Pegar ou largar.

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Quando Peter acordou, já era de noite. Não estava mais na cabine do estacionamento, e seu corpo não estava mais doendo. O casaco que havia amarrado no tronco tinha desaparecido, e não tinha nem marcas de seus ferimentos.

Sua maior duvida era onde estava, seus olhos já haviam se acostumado um pouco com o escuro, o que o permitiu ver que estava em uma cama de casal, e que em cima dela havia vários travesseiros e bichos de pelúcia. Antes de chegar a uma conclusão, ao olhar pro lado conseguiu ver uma penteadeira, e alguém sentado em uma cadeira, dormindo apoiado na penteadeira, e mesmo com a visão ainda pouco acostumada, pôde ver cabelos ruivos, era Alice.

Aquilo de cara o tranquilizou, mas corou ao perceber que estava no quarto dela, nunca tinha entrado no quarto de uma garota, na verdade nunca tinha entrado em um quarto que não fosse o seu, mas antes que pudesse continuar seu pensamento, foi surpreendido com a porta se abrindo.

- Mestre Peter, já acordou? - disse uma empregada, segurando uma tijela de sopa em uma travessa.

- Já! Alias, onde eu estou?

- Casa dos Uriks. A senhorita nos contatou para uma emergência, mas não sabíamos onde você morava.

- Eu sou da família Bittencourt, ou quase... - disse Peter começando a pensar - Urik... Urik? Robert Urik? - falou surpreso quase que gritando.

- Sim, algum problema? - respondeu a empregada em um tom seco.

Nesse momento Alice acabou acordando pelos gritos de Peter, o que o deixou um pouco triste de ter a incomodado, mas estava surpreso ao saber que estava na casa do diretor do colégio Sigma, Robert Urik.

- Peter? Você está bem! - falou Alice com um sorriso de orelha a orelha.

- Desculpa Alice, por minha culpa fomos atacados, se eu não estivesse com você naquela ho...

- Não! Eu aceitei ser sua amiga, e como amiga aguentarei toda dor com você, certo? - disse Alice cortando a fala de Peter e colocando a mão na bochecha de Peter, que no momento sentiu um calor relaxante tanto na sua bochecha quanto na sua costela.

- A sopa vai esfriar... - disse a empregada no seu tom frio.

- Ahh, desculpa Marie! - respondeu Alice quando se levantou.

Alice então tomou a travessa em suas mãos e botou na cama, para que Peter pudesse comer.

- A Claire sabe fazer ótimas sopas! - disse Alice sentada de lado na cama.

Alice então pegou a colher e começou a levar até a boca de Peter, que instantaneamente corou envergonhado, e como no parque, ficou travado em seus pensamentos, mas obrigou-se a não deixar a garota falando sozinho novamente.

- Eu consigo comer. - disse Peter pegando a colher e começando a comer.

Enquanto comia, Alice o encarava com um sorriso, aquilo não o incomodava, mas o deixava um pouco envergonhado. Acabou por pensar em duas incógnitas sobre a garota que não sabia ainda.

- Alice, posso fazer duas perguntas? - disse Peter após a ultima colherada.

- Sim. - respondeu Alice pegando a travessa e colocando em uma mesinha no centro do quarto.

- Qual a sua habilidade? - Peter imaginava algo como uma regeneração.

- Chamas da fênix. - aquilo soou amedrontador para Peter - mas eu não controlo muito bem, só sou boa curando.

God eyes: Num piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora