Selene, a Lua.

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- Como você sab... - Robert saber aquilo surpreendeu Peter.

- Gatos noturnos, já investigaram sua vida, inclusive sobre a sua habilidade. Você sabia que a pessoa manifesta tanto sua linhagem quanto a habilidade no inicio da infância? Podendo herdar o genes da mãe, do pai ou em casos mais raros o de seus ancestrais, mas em casos mais raros os deuses... Você vai entender. Eu conheci a Rose, se não fosse por ela, o Sigma não existiria.

Robert quando falou isso, se levantou e jogou as cinzas do charuto no cinzeiro em uma pequena mesa ao lado da poltrona e foi a caminho da porta.

- Pedirei pra Marie arrumar um quarto pra você dormir hoje. Você pretende voltar pra sua casa amanhã?

- Sim senhor, eu causaria algum problema à sua família ficando aqui. - Peter lembrou que algum dia teria que voltar pra casa, e abaixou a cabeça.

- Tem certeza? Pode ficar até o dia do teste. Se passar, só precisará buscar suas coisas.

- Mas minha hab...

- É claro que aqui, como condição você teria um treinamento pesado até conseguir controlar sua habilidade. Você tem quinze dias até o final dos testes.

Robert saiu antes que Peter pudesse falar qualquer coisa, e disse algo para a empregada que estava parada na frente da porta que ele não conseguiu ouvir. Poucos segundos depois, Marie chegou na sala de estar e pediu para Peter segui-la, e de acordo com o caminho, estava em um quarto a frente do da Alice.

Passou o resto da noite pensando na oferta de Robert e se deveria aceitar, demorou muito para dormir já que passou a tarde inteira dormindo, mas quando fechou os olhos e adormeceu, se viu no meio de uma ponte, o sol estava nascendo, uma cena bélica e rara. Ao seu lado estava a garota misteriosa parada, olhando para o sol e segurando o guarda-sol como sempre, e do outro lado havia uma garota com um visual rebelde, tinha um cabelo preto bem curto, mas sua franja era o suficiente para lhe tampar um dos olhos, estava deitada na ponte formando um triângulo com seus braços se apoiando neles, do seu lado tinha um escudo e uma espada, aparentemente bem gastos, ambos eram pretos, com o punhal da espada e alguns detalhes do escudo de coloração dourada.

- Finalmente podemos conversar direito, Peter. - disse a garota do guarda-sol com uma voz doce. - Eu sou Selene, a lua. - quando encarou ela, viu que seu olho era cinza.

- O que é, retardado? Esqueceu como falar? É um idiota mesmo! - berrou a garota rebelde.

- Ora belona, não seja rude com o convidado! - disse Selene em um tom calmo.

- Como assim? O que isso significa? - Peter estava muito confuso com tudo aquilo tão repentino.

- perdoe-me, eu não pude explicar direito na vez que você me salvou. Belona achou você alguém digno de receber a benção dela.

- Não fique se achando, idiota! Você é desprezível. Só não quero que morra sem poder lutar. - falou em um tom arrogante e logo depois cuspiu pro lado.

- Isso é algo bem raro de acontecer, o ultimo que fez isso foi Hefesto. Fique feliz, nos escolhemos a quem dar nossa benção a dedos, diferente dos deuses das linhagens.

- Se já acabou seu discurso, o tempo de Eos já está acabando. - disse Belona se virando e deitando de lado, observando o nascer do sol.

- Que triste, parece que já vai amanhecer... Foi bom te conhecer, Peter.

Antes que pudesse responder Selene, acordou em um pulo com falta de ar. Ficou alguns minutos deitado depois de acordar, refletindo sobre as informações frescas em sua mente, pensando se deveria contar para Alice sobre aquilo, mas acabou por decidir que deveria falar com Robert primeiro, alguém que provavelmente havia passado pelo mesmo ao que as informações lhe indicavam.

Saindo do quarto, por ironia do destino, acabou dando de cara com Alice, que aparentemente havia acabado de acordar também, mas sua reação foi dar um pulo pra trás e com as mãos na boca, tinha uma expressão de surpresa.

- Pe-Peter! Seus olhos!

No mesmo momento, Peter lembrou que tinha um espelho rústico no quarto de hóspedes bem na frente da sua cama, correu imediatamente, por um momento cogitou a hipótese de estar sem nariz ou uma terceira orelha pela expressão de Alice, mas o que na verdade tinha acontecido era seu olho, que novamente havia mudado cor, dessa vez estava roxo escuro, semelhante aos de Belona, não sabia como explicar para Alice aquilo, então fingiu não saber de nada e retornou ao corredor.

- Eu pensei que tinha criado chifres ou tivesse saindo fogo da minha cabeça. - disse em um tom sarcástico.

- Mas seus olhos mudaram de cor! - comentou Alice, agora com uma expressão de preocupação.

- Eu não faço a mínima ideia do que aconteceu. - ter que mentir pra Alice doía muito para Peter.

Alice então o guiou até a sala de jantar, onde na ponta da mesa estava Robert, com duas empregadas paradas ao seu lado, nesse momento Peter se perguntou quantas bilhões de empregadas existiam ali. Robert saboreava uma sopa, e aquilo só o fez concluir que foi feito pela Claire, Alice sentou em uma das cadeiras ao lado da mesa e Peter na cadeira a frente da dela. No momento que se sentou, Peter e Robert se encararam, a troca de olhares fez Robert entender tudo imediatamente e cutucar uma das empregadas, que aproximou o ouvido de Robert.

- Prepare a sala de estar novamente, preciso conversar novamente com o Peter. - dessa vez carregava uma voz de dono da casa.

   Logo após comer um prato de bacon e ovos, ambos se retiraram para a sala de estar, que dessa vez estava tudo no mesmo lugar.

- Não pensei que falariam com você tão rápido, mesmo imaginando que voltem a falar com você novamente.

- Eu não entendi direito... Quem é Selene e quem é Eos, existe uma deusa chamada Belona?

- Apenas dez deuses possuem lugar no sistema solar, entre eles, um é tão poderoso que não pôde criar sua linhagem, este é Hélio, o Sol.

- Tá, e o que isso tem a ver com meu olho e tudo que está acontecendo? - quando cortou Robert, seus olhos vermelhos o encararam de uma forma assustadora.

- O que chamamos de habilidade, eles chamam de benção. Os membros das linhagens tem uma pequena fração dessa divindade. Os deuses mais esquecidos as vezes decidem quando alguém é digno de receber sua divindade, uma fração maior por sua vez, o que nos torna muito mais fortes que membros de uma linhagem normal.

- Então o senhor já foi como eu? Alguém sem habilidade?

- Sim, sim. Eu era cego, e conheci Rose, uma humilde dama da linhagem de mercúrio, e sua habilidade invejada por muitos, a de se comunicar com deuses. Ela então tentou falar com vários deuses para pedir que eu pudesse pertencer de alguma linhagem, mas quem ouviu suas preces foi Vulcano.

- Mas porque os deuses deram essas habili- digo, divindades para os humanos? - Peter estava extremamente curioso.

- Também não sei, Hefesto nunca me contou, os deuses têm pouco tempo pra se comunicar com os humanos... - olhou para baixo e após fitar o nada, prosseguiu. - Mas temos que começar seu treinamento, arrumei a melhor pessoa para isso.

- Quem?

- Você vai ver...

God eyes: Num piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora