Eu estava animado para o segundo dia de trabalho. Várias mensagens chegaram em meu celular assim que conectei ao WiFi. 200 mensagens era apenas de um grupo de anime, 5 era da minha sobrinha e haviam mais duas, uma era de Eduardo e a outra de James, que me desejara bom dia. Respondi e visualizei as outras mensagens. Me levantei como se fosse ganhar lugar no trono do reino mais rico do mundo. Arrumei minha cama e desci para colocar a água para ferver, e subi novamente para o banheiro que ficava no andar de cima. Tentei escovar os dentes mais rápido, antes que a água fervesse. Não acordo se não beber café, mas se bem que eu já se encontrava ligado jos 220w naquela manhã.
Peguei minha jaqueta de couro colege preta e vesti sobre uma camiseta de gola v cinza, usava minha calça skinny preta, e um gorro cinza claro sobre a cabeça deixando alguns dos meus cachos expostos. Eu amava meus cachos. Coloquei meu fones de ouvidos e cintonizei na rádio Antena1. Depois de que fui roubado, passei a usar um celular com poucas funções e simples, até que eu pudesse criar condições de comprar o mesmo celular que antes
Naquele dia me desloquei da Vila Andrade do sul de São Paulo e fui rumo à zona leste, shopping Analha Franco. Eu estava fudido, não sabia como chegar. Apenas fiz baldeações até chegar na linha azul onde fui direto para o Tatuapé, lá eu fiz uma pequena parada para tomar café, a final de contas eu chegaria muito cedo pelas minhas contas. Realmente acabei chegando uma hora antes. A estação de metro onde eu havia desembarcado dava acesso ao segundo andar do shopping e embaixo ficava a estação de ônibus, assim que terminei me encaminhei direto para lá. Procurava entre vários ônibus um que me deixasse de frente ao shopping, a minha sorte era que tinha um ônibus que ia direto para lá. Mas ele estava realmente cheio, fiquei enseguro de ser roubado dentro do ônibus, isso acontece. Apertei minha bolsa o máximo que pude sobre meu corpo. Sim eu carregava uma bolsa bege de apenas uma alça de lado transversal, ela era cheia de bottons de anime que eu gostava, dentro estava meu livro de assassin's creed, batom de cacau, documentos e guloseimas. Carregava o necessário. Só não carregava mais comida por que era impossível.
Na primeira oportunidade que eu tive me atirei sobre o banco que agora ficara livre, a viagem estava sendo um pouco demorada, ainda ouvia a rádio quando tocara Take me Church de Hozie. - Aquela música me fazia sair do mundo real e ir para um mundo em que eu tanto sonhava. - Depois de meia hora eu já havia chegado no meu destino, era um shopping grande e bonito. Fiquei na porta de entrada esperando que liberassem a minha entrada, Camila a garota que esteve comigo no primeiro dia estava lá novamente para o segundo dia de treinamento.
- Oi Renan - ela viera em minha direção, me abraçou e me deu um beijo no rosto. - tudo bem?
- Estou bem sim, obrigado por perguntar. - disse dando um sorriso suave. - E você como está?
- Estou bem. - respondeu ela. Olhei ela por alguns instantes, ela usava uma blusa de frio verde pantano com um gorro que em sua volta havia pelos na cor bege, usava também uma calça jeans escura e justa deixando as curvas de seu corpo bem moldadas, carregava uma bolsa preta de couro com alguns detalhes metálicos. Ela tinha um ar bem sedutor, e o seu chanel deixava-a mais charmosa.Conversamos sobre o motivos que havia nos levado a trabalhar naquela área de slow food. Para mim estava maos que óbvio precisava de um emprego, pois tinha que pagar meu aluguel. Minha mãe sempre utilizava este momento em que eu estava sem trabalho para tentar me arrastar novamente para debaixo de suas asas. Eu não poderia fraquejar, tinha que aguentar aquilo por algum tempo, o Brasil estava em crise e eu não tinha escolha. Os motivos da Camila era que ela tinha filhos para cuidar, ela não era mãe solteira, mas só o seu marido não daria conta de tudo.
Aquele dia o treinamento fora fácil, eu já tinha experiência em cozinha então em certas partes eu já conseguia dominar no primeiro momento. A higiene era um fato importante de meia em meia hora todos tinham que lavar as mãos. Quem ficava na copa usavam luvas, as azuis eram para manipular alimentos, amarela para lavar a louça e as luvas verdes era utilizados para fazer a limpeza. Havia panelões cheios de água fervente com massas sobre os fogões gigantes, um rapaz mexia de um lado para o outro aqueles macarrões. Ali perto havia uma garota que pesava e insacava as massas, e ao mesmo tempo recolhia os talheres de dentro da maquina de lavar, ela era extremamente rápida.
No segundo andar ficava o escritório do gerente, o estoque e a casa de máquinas. No atendimento haviam dois caixas, um deles eu percebi de cara. Esse cara é Mona. Enquanto que na frigideira ficava o treinador e o gerente. Acompanhei tudo de perto. Fora uma longa jornada de trabalho. Camila e eu fomos liberados as 16:00h devido não termos feito o horário de almoço. Procurei um lugar onde eu podes se comer enquanto ela se arrumava. Queria comer sanduíches que não tivesse carne, - Quando digo carne, me refiro carne vermelha. - mas nunca gostei do Subway, minha opção foi comer no Bob's onde pedi um sanduíche com frango e pedi um refrigerante sem gelo, por que nessas lanchonetes de fastfood eles sempre colocam bastante gelo e pouco refrigerante, e também o dia estava frio.
Camila havia terminado de se arrumar, ela esperou comigo até meu lanche estar pronto, procuramos um lugar para sentar. Estávamos no ultimo andar do shopping, e o legal era que haviam janelas de vidros enormes e o teto também. Eu podia ver a fina chuva cair lá fora. Encontramos uma mesa perto das janelas, como eu adorava dias assim.
- Isso vai te satisfazer? - Perguntou Camila puxando a cadeira e se atirando nela.
- Tenho sim, não sou de comer muito. - disse tentando rasgar o sache de ketchup, era quase uma luta.
- Ta com muita dificuldade ai gatinho?! - disse ela sorrindo vendo o quanto me esforçava para abrir aquilo.
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Um Café Para Dois
RomanceSabe quando você acha que tudo está perdido? E que o Ser Humano é a criatura mais mesquinha da terra que não enxerga um passo além do umbigo? - Pois é, era assim que eu pensava. Independente de quem eu conhecesse, acabaria me decepcionando ou me aut...