Capítulo V: Efeito Avestrus

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  Havíamos marcado para que eu fosse até a casa dele no sábado ás 12:00h, no entanto, quem bem me conhece sabe que para encontros eu sou uma pessoa que se atrasa bastante. Acabei chegando na estação de metrô ás 14:00 da tarde. Ele estava me esperando perto das catracas. - Claro que avisei que hora deveria chegar, imagina só se eu o deixa ali esperando plantado, com toda certeza ele amarraria uma corda no meu pescoço e me arrastaria pela rua até sua casa. - O avistei e percebi um curto sorriso tomar forma em seus lábios. Ele se aproximou para um abraço e eu senti meu corpo arder, minha face fervia como um vulcão em ebulição. - Que merda! Eu queria muito controlar essas coisas. - nos encaramos por alguns segundos, ele me perguntou como eu estava e o que eu tinha feito de bom durante este curto período em que não nos vimos.

- Ultimamente nada demais, apenas trabalhando. - Disse seguindo-o quando ele indicou o caminho. - E você?

- Acho que a mesma coisa. - Ele deu um curto sorriso e eu permaneci sério. - Por aqui, preciso comprar um espelho novo para o banheiro de casa.

- Porquê? O que aconteceu com o outro?

- Vamos se dizer que ele acabou recebendo um soco.

- Acho que brincar de Mortal Kombat com espelho não é lá uma boa ideia.  - E ele fez uma piada de Hadouken, e eu olhei para ele, e pensei, sério que ele disse isso é ri comigo mesmo, não na verdade eu ri, e ele me disse que meu sorriso era bonito e eu tentei conter. Não não como reagir ao um elogio.

Saindo pelo terminal de ônibus rodoviário da estação, viramos para direita e seguimos uma rua direta onde havia algumas lojas de coisas domesticas, entramos em uma loja menor, tudo estava no seu lugar, mas mesmo assim não tinha aspecto de ser um lugar organizado, e a iluminação era fraca e aquilo era uma coisa que meus olhos agradeciam, ele acabou escolhendo um espelho de moldura simples e com um preço acessível, mas não que os outros não seriam.

A sensação de que aquilo tudo acontecia pela primeira vez ainda permanecia, e eu odiava, cara eu não sabia o que dizer, quem bem me conhece sou bem comum em soltar besteira quando não tenho nada para falar e sou meio que obrigado a isso. A caminho para sua casa passamos novamente de frente a estação de metrô que ficava próximo a cafeteria onde tomamos café na primeira vez em que nos vimos.

- Quer tomar um café?

- Não obrigado, na verdade estou com sede. – Enfiei as minhas mãos dentro dos bolsos não queria demonstrar nervosismo.

- Então vamos para casa.

  Andamos o caminho todo com apenas ele falando, na verdade como já disse anteriormente eu não tinha nada para falar, ou até tinha, mas não sabia por onde começar, eu acabei me impressionando com o modo que ele gesticulava enquanto contava sobre os acontecimentos da semana.

Quando chegamos em sua casa, da porta da cozinha eu percebi uma movimentação, meu coração parecia querer sair pela garganta, meus olhos se arregalaram, minha boca ficou seca, e minhas mãos suavam bastante,  meu corpo gelou. A família dele estava ali presente, eu quase entrei em pânico, pensei em várias vezes de sair correndo ou de tentar enfiar a minha cara em algum lugar, eu não estava preparando para aquilo, se eu soubesse teria me produzido mais. Eu estava usando uma camiseta xadrez com uma mistura de marrom e bege com uma camiseta branca por dentro, usava calça jeans e meus óculos de grau de armação amadeirada, é um chapéu cocô. Primeiro fiquei com medo de como a mãe dele reagiria ao me ver, mas tudo havia corrido bem, ela era uma pessoa extremamente simpática e um doce de pessoa, Jamies havia puxado sua fisionomia, isso era perceptível, seus irmãos também, uma garota e um outro rapaz com quem dialoguei pouco. Jamies me chamou para irmos conversar em seu quarto, eu pedi licença e o segui até o andar de cima, sentei sobre sua cama e pensei em como deveríamos começar a falar sobre o assunto. Ele se dirigiu para perto da mesinha de computador onde ele ligou seu notebook e abriu o seu navegador direto no browser da Netflix.

- Vamos assistir um filme?

- Ah pode ser. – Disse com uma voz arrastada.

Ficamos uns 15 minutos decidindo qual filme iriamos assistir, foi algo relativo ao um chefe de cozinha, eu fiquei próximo aos pés da cama enquanto ele se escorava sentado na cabeceira, algumas vezes nos olhávamos e eu desviava o olhar meio que sem jeito. – Eu imagino o que vocês devem estar pensando. Quanta viadagem, não é mesmo? – Estávamos na metade do filme quando ele descera para servir nosso almoço, posso dizer que a mãe dele era uma cozinheira de mão cheia, tempo depois acabei pegando no sono antes do filme acabar. Que mancada. Depois que acordei, ele pediu para que eu o ajuda-se a embalar uma TV LCD para envia-la de volta a fábrica.

- Você pode escrever pra mim o endereço? – Ele pediu

- Claro, peguei a caneta e escrevi o endereço que ele ditava.

- Suas letras são uns garranchos.

- Isso não é novidade. - rimos.

Assim que terminamos de embalar a TV e limpar aquela pequena bagunça, subimos novamente para o seu quarto, ele falava e falava e eu? Bom nesse momento eu não me lembro onde minha cabeça estava, mas não prestei atenção no que ele estava falando, talvez algumas coisas sobre Game Of Thrones ter dragões e ai voltei a prestar atenção nele novamente. Estávamos sentados sobre sua cama, mais parecíamos dois adolescentes virgem que nunca havia beijado na vida, do que dois adultos que já haviam trepado na vida, garanto se a cama dele fosse um pouco mais alta naquele momento estaríamos balançando a perna com a cabeça baixa olhando de soslaio um para o outro. Minha garganta estava seca e minha mente vazia, como sempre nesses momentos costumo a travar, ele se aproximou vagarosamente, colocou sua mão esquerda sobre a minha senti o calor que emanava dela, minha mão suava, eu senti meu corpo tremer, minha respiração aumentou o ritmo, meu Deus! Achei que iria infartar. Sua mão direita pousou sobre minha nuca e ele me puxou carinhosamente para um beijo, no qual batemos os dentes. A perfeito, agora que ele vai achar que não sei beijar, mas essa não era a primeira vez que nos beijamos, mas era a primeira vez que isso havia acontecido. E ai a coisa começou a esquentar do toque suave foi indo para um toque mais firme e em seguida para um mais saliente. Seus lábios percorriam meu pescoço, o que fez minha pele arrepiar. Ele me impresou sobre a parede me tocando, enquanto eu brincava com seu amiguinho dentro de sua calça, mas de amiguinho ele não tinha nada, se é que me entende! Sua mão direita agora agarrava-se aos meus cabelos me fazendo deslizar a cabeça para trás enquanto ele mordia de leve meu pescoço, caímos sobre a cama. Eu estava sobre ele, as janelas estavam abertas e as cortinas balançavam as vezes escondendo o seu rosto, e quanto descobria aquele olhar de lobo faminto por sua presa, nos despimos pouco a pouco, ele vestiu o preservativo e fizemos amor. A brisa batia em nossos corpos, que se encontravam suados, tentamos fazer menos barulho possível, não queríamos que ninguém ouvisse nada, ao mesmo tempo que eu sentia o leve frescor da brisa, ainda se podia sentir a fraca temperatura dos raios de sol que entravam pela janela.

Depois daquele dia, as coisas pareciam que iam dar certo. Fiquei um pouco contente, mas ainda não tinha tanta fé que fossemos dar certo. Mas tourinos são cabeças duras isso são. E dali em diante realmente fluiu, nos finais de semana já estava sendo reservado para passarmos o dia juntos, conversávamos bastante, as vezes eu ficava na sala dá casa dele interagindo com sua família, é assim fui conhecendo eles aos poucos.

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⏰ Última atualização: Mar 02, 2017 ⏰

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