Capitulo 8

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Vejo que o Fernando está dormindo, e me levanto devagar em uma tentativa de não o acorda-lo, pego sua blusa que está no chão, visto e saiu em direção à sala. Vejo meu vestido no meio da sala, e me vem à lembrança o que a pouco fizemos. Depois de ele falar que estava me olhando na Gregus desde a hora em que eu pus os pés lá, acendeu uma chama em mim que só ele pode apagar.

Com certeza esse foi um dos melhores sexo que eu já tive na vida. É o Fer vai para a minha pequena "lista". Minha "lista", só entra os melhores caras com quem já transei, o Fernando e o segundo, o primeiro é o Paulo, caso de um verão passado.

Vou até à varanda, que aliás é linda. A proteção e toda de vidro, com armação de ferro branco. E sua vista é mais linda ainda, fica de frente para o mar, e hoje é noite de lua cheia, que se encontra bem em cima do mar. À vista é deslumbrante. Não sei quanto tempo passei admirando aquela vista, e pensando na vida, mais uma decisão que eu tomei e que não posso voltar atrás, e que, por mais que eu tenha gostado do Fernando quando adolescente, e essa paixão não ter desaparecido por completo, eu não tenho espaço no meu coração pra ninguém. Não quero me iludir, e me magoar novamente. Posso me fazer de durona, mais toda vez que baixo minha armadura e mostro realmente quem eu sou para alguém, eu só me ferro. E não sei se sou capaz de aguentar mais uma vez meu coração ser quebrado em mil pedaços. Foi muito difícil juntar uma vez, e até alguns pedaços se perderam, não quero passar por isso novamente.

Conheço o Fer muito bem, sei que provavelmente ele ainda seja envolvido no mundo do crime, e não quero fazer parte disso. Não nasci pra ser mulher de bandido! Se é que ele iria querer algo comigo. Ele é igual a maioria dos homens, que só quer saber de sexo sem compromisso e curtição. Decido que já está na hora de eu ir embora e facilitar as coisas pra ele.

Volto para a sala e pego o meu vestido meu scarpim e minha bolsa. Me visto e vou até o quarto,deixo sua blusa dobrada em cima da poltrona, ao lado da cama. Olho mais uma vez para ele, e espontaneamente um sorriso se forma em meus lábios. Como seria bom se as coisas fossem mais simples, como eu queria não ser tão quebrada assim, queria poder me deixar levar, queria que ele quisesse algo mais sério comigo, só queria alguém pra cuidar de mim, é poder chamar de meu. Mais não é possível, o medo não me permite.
Saiu do quarto e vou em direção à entrada, desço até à frente do prédio e pego um táxi. No caminho da casa da minha amiga, vejo que já está amanhecendo, e vejo que essa foi a melhor coisa que eu fiz. Quando ele acordar, não vai precisar ficar sem jeito por me ver ao seu lado na cama, e ficar procurando mil e uma desculpa para me mandar embora, não vai precisar fazer uma social pra mostrar que não é canalha, não vai precisar pedir meu número com a promessa que irá me ligar, sendo que isso nunca vai acontecer. Odeio expectativa, então é melhor assim, facilitei tanto sua vida quanto a minha. Porque querendo ou não, se ele soubesse algo sobre mim, eu ficaria na expectativa de ele vim atrás de mim, e agora sei que isso não vai acontecer, nem que eu queira. Talvez a gente nunca mais se trombe, e sinceramente, espero que isso aconteça, vai ser muito mais fácil.

Chego finalmente na casa da Tha e subo direto pro quarto de visita, pois sei que ela deve estar no quarto dela com o meu irmão. Então não vai dar pra dormir lá. Tomo um banho bem demorado, lembrando de cada toque do Fernando em meu corpo, sim, essa vai ser a última vez que me permitirei lembrar dos seus toques com desejo. Ele sempre fará parte das minhas lembranças, pois ele está na lista, mais não quero ele dominando meus pensamentos. Não posso deixar que isso aconteça. Visto apenas uma calcinha, por sorte sempre deixo algumas roupas minhas aqui na casa da Tha, aqui é minha segunda casa. E me deito, rapidamente caiu no sono.
Sou acordado por meu irmão, que está pulando na cama feito uma criança, e gritando.

      - Acorda dorminhoca!!! Já são 13:00 hora da tarde.- fala rindo, pulando cada vez mais em cima da cama.

      - Porra Bruno, me deixa dormir- jogo um travesseiro nele.

     - Vamos maninha, a sua amiga está lá em baixo preparando algo pra nós comer, se levanta logo.

     - Eu estou sem roupa, dá pra você sair de cima de mim- falo tirando a coberta do rosto e olhando pra ele.

      - Que brilho e esse em seu olhar? Onde você passou a noite em?

      - Não te interessa, e não tem brilho nenhum no meus olhos!

      - Você acha que me engana né Bruna? Seja quem for, agradeço. Faz tempo que não te vejo assim, com o olhar feliz.

      - Meu querido irmão, meu olhar está apenas demonstrando que fui muito bem fodida na noite anterior, nada além disso.- falo me levantando e indo me vestir.

Eu e Bruno não temos vergonha um do outro, crescemos juntos, sempre tomamos banho juntos, ele conhece tão bem meu corpo, como eu conheço o dele. Além de irmão, somos muito amigos um do outro. Me visto e desço para a cozinha em sua companhia, dei um beijo na minha amiga e sentamos para comermos todos juntos. Thalia tinha o mesmo brilho no olhar que eu, sei que ela gosta muito do meu irmão. E espero que eles deem certo. Imagina meus dois melhores amigos juntos! Seria uma maravilha e talvez uma tragédia. E se eles não me dessem mais atenção? Como eu iria sobreviver a isso?

      - É então maninho, o que está rolando com vocês dois?- digo apontando para ele e minha amiga.- É só sexo, ou vai acontecer algo mais sério?- pergunto enfiando uma colher de arroz na boca.

Thalia engasga e olha para Bruno, nervosa com o que ele iria falar.

     - Bruna, intrometida como sempre. A gente tá se conhecendo e deixando rolar. Vamos ver no que vai dar. Ao contrário de você, meu coração não é trancado a sete chaves.

      - Irmãozinho, você se enganou, meu coração não é trancado a sete chaves, mais por dez- falo fazendo todos na mesa rir.

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