Capítulo 1

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Quando estou com raiva, não olho ao redor e nem me preocupo se estou sendo observada. Bom, neste dia eu estava morrendo de raiva.

O motivo? Minha avó teve uma de suas crises diárias de raiva. E claro que ela descontava em mim toda sua frustração, afinal eu era a única pessoa que morava com ela. Às vezes ficava impressionada, com fato de ainda estar com ela. Acho que devia ser porque eu a amo, mesmo sendo assim, tão amarga.

Não agüentei ficar em casa, com ela descontando em mim sua raiva, pelas suas frustrações. Disse-lhe que precisava ir ao supermercado, e ela apenas disse para não demorar.

Eu andava tão distraída, que meus pensamentos foram direto para minha mãe, deveria ter ido com ela para o Rio de Janeiro, mas não queria deixar minha avó sozinha. Agora sabia que tinha tomado a decisão errada, me arrependia mais a cada dia.

Senti um aperto no ombro e parei de andar abruptamente. Virei preparada para lançar um olhar nada gentil, e dei de cara com um homem fodidamente bonito. Seus cabelos castanhos faziam ondas em sua cabeça, mostrando sua rebeldia, seu nariz era fino e reto, e olhos de eram de um tom chocolate que nunca tinha visto.

Ele sorria para mim! O que me fez prestar atenção em seus lábios carnudos e bem desenhados.

-Desculpe-me. Mas você deixou cair isto. -Ele estendeu a mão e vi minha pulseira de ouro que ganhei quando era bebe da minha mãe.

-Muito obrigada. -disse com a voz vacilante pegando a pulseira de sua mão.

O que estava acontecendo comigo? Á pouco estava brava, e quando encarei esse estranho, um sorriso derretido nasceu em meu rosto.

-Isso é muito importante para mim, não sei o que faria se tivesse perdido. -completei, tentando fazer minha voz sair mais firme.

-Não foi nada. Você deve estar bem distraída por não ter notado quando caiu. -Meus olhos caíram para seu corpo, por debaixo de seu jeans solto e camisa branca social, pude notar que possuía um porte de quem passava horas na academia.

Ele estendeu novamente sua mão, desta vez para me cumprimentar. Rapidamente desviei o olhar de seu belo corpo. Ruborizei quando o vi rindo, um som grave.

-Sou Benjamim.

Apertei sua mão, sentindo a eletricidade pelo contato, seu aperto era firme e quente. -Viviane. -Foi só o que consegui dizer.

De repente me senti muito envergonhada.

-Viviane Miranda. -Ele disse. O olhei de cenho franzido. Como poderia saber meu nome? -É o nome que está escrito na pulseira. -explicou, quando percebeu a expressão de desentendimento em meu rosto.

-Ah. Sim. -murmurei nervosamente.

Nunca estive perto de um homem tão bonito.

-Você mora aqui por perto? -perguntou depois de um longo minuto de silêncio.

-Sim.

-Também. Acabei de me mudar. Ainda estou me acostumando com a nova casa. -comentou.

Ele estava puxando assunto. Notei.

-Então, seja bem vindo. Você vai gostar daqui, é um lugar bem calmo e agradável.

Ele ficou me examinando, com uma expressão estranha.

Lembrei-me que estava a caminho do supermercado, se demorasse mais que o tempo necessário minha vó questionaria.

Era hora de dizer adeus ao príncipe.

-Bom, eu já vou indo. Mais uma vez obrigada.

-Nos veremos logo Vivian. -Ele pegou minha mão e levou aos lábios dando um beijo quente.

Doce SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora