando os carros voltaram a avançar. Maldita sinaleira. Dei um longo suspiro de frustração enquanto esperava. Assim que olhei do outro lado da rua, percebi que havia um garoto parado ali me observando. Ele não demonstrava nenhuma expressão enquanto me olhava fixo. Lancei um olhar feio, mas ele pareceu não se importar. Olhei para o lado por um momento para checar a sinaleira. E assim que voltei a olhá-lo, ele ergueu um canto da boca num pequeno sorriso. Qual o problema dele? Deve ser só mais um desses tarados da rua... A sinaleira abriu, finalmente.
Entrei no Imperius já esperando minha bronca. Mas o Pub estava vazio, sem sinal de Caleb. Fui direto pro banheiro colocar minha "roupa de trabalho". Antes de me trocar, resolvi me analisar um pouquinho. O meu cabelo repleto de ondas roxas batia na metade das costas Estava usando um shorts preto de cintura alta e uma camiseta xadrez azul por cima de uma regata branca. E também, meu velho coturno preto juntamente com as minhas Knee Socks. Eu odiava os momentos em que eu não podia usar minhas meias, como agora. Se bem que salto ( parte da "roupa de trabalho" ) e meias até o joelho não fazem uma combinação muito agradável.
Assim que saí do banheiro, Caleb estava parado na frente do bar. Droga.
- Não pense que não vi você chegando atrasada. Dormiu de mais outra vez?
- Poxa Caleb, me dá um desconto vai. - Lancei minha melhor expressão de coitadinha pra ele enquanto tocava seu braço.- Ei, não vai funcionar dessa vez, ok?
Continuei olhando pra ele como um cachorrinho sem dono.
-Tudo bem, tudo bem. Mas na próxima você já sabe.
Em pouco tempo, o lugar já estava cheio. Alguma música que eu não estava reconhecendo tocava no fundo e as luzes estavam muito baixas. Deixei a bandeja que estava na minha mão em cima do balcão e assim que me virei, levei um pequeno susto.
- Te assustei, boneca? - Era o garoto da sinaleira. Estava quase convencida de que ele estava me perseguindo.
-Não, agora se me dá licença, estou ocupada.
Minha tentativa de passar por ele foi em vão. Ele me puxou de volta pela cintura me fazendo estremecer por um segundo. Dei alguns passo pra trás até sentir o balcão em minhas costas. Se aproveitando da situação, ele chegou mais perto de mim.
-Sabe... - Ele estava tão próximo que eu podia sentir seu hálito fresco. - Podemos nos encontrar depois. Eu ficaria muito feliz em te ver, em todos os sentidos.
Empurrei ele para longe de mim e o olhei com arrogância.
- Acho que vou negar o seu pequeno convite, obrigada.
Ele me encarou por um longo minuto, com um olhar pensativo. Começou a mexer nos bolsos e de lá tirou um pedaço de papel. Pegou uma caneta de cima da mesa e começou a escrever algo. Largou o papel no balcão enquanto sorria pra mim. Um sorriso desafiador e debochado.
-Você não precisa fazer jogo duro pra mim, boneca - Depois de dizer isso, virou as costas e saiu pela porta do Pub.
Peguei o pedaço de papel e dei uma olhada. Tinha um número de telefone ali. Ele realmente acha que eu ia ligar? Sem chances , ele que aguarde sentado. Quando virei o papel, percebi um nome escrito ali.
"Luke Carson".
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Galaxy Edge
Hayran KurguEla, uma garota de cabelos roxos e meias até os joelhos. Ele, um garoto que ganha a vida fazendo apostas e só sabe causar problemas. "Espero não ser um engano. Espero que você não vá embora. Posso não significar tanto pra você, mas pra mim você é t...