Capítulo 6

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"Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade. Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar".

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Salmos 46: 1-2

Ester acordou cansada, ficara até a madrugada estudando para uma prova na segunda-feira. Deixou o almoço pronto para seu pai e seu irmão e se arrumou para sair. Passou na casa de Patrícia, como sempre, e foram juntas para a universidade.

- Você tem falado com Daniel? - perguntou Patrícia com um sorrisinho.

- Lá vem você com essa história de novo! Por que eu falaria com ele? - a questionou sem tirar os olhos da direção.

- Não adianta tentar arranjar mais desculpas... - Patrícia ficou séria. - Já faz muito tempo que você e Roberto terminaram, isso passou. Você não pode se proibir de gostar de outra pessoa, e Daniel tem se mostrado um rapaz maravilhoso!

Há mais de três anos, apareceu um rapaz na igreja que Ester e Patrícia frequentavam, seu nome era Roberto. Ele era muito bonito e charmoso, e começou a mostrar interesse por Ester, que ficou encantada por ele e se apaixonou rapidamente. Começaram, então, a namorar. Sua mãe não gostou muito, dizia para Ester ir com calma, conhecê-lo melhor, mas ela estava tão apaixonada, que não ouvia ninguém. Então, um dia, Roberto convidou Ester para sair à noite, como regularmente faziam. Eles, porém, não foram para a lanchonete de sempre, no parque próximo à casa dela. Roberto levou Ester para uma praça que ela não conhecia bem, de início, ela não desconfiou de nada, para ela, Roberto era um rapaz sincero, romântico, lindo, que a amava muito, e ela também o amava. Ele começou a beijá-la de um jeito diferente, mais intenso, Ester afastou-se e ele a puxou de volta, ela novamente afastou-se e Roberto disse que a amava muito e que Ester não o amava, ela se defendeu dizendo que o amava, ele então, pediu uma prova desse amor. Ester, na sua inocência, respondeu positivamente.

Ele ficou feliz e disse que a levaria em um lugar que seria o marco do namoro deles. Entraram no carro e Roberto foi saindo da cidade, Ester começou a ficar preocupada, perguntava para onde estavam indo e ele só sorria e dizia que estavam quase chegando. Ao parar o carro em frete a um motel, Ester gelou e perguntou o que aquilo significava, ele falou que ela havia dito que provaria que o amava e que já estava na hora de conhecerem-se melhor, afinal, já estavam namorando há dois meses. Ester perguntou se ele estava louco, disse que era virgem e que iria manter isso até casar-se, que Deus não se agradava desse comportamento, que isso era muito sério, que tinha se enganado sobre ele e tantas outras coisas que o deixaram irritado.

Roberto a fitou zangado, chamou-a de quadrada, de menina bobinha e disse que se ela não quisesse, haviam muitas que queriam. Ester saiu do carro bruscamente, Roberto deu partida e foi embora a deixando sozinha no meio da noite. Ester não sabia se chorava de raiva ou frustração. Agradeceu a Deus por estar com seu celular e ligou para o seu irmão, que foi buscá-la imediatamente. Seus pais e Pedro ficaram com muita raiva de Roberto, queriam tirar satisfação, mas Ester os fez prometer que não fariam nada, ela nunca mais queria vê-lo em sua frente, só aumentaria seu sofrimento. Após três semanas, Ester ficou sabendo que ele engravidara uma menina do bairro e que havia fugido para a Espanha. Ester prometeu a si mesma que não seria mais essa garota boba, que deixou ser enganada tão facilmente.

- Não é isso, Patrícia... - respondeu, lembrando-se de Roberto com tristeza.

- É sim! Depois de Roberto, você não deixou nenhum rapaz se aproximar de você!

- Porque estou dando um tempo, estou amadurecendo - se defendeu.

- Ester, amadurecer não quer dizer que você não pode conhecer novas pessoas, não estou falando para você se envolver com Daniel, apenas deixe as coisas acontecerem naturalmente de vez em quando.

Uma chance para a esperança - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora