Capítulo 13

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O caminho de volta para casa foi silencioso, eu presa no emaranhado de pensamentos, e o Bruno pareceu perceber isso e não puxou assunto. Chegamos em casa ainda não havia dado a hora do almoço, mais minha barrica reclamava por comida. Lembrei que só havia comido uma maça, e um pequeno gole do suco de melancia que Thalya havia comprado para mim antes do Rafa aparecer, e toda aquela confusão se formar.

Fui até a cozinha e encontrei a Val preparando o almoço, sentei no balcão e fiquei admirando que exemplo de mulher tenho em minha frente. A historia de vida da Val, não é algo bom de se saber, não porque ela seja uma pessoa ruim, muito pelo o contrario. Val é a pessoa mais de bem com a vida que eu conheço. Uma senhora de aproximadamente cinquenta anos, morena, já de cabelos grisalhos, olhos negros e profundos. A pele trás consigo marcas que a vida lhe  obrigaram a ter. uma vez ela me contou sua historia. Quando jovem teve que começar a trabalhar para ajudar em casa, pois sua mãe viúva, não conseguia sustentar a casa e mais cinco filhos sozinha, até que um dia se apaixonou perdidamente por um homem, que ela nunca revelara o nome a ninguém. Esse homem lhe prometeu se casar com ela, e lhe fez abandonar tudo o que tinha, escola, família, trabalho. E fugir com ele para outro estado. Eles nunca se casaram oficialmente, sabe, papel passado, apenas se juntaram, viviam como marido e mulher, só que com o tempo o homem que ela achara ser o homem de sua vida, se transformou em um que ela já não reconhecia. Começou a agredi-lá, lhe batia todo dia, sem nem precisar de motivos, quando acordava batia nela, porque estava de ressaca e o barulho que ela fazia ao limpar a casa lhe incomodava, a tarde por achar que ela estava lhe traindo com o cara da mercearia da esquina, sendo que no dia anterior era com o vizinho, e antes dele o peixeiro da vila, ou fosse ao o anoitecer por causa que estava bêbado e não precisava de um motivo melhor para lhe causar tal dano. Não bastava ela ter que apanhar e ficar clada, pois se ela imaginasse apenas em abrir a boca para reclamar ou pedir ajuda, ela apanharia até perder a consciência, isso foi algo que o tempo lhe ensinara. Com os abusos constantes, Val não teve outra alternativa, á não ser fugir, fugir para bem longe daquele diabo em forma de homem. E encontrou refugio em uma igreja em uma cidade no interior do estado de Teresina. Val passou o ano seguinte trabalhando de lavadeira para as pessoas mais ricas daquela pequena cidade, isso ela só tinha apenas dezenove anos. Até que conseguiu juntar dinheiro e voltar para o Ceará, para o interior onde sua mãe morava. Mas não teve boas noticias ao chegar na cidade. Sua mãe havia morrido já havia alguns anos, e seus irmãos, ninguém sabia por onde andavam. Passou-se algum tempo e Val se casou novamente, mais dessa vez com um bom homem, que lhe amara e lhe fazia de rainha. Eles vieram morar aqui na capital e o Paulo, marido da Val, trabalhava para a minha avó materna, como motorista.Val teve uma filha, mais um trágico acidente lhe tirou o marido e a filha. Ela viúva, aceitou de bom grado a oferta que vovó lhe fez de emprego. Faz mais de trinta anos que essa mulher trabalhar para a minha família, quando mamãe se casou, fez questão de trazer Val para morar aqui em casa e ajudar-lhe com as coisa domesticas. Não tenho Val como empregada, e ninguém aqui de casa tem, à vemos como um membro da família, alguém que Deus nos deu para cuidarmos.

Não percebo, mais estou chorando. Como posso ser tão fraca, tão medíocre, achando que o que eu passei foi difícil. Bom não foi fácil, mais tiro por exemplo a minha querida Val, não consigo me imaginar, suportando tudo o que ela passou e ainda manter esse belo sorriso no rosto, ser essa pessoa tão gentil que ela é. Sei que tenho os meus problemas, mais sei que tenho que aprender uma maneira de lidar com isso sem machucar os outros. Não quero magoar o Rafael, ele me pareceu sincero em tudo o que me disse mais cedo, como a própria Val falou ontem para mim: Não deixe ele pagar, por o erro que outro cometeu. É isso, darei uma chance para o Rafa, eque Deus me ajude, que eu não esteja fazendo a coisa errada.

 - Minha menina, o que se passa dentro dessa sua cabecinha em? Te dou um brigadeiro em troca de seu pensamento.- fala me tirando dos meus pensamentos.

 - A Val, é tanta coisa, que não vale só um brigadeiro, mais quem sabe a panela inteira.- falo fazendo nos dua rirmos.

Enxugo uma lágrima que insiste me cair.

 - Minha menina, você sabe que pode contar comigo né, seja pra qualquer coisa.

 - Sei sim Val, e mesmo sem você saber, você acabou de me ajudar muito viu. Agradeço a Deus por ele ter colocado você na minha vida, não sei o que seria de mim sem os seus conselhos e broncas é claro.

 - Pode deixar, depois do almoço, eu faço sua panela de brigadeiro. Agora vá lavar as mãos que eu ja vou colocar a mesa.

 - Pode deixar, e vou aproveitar para chamar o Bruno.

O almoço foi silencioso, apenas eu o Bruno e Val. Os dois pareciam entender que hoje eu não queria muita conversa. Terminei, e peguei minha panela de brigadeiro, e subi para o meu quarto. Deixei o brigadeiro em cima da cama e fui tomar um banho, vesti apenas um top e um short de moletom. Voltei para a cama e coloquei um filme qualquer e comecei a comer brigadeiro. Então meu celular vibrou, me alertando que havia chegado uma mensagem.

 THALYA - Amiga, como ficaram as coisas com o Rafa?

EU - A gente conversou, mas eu não sei o que fazer, acho que vou aceitar o pedido dele de namoro...

THALIA - Meu Pai, agora não, por favor, agora nããão!! O mundo não pode acabar agora meu Pai... Não agora que eu estou conseguindo conquistar o Bruno!!! kkkkkkkkkkk

EU - Pode ir parando de piadinha ta sua galinha! o mundo não vai acabar e você sabe muito bem disso!

THALYA - Para você aceitar namorar um cara, só pode está acabando!! kkkkkk brincadeira sua piranha, mais parabéns, você e o Rafa vão formar o casal mais lindo que eu já vi!

EU - Obrigadooo e até amanhã.. beijoss te amo!

THALYA - Também te amo! :*

Decido mandar uma mensagem para o Rafael.

EU - Rafa, eu pensei muito sobre nós, e já tenho minha decisão, mais vamos deixar para conversar depois que essa semana de provas terminar, pode ser?

Rafael - Por mim tudo bem, então que tal sexta? Vai ter uma festa só pros mais íntimos aqui em casa, pra comemorar o final do semestre.

EU - Tudo bem, a gente se encontra sexta na festa. beijos..

Joguei o celular em qualquer canto da cama e voltei a assistir o filme.

A semana passou muito rápido, e durante toda a semana não vi e nem troquei mais mensagem com o Rafael,depois de segunda, não que eu estivesse o evitando, mais essa semana foi uma correria só. Tirando as provas, falta apenas quinze dias para a festa de comemoração de vinte e cinco anos de casados dos meus pais, e eu como sendo a unica filha mulher e claro muito envolvida na organização desse evento, eu esta super atarefada com os preparativos. Agradeço aos céus por esta de ferias do trabalho, se não estaria totalmente perdida. Finalmente e sexta e já estou indo para a casa depois de sair da floricultura. Só tenho uma hora para me arrumar e ir para a festa do Rafael. Finalmente irei dizer para ele que aceito ser sua, sua amante, namorada, amiga, parceira. Espero mergulhar de cabeça nesse romance, só espero que ele seja profundo, e eu não morra em águas rasas. 

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