Lauren. (Antes)

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Pov: Lauren Jauregui

O que dizer de mim, se nem eu mesma me conheço?! Não espero muito dessa vida, e confesso que o que eu mais queria era fugir dela, como fugi de outras situações. Perdi meus pais quando eu era criança, em um acidente, que por milagre, eu sobrevivi. Após isso, nunca tive um lugar fixo. Fui morar com minha querida e megera tia, que me espancava quando desse vontade. Consegui fugir de lá, e após isso, não tem sido nada fácil, apesar de ter bastante tempo, a gente nunca se acostuma, afinal, não fico em um só lugar por muito tempo. Apesar dos pesares, eu tenho uma "companheira" de viagem, a Lucy, que apesar de tudo, sempre esteve disposta à seguir o mesmo caminho que eu, e sem reclamar das consequências.

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Antes.

Após andar tanto, eu e Lucy encontramos uma casa abandonada, que pelo menos dava pra passar a noite. Era um casarão, e haviam até móveis dentro dele. Um paraíso quase completo. Lucy abriu a porta, em um solavanco só. A poeira exalou pelo ambiente inteiro, e me fez tossir. Entramos e sorrimos. Deitei no sofá, e Margareth me entregou um cigarro.

-Pra comemorar nossa bela conquista. -Falou acendendo.

Sorri e dei um trago.
Após horas, Lucy já havia apagado, e eu como sempre, não consegui dormir. Fiquei um tempo encarando o teto, que estava repleto de insetos, moscas. Desviei o olhar e fechei os olhos. No mesmo instante, ouvi ruídos.

-Lucy, tem alguém aqui. Vamos, acorda. -Sussurrei à acordando.

Lucy levantou assustada, e se escondeu atrás de uma pilastra. Continuei à andar, sendo o mais cautelosa possível. A cada passo, o ruído aumentava. Ele vinha de um pequeno cômodo escuro. Margareth veio me seguindo, mas ficou afastada.

-Vamos embora, Lydia. -Falou.

Dei de ombros e continuei à andar. Vi algo atrás de uma cortina, fui na mesma direção, e fechei os olhos. Contei até três, e abri. Era um pombo, que no susto, me fez dar um pulo.

-Nossa, isso tudo por causa de um pombo, trouxa. -Falou rindo.

-Cala a boca, poderia ser outra coisa. -Falei virando as costas.

-Okay, agora vamos dormir? Que porra. -Falou saindo.

Margareth saiu sem dizer nada, e eu fiquei parada olhando os arredores. Quando decido ir, ouço mais um ruído, cada vez mas distante.

-Lydia, dá pra parar de brincadeira? Saco. -Margareth falou.

Acelerei o passo, e ouço gritos. Fui correndo, e esbarrando em tudo. Havia um homem, em cima de Margareth, completamente desfigurado.

-Lydia, pelo amor de Deus. -Falou gritando.

Fiquei sem reação, e empurrei aquela coisa. Ela não desistia, Margareth pegou uma pequena faca que nós tínhamos, e enfiou em seu pescoço. Mesmo depois de várias facadas, aquilo continuava à se mexer, a abrir e fechar a boca. Por último, pisei em sua cabeça, e ele finalmente "morreu" se é, que aquilo estava vivo.

-Que porra é essa, Lydia?! -Margareth perguntou ajoelhada perto daquela coisa.

Fiquei completamente assustada, e sequei o suor.

-Não faço a menor idéia. Precisamos sair daqui. -Falei levantando, e tirando minha blusa de frio, que estava toda suja de sangue.

Margareth estava com pingos pelo corpo inteiro, e eu, com metade da perna completamente suja. Continuamos à andar, as ruas vazias e silenciosas.
Só pensava em como aquilo tudo foi loucura. Fomos atacadas por um zumbi?! É até engraçado pensar isso, mas... Realmente, eu não estava entendendo mais nada, e nem o que aquilo poderia fazer se não tivéssemos acabado de o matar.
Corremos muito, até que Margareth parou, pois já não aguentava mais.

Aimlessly (Camren) Onde histórias criam vida. Descubra agora