Prólogo

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"Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização".

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Martin Luther King Júnior


— Tá fazendo o quê? Quer morrer, seu idiota? – um dos assaltantes gritou, apontando uma arma para a cabeça do jovem.

— Passa o dinheiro agora, moleque! – outro o pressionou. Pedro, no entanto, não falava nada. Estava encurralado em uma rua escura e deserta; sentiu que poderia desfalecer a qualquer instante.

A noite estava escura e sem estrelas no céu, com indícios que uma forte chuva logo cairia. Pedro saiu da igreja a procura de um táxi, pois o seu carro estava em revisão na oficina. Ele caminhava feliz, recordando da conversa que tivera com Sara, sua grande paixão, desde que ele e sua família passaram a frequentar assiduamente aquela igreja. Ele sentira que a moça poderia corresponder, só precisaria investir mais, quem sabe fazer uma declaração romântica bem elaborada. Enquanto seus pensamentos estavam em Sara, foi abordado por três assaltantes. Agora, com uma arma apontada para sua cabeça, de olhos fechados, passava-se um filme em sua mente, seus pais, sua irmã, Sara, seus amigos. Qual seria o seu futuro? Sobreviveria para contar a história? Estaria ali diante do seu último dia de vida?

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Ester estava em seu quarto fazendo o seu escape do dia com Deus, momento em que ela podia esquecer de tudo a sua volta. Conversar, sorrir, chorar, cantar, desabafar... essa era uma ocasião da qual não abria mão. Se alguém a visse nesse momento, provavelmente pensaria que ela era uma louca. Ester não havia ido à igreja, pois teve uma febre repentina. Isso a deixou chateada, odiava ficar em casa sozinha, ainda mais em um sábado à noite.

Foi então que se deu conta de que Pedro estava demorando muito a chegar, já eram quase vinte e três horas. Incomodada com sua demora, começou a sentir um aperto no coração e uma súbita preocupação.

O que poderia ter acontecido para Pedro estar demorando tanto? Pensava aflita, enquanto apertava a mão em seu peito, tentando, em vão, aliviar a angústia que sentia.

Ele deve ter tido algum imprevisto ou, ainda, ter saído com a turma. Ester tentava confortar-se. Mas por que o aperto em seu coração insistia em aumentar?

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— Caras, vamos vazar! – exclamou nervoso um dos bandidos, enquanto olhava temeroso para a rua deserta. — Deixem o moleque, a gente já roubou mesmo tudo dele!

— Mano, vamo matar logo ele. Chegamos aqui, vamo até o final! – um dos comparsas interpôs, enquanto mirava sua arma diretamente na cabeça de Pedro. Para ele, era como se tudo fosse em câmera lenta: a risada nervosa de um dos bandidos, enquanto outro segurava seus pertentes e o terceiro preparava-se para dar um fim em sua vida. Pedro sentiu suas pernas fraquejarem, tamanho era o medo. Não conseguiu mover-se, então tornou a apertar os olhos, repassando toda a sua vida presente e futura, que agora não tinha certeza de como seria.

Não conseguiu abrir a boca, tinha até medo de o fazer, pensando inutilmente que isso tardaria a sua morte. Então, chamou por Deus em seu coração. Sabia que Ele poderia tirá-lo dali, acreditou piamente que sim. Mas, em questão de segundos, o que se seguiu foram vozes abafadas, uma sirene ao longe e uma escuridão mais intensa que a rua que estavam, o obrigando a fechar os olhos, permanentemente.

Uma chance para a esperança - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora