Capítulo 6

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Esse beijo foi eletrizante. Ele me puxou ainda mais perto dele, como se quisesse nos transformar em um só.

Ele começou a beijar meu pescoço e eu soltei um suspiro. Ele deu uma risadinha e continuou. Quando nos separamos, ele estava ainda mais radiante. Ainda estava me recuperando quando ele disse:

- Foi perfeito! Mari, você não tem ideia de como eu esperava por isso.

- Pê, não tenho palavras.

Ajudei o a sentar na cama. Quando fui me virar para me acomodar na cadeira, ele segurou meu braço.

- Você se incomoda de sentar aqui comigo?

Não respondi, apenas peguei o livro e sentei do lado dele. Meu braço roçou no dele e senti uma energia diferente. Ele passou a mão pelo meu rosto.

- Estou querendo reconhecer seu rosto, saber onde está – ele disse, num sussurro que quase passou despercebido por mim.

Estremeci com o seu toque. Sabia muito bem o porquê dessas minhas reações. Fingi que não senti nada e abri o livro onde tínhamos parado. Comecei a ler e quando li que o casal principal tinha se beijado, Pedro se virou e interrompeu a minha leitura com um beijo. Deixei o livro cair e fez um barulho. Na hora, por instinto, me separei dele. Acho que foi coisa do meu anjo da guarda, porque no mesmo segundo, a mãe dele abriu a porta, com um pouco de preocupação implícita.

- Tá tudo bem? – Ela perguntou, tirando a mão do peito – Ouvi um barulho de coisa caindo.

Olhei de canto para Pedro. Percebi que ele estava um pouco envergonhado, então eu respondi.

- Tá tudo sim, dona Bianca. Só foi o livro que caiu. Nada demais.

Ela fechou a porta e ouvimos seus passos no corredor. Quando Pedro teve certeza que ela estava longe, ele falou.

- Que bom que você conseguiu falar. Eu perdi a fala agora – ele estava bem tímido, como quando nos conhecemos – Afinal, nunca passei por isso, né?

- Pê, relaxa. Sou cara de pau, consigo sair dessas situações.

Ele levantou e eu já fiquei em estado de alerta.

- Mari, sei que não devi... – dessa vez, foi eu quem não deixou ele completar a frase.

- Não completa. Você devia sim. Só me separei porque sabia que sua mãe poderia vir aqui no quarto.

Percebi que esse meu comentário o fez ficar sem graça.

- Que foi, Pê? – Disse, segurando uma risada – Ficou com vergonha?

- Claro né?! Você não ficaria?

- Tô acostumada com elogios desse tipo – respondi e levantei. Parei ao seu lado e segurei sua mão.

- Desculpa aí, rodada – ele retrucou, rindo. Percebi um toque mais brilhante em seu sorriso, como se tivesse colocado nele uma parte que faltava – Não tenho essa experiência toda.

- Tem certeza? Porque não parecia que você não sabia o que tava fazendo.

Ele deu um sorriso triunfante. Comecei a rir e não pude evitar: vendo ele assim, a única coisa que eu tinha vontade de fazer era agarrá-lo e beijá-lo intensamente.

- Vou levar isso como um elogio – ele finalmente disse, depois de aproveitar seu "prêmio".

- Mas foi, ué. Pode considerar um elogio.

Ouvimos a mãe dele gritar que tinha feito bolo e que era para gente ir na cozinha.

- Você me ajuda? – ele perguntou, levando minha mão até a boca e beijando a.

- Depois disso, te levo no colo – falei, abraçando o fortemente e desejando que ele erguesse minha cabeça e me beijasse de novo.

Apenas começamos a rir e o guiei pelo corredor até que o cheiro do bolo recém-tirado do forno nos levasse, sem termos que nos preocupar com o caminho.

Eu ajudei Pedro a sentar e puxei a cadeira para mim bem ao lado dele. A mãe dele me serviu café e um pedaço de bolo.

Enquanto comíamos, eu pude sentir a mão dele procurando minha coxa. Quando percebi essa sua intenção, coloquei um pedaço de bolo na boca para não ter nenhuma reação. Olhava para ele pelo canto do olho e, a cada segundo, me encantava mais e mais por ele.

Olhei para o relógio e vi que já era tarde. Juntei minhas coisas e fui embora. Marquei com Pedro na segunda, na biblioteca, depois que eu saísse da faculdade.

Só de pensar que só o veria na segunda a tarde, meu coração se apertou. Sai meio apressada da casa dele, para que ninguém percebesse isso.


Superações do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora