Capítulo dezessete

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-Você quer nos matar de um ataque cardíaco? Eu ainda tenho muita vida pela frente sabia? E se eu não te encontrasse? E quem era aquele carinha que estava à todo sorriso com você?

E blá blá blá.

Adivinhem quem está tagarelando.
Se respondeu que é minha mãe, meu pai ou meu irmão.
Essa não é a resposta correta.

Por mais difícil que eu possa acreditar, esse que está à falar feito doido é o meu amigo.

Gustavo.

E o que houve para ele ter   esse ataque?

Simples.

Eu esqueci dele e do Luke que estava à me esperar na pista de skates à algumas horas.

Esqueci totalmente dos dois.
Gustavo me falou que eu tinha umas quinhentas chamadas perdidas dele.
Mas eu deixei o celular em casa.

Passei praticamente uma hora e meia conversando com James,mas fui surpreendida por um Gustavo pegando fogo de raiva e um Luke suado e exausto.

James viu que a situação não estava bem, se despediu e foi embora.

E aqui estou eu, em casa, no meu quarto, ouvindo o Gustavo.

-Eu te procurei por todos os lados. E só de pensar já fico cansado.

Ele exagera.
Luke?
Coitado.
Ele ficou ouvindo Gustavo falar da lanchonete até em casa.
No entanto ele não demonstrou nenhum tipo de reação.

-Gustavo? Será que dá pra parar de falar?Parece que nunca falou na vida.

Ele bufou.
Eu não sei o que deu nele.
Eu nunca o vi ficar assim.

-Eu aqui preocupado com você e a senhorita ainda pede para eu parar de  falar.Da próxima vez eu não irei atrás de você, deixarei você se divertindo com seu...seu..há não sei o que.

Raiva?
Não sei.
Ciúmes?
Talvez.
Raiva e ciúmes?
Com certeza.

-Gustavo você sabia que a raiva envelhece a pele? E o ciúmes mata?

-Eu não estou com ciúmes.

-Olha.Eu não sei o que houve com o senhor . Mas por favor não desconte em mim, o que aconteceu com você. Parece até que vai morrer.

Ele respirou, inspirou e respirou.

-Me desculpe Licy. Eu só preciso ir pra casa.Tchau.

Me deu um beijo na bochecha e saiu.
Eu eim.Esse Gustavo está muito estranho.

Peguei no meu celular e tinha várias chamadas perdidas.
Entre elas estava a da Anny.
Retornei.

-Oi Anny.

-Me diga que você está viva.

-Estou viva.O que foi?

Ouvi seu suspiro de alívio.

-Gustavo me ligou dizendo que você estava sumida.

Tinha que ser o Gustavo.
Expliquei o que houve à Anny.
Deixando-a tranquila.

Desliguei e vi outro número que tinha me ligado, mas eu não reconheci o próprio.

Ao bloqueiar o celular recebi uma mensagem.
Era o mesmo número desconhecido.

''Espero que o seu amigo tenha terminado o sermão. E antes que pergunte, eu consegui seu número com ele.O próprio me pediu para te ligar.
                   
                                              Luke. ''

Só faltava o Gustavo pedir ao Barack Obama para me ligar.

Olhei pro relógio e era cinco horas.

Que tédio.
Eu sempre vivo no tédio.
Mas tive uma ideia.
Mandei uma mensagem para o Luke.

''Quer cantar comigo? Estou no tédio. E se eu morrer, a culpa é sua.
No meu enterro eu quero o show do Coldplay.
                                Vem logo.
                                     
                                                 Alicy"

Em alguns minutos batem na porta.

-Entra.Você custou, já estou em estado de ser enterrada.Onde está os meninos da banda Coldplay?

Falei ao ver Luke entrar no quarto e sentar na cadeira da minha escrivaninha.

-Você é muito dramática.Sabia?

-Ser dramática é um dom.

Ele bufou.

-O que vamos cantar? Na verdade você toca e eu canto.

-Fechado. Mas que música?

-Bruno Mars-Just the way you are.

Passamos o final da tarde cantando, e claro, sem ele saber eu peguei a minha câmera e gravei tudo.
Depois publicarei na internet.

Quando terminamos de cantar ficamos conversando sobre  o que aconteceu hoje, especialmente sobre o Gustavo.

De muito conversarmos, dormimos.

Pode-se dizer que foi uma hibernação.

Sempre te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora