Capítulo 11

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Quando terminei, quis botar aquele toque mais amigável entre nós.

- E aí? Como foi o fim de semana? – Perguntei, dando a mão pra ele para ajudá-lo.

- Foi bom – respondeu curto e seco, como se não tivéssemos algum tempo de amizade.

- Pedro, tem alguma coisa errada? – Parei no meio do caminho e ficando de frente pra ele – Você tá estranho desde a hora que eu peguei o livro.

Ele respirou fundo, como se temesse essa pergunta, mas ao mesmo tempo, queria que eu a fizesse.

- Mari, você pode pensar que não, mas eu sei que você tá diferente. Não adianta negar. Naquela hora, ficou claro isso. E tenho medo de te perder – ele deu um passo à frente – Será que não dá pra gente terminar essa conversa em outro lugar?

Eu peguei a mão dele e o ajudei a entrar no carro. Coloquei seu cinto e senti sua respiração em meu pescoço. Levei-o até o parque, achei que lá teríamos um ambiente mais calmo.

- Tem mais alguma coisa a dizer? – Perguntei, sentando na beirada do lago e ele sentou do meu lado.

- Tenho sim. Como eu ia dizendo, eu não quero te perder. Nunca me senti tão feliz como agora. Você deixou meus dias mais completos. Ter você como amiga é muito especial. Uma vez, eu disse para a Paula que é como se você fosse meu anjo – na hora, eu me lembrei dessa conversa. Mal sabe ele que eu escutei tudo – E então, a gente se beijou. Mari, você não tem ideia de como foi bom para mim. Passei o fim de semana pensando nisso e de como seria bom te encontrar, ouvir sua gargalhada, sua voz, sentir sua respiração diferente quando você lê. Sério, é encantador. E aí, pareceu que, para você, tinha sido bom igual. Mas hoje eu percebi que não é bem assim que a banda toca.

A cada palavra dita, meu coração se despedaçava. Ele dizer aquelas coisas confirmava as minhas suspeitas. Ele sente algo por mim, não sei a intensidade e nem se ele sabe, mas esse sentimento está lá.

Tentei me controlar, mas não consegui e comecei a chorar. Não aguentava mais, eu tinha que falar para ele tudo que eu sentia. Não podia mais mentir para mim.

- Pê, eu tenho uma coisa para te dizer e te peço uma coisa: não me interrompa enquanto eu não terminar. Porque, se eu parar, perco a coragem. Bom, lá vai – disse e respirei fundo – Não sei quando, nem sei como. Não sei. Não tenho como te responder essas coisas. Só sei que é isso. Não sei se foi no primeiro momento em que te vi, no momento que li pela primeira vez para você, não sei. Só sei que foi por você. Foi por teu sorriso, que pelo amor, dá pra iluminar toda a cidade; foi pela sua risada, que parece uma sinfonia feita por anjos; foi por... Por, simplesmente, tudo fazer parte de você... Pedro, eu sei que isso pode ser um grito no vácuo, ou sei lá, mas não podia mais guardar pra mim... Eu estou loucamente, inteiramente e totalmente apaixonada por você.

Quando eu terminei, senti que tirava um peso de toneladas das minhas costas. Como se as palavras pesassem.

- Mari, eu... Eu não sei o que dizer – ele respondeu, depois de um tempo em silêncio.

Ah, que lindo. Comecei a achar que tinha feito uma besteira gigantesca. Posso ter colocado nossa amizade em risco. Posso ter feito com que ele se sinta obrigado a algo. Acho que fiz a maior burrada.

- Pê, por favor, esqueça tudo que eu disse! – falei, sem pensar – Isso foi algo que, bem, é... Eu li na internet e quis compartilhar com...

Antes que eu pudesse perceber, ele me puxou e me beijou.


Superações do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora