Capítulo vinte e dois

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-Alicy?

Luke perguntou ao perceber meu estado de choque.

-Eu não quero falar sobre esse assunto Luke.

Ele pegou a sua cadeira e sentou ao meu lado.

-Me desculpe.É que você falou sobre ter sido. ..

O interrompi já com lágrimas:

-VIOLADA? SIM, EU FUI.

Com raiva e ao mesmo tempo chorando peguei minnhas coisas e corri para o meu quarto, fechando a porta.E afoguei meu rosto no travesseiro.

Eu sou lesada, burra e besta.

Eu deixei escapar um assunto que não gosto de falar.Eu nunca me senti bem ao falar disso.

Eu deveria desmentir para Luke, que ele ouviu errado, mas eu contei a verdade. Uma parcela da verdade.

Não devia ter contado à ele sobre a conversa entre eu e meu pai.

Mas se eu não contasse, eu não saberia que meu pai ainda tem orgulho de mim.

E porquê estou chorando?

Qual é?
Esse assunto ainda me abala.

Ouvi batidas na porta.
E Luke à pedir:

-Alicy. Por favor abre essa porta.

-Não. Me deixe sozinha.

-Não posso. Amigos não deixam outros sozinhos. Vamos abre a porta.

Insistente.

-VAI EMBORA!!!

Gritei.

-Se você não abrir, eu vou arrombar.

Esse Luke nunca desisti?

-Luke ME DEIXE EM PAAAAAAZZZ.

-Eu tentei avisar.

Ouve barulhos fortes na porta, o suficiente para que a mesma caísse.

-VOCÊ É LOUCO? Vai acordar meus pais.

-Eles não estão aqui.

-Não quero saber Luke. SAI DAQUI! ! SAI SAI SAIIIII.

Falei ao dar tapas no seu ombro e o empurrando para fora do meu quarto.

Mas ele parece um paredão, me pegou desprevenida, e me deu um abraço apertado.

-Fica quieta.

Tentei sair do seu abraço, mas não consegui.
Apenas o abracei de volta, chorando mais ainda.

Passei bastante tempo assim até ele pegar meu rosto entre suas mãos e falar:

-Me desculpe pela pergunta que fiz.Se quiser conversar, estou aqui.Só confie em mim.

Me afastei de seu abraço e fui sentar na minha cama.

-Eu não quero conversar. Isso não vai resolver em nada.É como psicólogos que te entopem de remédios.

E com passos lentos ele veio até a mim, e sentou-se ao meu lado.

-Eu não sou nenhum psicólogo. Sou seu primo que você considera um chato, mas que é lindo.Tenta conversar Alicy. Eu prometo que você se sentirá melhor.

Além de convencido, chato e lindo; é insistente.

-Eu não sei.

Ele tocou no meu ombro e falou:

-Não quero te forçar à nada.Quero apenas te ajudar.

Será que me sentirei melhor? Descubrirei agora.
Fechei meus olhos com força e falei:

-Tudo bem....... Eu fui forçada pelo o meu ex namorado. Ele não aceitou que a nossa relação acabasse, então fez isso. E por esses motivos eu tive traumas.Passei por psicólogos,por consultas médicas, mas nada resolveu. Eu perdi até a vontade de comer, de sair. Mas depois eu prometi à mim mesma que nunca me apaixonaria, ou que chorasse e que conrinuaria a viver minha vida sendo uma pessoa fria.Mas acho que quebrei uma promessa.O único amor que sobrou em mim foi com relação a minha família e amigos. E o sentimento que sobrou foi ódio.

Depois de contar tudo de cabeça baixa, as lágrimas começaram à rolar novamente. Mas as limpei, já chega de tanto chorar.

Luke se levantou de costas para mim, passou as mãos no cabelo, e virou para mim novamente.

-Você o denunciou?

Perguntou.

-Não. Ele tinha sumido junto à família. E a polícia deixou o protesto de lado.

Ele sentou à mim.

-Esse cara deveria ser morto.Como pôde fazer isso?Faria com que ele ficasse sem os membros do corpo, e depois os jogava para os urubus comerem.

O olhei assustada.

-Desculpe...mas eu odeio homens que fazem isso.Eles deveriam ser capados, esquartejados, apanhados em praça pública. ...

Que mente.
Ele percebeu que eu continuava perplexa com sua mente falou:

-Desculpe de novo.Não consigo me controlar...Mas...olha pra mim.

Eu já estava fazendo isso.

-Esse garoto que se tivesse um olho roxo e a perna quebrada ainda era pouco.Ele não merece o seu sofrimento.Você mudou, mas ainda continua com o coração em pedaços, na qual o ódio é que está sustentando tudo.As suas promessas são todas involuntárias. Você irá se apaixonar novamente, mas com a pessoa certa.Reconstrua o seu coração de forma certa.Sei que os remédios não cura o seu interior, mas o que pode curar é você dando mais uma chance para o amor.Penso você dizendo aos seus filhos''Fui machucada e desprezada, mas sou uma guerreira ao levantar a cabeça e seguir em frente com determinação.''

Eu realmente não estava reconhecendo Luke com aquelas palavras.

-Luke é difícil.Meu interior parece até que morreu.

Ele me abraçou novamente e me deu um beijo no topo da minha cabeça.
Olhou para mim e vi uma lágrima saindo de seus olhos.

-É difícil mas não impossível. Eu vou te ajudar. Prometo.

Dessa vez foi eu que o abracei.

-Obrigada. Mas eu não posso te dar tanta confiança.

-Eu sei disso. Mas como eu prometi que vou te ajudar, isso significa dizer que só vou desistir quando eu ou você morrer.

Rimos.

Sem comparações.
Eu estou me sentido mais leve com essa conversa.
Estou me sentindo melhor. E Luke cumpriu sua promesaa ao dizer que eu me sentiria melhor depois de conversar com ele.

-Agora trate de ajeitar a porta que você derrubou.

A restante da noite se resumiu à Luke consertando a porta.

Depois de ajeitar dei boa noite e fui dormir.

Sempre te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora