It's a war zone

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| l a u r e n |

Eu tinha aprendido a tricotar. Pode parecer uma coisa chata e coisa de gente velha mas eu gostei de verdade. Ah, e nessas últimas semanas Camila me ajudou com várias coisas. Claro, que ela tinha que disfarçar que me conhecia mas sempre quando havia tempo, conversávamos sobre vários assuntos, como antigamente.

"Cams, como estão os outros, lá fora?" Perguntei, com cuidado para ninguém mais ouvir.

"Eu não falo mais com eles." Respondeu ela, séria.

É incrível como as coisas podem mudar assim tão rapidamente, a um tempo atrás a gente se falava, saia junto, vivia junto. Mas agora, é como se não nos conhecêssemos.

"Seus pais já vieram te visitar aqui?" Camila sorriu graciosamente.

"Não, eles não deixam ninguém vir visitar a gente aqui." Respondi com indiferença.

"Mas... Pode sim, me avisaram isso assim que cheguei... Tem uma sala de visitas."

"Mas, eles me avisaram que eu não poderia receber visitas!" Agora estava confusa.

"Ai... Eu acho... Esquece, vamos mudar de assunto." Camila se recompôs.

"O que? Me conta!" Implorei.

"Não fica magoada, está bem? Mas acho, que seus pais pediram pra te dizer isso sabe... Não porque eles não queriam te ver, claro... Deve ter outro motivo." Disse ela confusa.

"Eles não querem me ver. Não querem ver sua filha maluca da cabeça." Respondi com aperto no coração.

"Você não é maluca. Você é uma das melhores pessoas que conheço!" Disse a garota animadamente. "Hey Lau, eu preciso ir, me pediram para cuidar de um dos pacientes da Ala C, sinto muito... Volto o mais rápido possível."

Me despedi com as mãos e vi ela sumir entre aqueles corredores brancos. Aqui até não parecia ser tão ruim assim com a presença dela. Mas mesmo assim, meus pais não queria me ver, porque? O que eu fiz pra eles?

| d i n a h |

Tic Toc. Faltava apenas 5 minutos para meia noite, somente isso, para que eu conseguisse escapar daqui. Ainda não sei ao certo se deveria fazer isso, mas é minha única chance de sair desse inferno.

Estou pronta para começar a minha pequena encenação. Comecei a tossir muito e fazer baixos barulhos de dores. Espero que funcione.

"Guarda! Guarda! Estou passando mal, por favor, me leve ao banheiro!" Chamei, pela pequena janelinha que tinha na enorme porta de ferro.

"Você vai ficar bem." Ele respondeu sério, teria que tentar mais.

"Por favor! Não irá levar mais de cinco minutos!" Implorei e ouvi um som de negação dele mas logo em seguida a porta foi aberta.

"Vamos. Rápido." Ele segurou-se no meu braço e começou a me levar ao banheiro mais próximo.

Avistei no corredor escuro a frente, uma porta grande que indicava onde era o banheiro.

"Não demore muito. Vai." Disse ele me empurrando lá dentro e fechando a porta.

Agora eu tinha que esperar aquele santo garoto aparecer e me tirar daqui, eu estava nervosa, suando, respiração pesada. Ouvi uma movimentação do lado de fora.

Truth Or Dare (Verdade Ou Consequência) Onde histórias criam vida. Descubra agora