Eu estava feliz em ter conhecido o James, ele realmente fora um cara legal. Mantivemos contato durante uma semana pelo whatsapp. Estávamos ansiosos para nos vermos novamente, eu fiquei surpreso não achei que fosse algo que iria fluir. Na verdade eu tentava não ter tanta expectativa em relação aquilo, porque em meus pensamentos uma hora ou outra assim que ele conseguisse o que queria nunca mais nos veríamos. Eu já estava cansado da vida de curtição e não se apegar, é tanto que fiquei um ano sem ninguém, sem beijos e sem sexo, e talvez fora um dos melhores anos que já tive.
Vai entender o ser humano depois que cresce parece que fica burro, beijar alguém é muito bom, sim posso concordar, mas dizer que não pode viver sem isso é idiotisse. Fora uma longa semana pra mim no trabalho, e havíamos marcado para se encontrar na minha folga, eu iria pra casa dele passar o final de semana e voltaria pra casa no dia seguinte.
No dia fiquei um pouco ansioso quando dera a hora de ir embora, me troquei com toda rapidez possível, aquele lugar era um forno, eu me trocava na sala de maquinas, nunca gostei que me vissem me trocando, paranóia minha, talvez seja. Mas na verdade eu achava estranho, sempre me trocava na sala de máquinas, um lugar como já diz, há máquinas, mas também ali era armazenado caixas de papelões que seria descartado a noite, o lugar era um pouco apertado, mas não tive tanta dificuldade para me trocar ali dentro.
O vestiário e o estoque junto a casa de máquina ficavam no piso superior da loja de slow food. Corri para bater o ponto e desci as escadas, me despedi da equipe da tarde e sai em direção à entrada principal do shopping que dava acesso à Avenida Paulista.
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Eu estava a caminho de Jabaquara, no metrô consegui um lugar na janela - Por mais que eu não fosse ver paisagem alguma eu sempre me sentia melhor ao lado da janela. -, onde apoiei minha cabeça no vidro da janela, o que fez meus óculos me incomodar. Eu contava as estações enquanto teclava com James pelo Whatsapp, ele iria me esperar na estação do metrô. Senti aquela sensação idiota de borboletas no estômago, para dizer a verdade pode parecer idiota, mas é incrível poder sentir aquilo. - Ai você diz: "Isso é coisa de gente apaixonada." é talvez fosse, mas quem nunca pagou de babaca uma vez na vida, ou várias como eu?
Me senti aliviado quando cheguei na parada final, estava menos movimentado do que a última vez que eu vi, e aquilo pra mim era a melhor coisa que poderia acontecer, já que estações de metrôs são sempre cheias. Me levantei com calma e respirei fundo, não queria passar a imagem de que eu estivem em fallen love, e realmente não estava, eu queria apenas curtir aquele momento. - Mentira, na verdade estava com medo de que tudo aquilo desse certo e de que tempos depois eu descobrisse a mesma merda que meu ex havia feito, mas era hora de me arriscar, olhar para frente e tentar, talvez ele fosse um bom rapaz, talvez.
Atravessei a catraca assim que o vi. E lá estava ele com sua blusa moletom marrom, seus cabelos cresciam formando uma camada negra de cabelos curtos, não me lembro de ter mencionado que ele já havia raspado a cabeça. Mas agora seu cabelo crescia. Nos cumprimentamos com abraços e eu dei um beijo em seu rosto, - Que merda Renan! - fiquei acanhado quando me dei conta do que fiz e senti a minha face arder. Durante o caminho da sua casa conversamos do que acontecera nesses dias em não nos vemos, por mais que estivéssemos mantendo contato por mensagens eu apenas falava o básico, assim como ele, o que fez com que tivéssemos assunto para conversar.
A casa parecia sempre estar vazia, eu apenas havia conhecido um amigo de James que morava lá também. Subimos direto para o quarto dele, passamos aquele dia assistindo um filme chamado Deixe-me entrar . Antes disso tentamos assistir Deus não está morto, mas não estava tão empolgante, para ele. A mesma coisa o segundo filme, eu estava sentado ao lado dele na cama, algumas das vezes conversamos sobre as cenas e os efeitos do filme, meus olhos pareciam pesar em algumas cenas, perguntei se eu poderia deitar em seu colo e ele consentiu colocando o travesseiro para que eu deitasse, ele afagou meus cabelos e me fizera um cafuné. - Que sensação gostosa. - Quando percebi que quase estava entrando em sono me levantei e voltei a sentar ao seu lado, um nervosismo tomou conta de mim, já não sabia o que dizer. - Na verdade sou péssimo em puxar assuntos, eu sempre acabo falando merda ou algo do tipo. - Minhas mãos suavam, o encarei, e ele parecia estar do mesmo jeito e foi quando o beijei. - Na verdade, dei apenas un selinho, e ai meu amigo demos continuidade aos beijos. E incrível que pareça depois de muito tempo ele foi o único que não bateu os dentes nos meus, na verdade o primeiro.
Quando dera a hora de dormir demos início novamente aos beijos e carícias, ele estava sendo delicado e gentil. O que me fez gostar bastante, sentir seus lábios em meu pescoço foi magnífico, me fez arrepiar. - Nossa to parecendo aqueles adolescentes que se apaixona pela primeira vez antes de dar merda.
- Você tem certeza de que quer isso? - Ele indagou sussurrando em meu ouvido.
Gaguejei pra dizer um sim. - Na verdade queria e não queria, mas ai parei e pensei, se eu fizesse logo, talvez acabariamos com esse conto de fadas maluco, cara tava muito perfeito e aquilo me assustava. Então o que eu pensava era, se eu transasse logo com ele, no dia seguinte ele diria que não queria nada sério e que não passaria daquilo e eu ficaria tranqüilo. A minha mente é uma merda, talvez você não me entenda, ou talvez se sinta como eu.
Havia sido um momento inesquecível, depois de anos finalmente uma noite que valeu apena. No dia seguinte levantei cedo junto com ele. Ele se arrumava para trabalhar e eu estava de folga.
- Se você quiser pode ficar, depois pede pra alguém daqui de casa pra abrir o portão. - disse ele vestindo uma calça social preta.
- Não obrigado! - disse me levantando enrolado no cobertor. - Mas eu acho melhor eu ir agora.
- Tudo bem, vamos descer pra tomar café?
- Sim, mas antes quero ir ao banheiro.
- OK, fica lá em baixo.
Me vesti o mais rápido que pude para descer e ir ao banheiro, lavei o rosto e enxaguei a boca, enquanto isso James havia colocado a água para ferver. Sentei na cadeira apoiando os braços sobre a mesa e o observei preparar os utensílios para o café, ele parecia tímido, vi ele tremer ao tentar colocar o pó de café no filtro, o que fizera ele derrubar. - De modo algum iria rir, mas vontade não faltou, ele havia ficado corado e disse que aquilo era caso isolado. Durante o café falamos poucas coisas, na verdade não tínhamos assunto para conversar,. Estávamos prontos para sair, dei uma ultima olhada no espelho retangular da sala que fica acima do sofá coberto por uma capa verde que se encontrava a o lado das escadas em formato de caracol. De primeira não consegui gravar os lugares dos móveis, fora apenas uma olhada de relance.
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Um Café Para Dois
RomanceSabe quando você acha que tudo está perdido? E que o Ser Humano é a criatura mais mesquinha da terra que não enxerga um passo além do umbigo? - Pois é, era assim que eu pensava. Independente de quem eu conhecesse, acabaria me decepcionando ou me aut...