Meu Príncipe Desencantado (Parada Momentaneamente)

Capítulo 20

Nós descemos a escadaria em silêncio, ainda com nossos braços cruzados.

A lanchonete da escola é como a cantina com a diferença que; os lanches são mais gostosos e pagos, as mesas são ao ar livre e só eles atendem no intervalo. Já o refeitório os lanches são grátis, não muito apetitosos, tem horário e o ambiente é fechado.

Fizemos nossos pedidos e discutimos um bom tempo sobre o pagamento do meu lanche. O machista do garoto brigava comigo alegando que ele devia pagar por ter me convidado, porque tinha que ser um verdadeiro cavalheiro e por ele ser um garoto. Neguei diversas vezes, não aceitando suas desculpas e não achando justo pois recém havíamos nos conhecido e eu poderia pagar meu próprio lanche perfeitamente. Odiei sua teimosia de primeira! E em um momento despercebido ele me enganou dizendo que tinha alguém chamando por mim e quando me virei pra ver quem era o idiota do garoto já havia se acertado com a balconista. Ela ria da gente por enquanto que eu não achava a menor graça.

Ele me direcionou para uma mesa vazia e desenroscou nossos braços. Puxou uma cadeira e fez gesto com a mão pra que eu sentasse, antes de aceitar gargalhei, ele riu e se sentou a minha frente.

- Você é mal educada garota! Não se ri de um menino que quer ser apenas um cavalheiro -Ele se faz de ofendido.

- Não sei o porquê mas tenho muita certeza de que você não é tão educado assim. -Comento rindo.

A moça que entrega os pedidos nos trás o nosso. Ele espera a menina se afastar e então me encara.

- Assim você ofende a minha pessoa, moça! -Ele coloca a mão em seu peito, fingindo indignação.

- Não, é sério! -Tento parar de rir, por enquanto que bebo meu suco natural de abacaxi. Você tem uma carinha sapeca.

Já falei que sou derretida por suco natural de abacaxi e por empada de requeijão? Amooo *--*

Ele abri a boca incrédulo e pousa o copo descartável de seu suco natural de manga sobre a mesa.

- Que menina ousada! -Disse rindo. Eu sou pura inocência, só pra constar.

- Posso fingir que acredito -Sorri e dou de ombros. Se isso te faz feliz.

Ele balança a cabeça rindo e logo em seguida dá uma mordida em seu pastel de Catupiry.

Ele fica uns segundos concentrado em seu lanche e então faz careta e me encara.

- Qual é o seu nome mesmo? -Pergunta me olhando.

Me pegou desprevenida e mesmo estando ocupada com meu lanche, sua frase desperta a minha risada e eu quase me afogo com o suco. Ele me olha sem entender o porquê do meu ataque de riso mas mesmo assim me acompanha na gargalhada.

- Sério? Que tipo de garoto convida uma garota pra ir a lanchonete da escola sem ao menos saber o nome dela? -Balanço a cabeça negativamente.

Ele riu e mordeu o lábio inferior.

- E que tipo de garota aceita ir em uma lanchonete da escola com um garoto, sem ao menos ter a idéia do nome que o ser tem? É o fim dos tempos!

Cerro os olhos em sua direção e me endireito na cadeira.

- Bom, você pode até ter essa carinha de severgonha -Admito rindo e ele abri a boca desacreditado. Mas não acho que seja um maníaco.

Cadê a minha timidez?

- Você é muito abusada, sabia? -Ele riu.

- Vou encarar isso como um elogio! -Resmungo me fingindo estar brava.