Querido Diário
A festa durou até depois das duas da madrugada, eu não conseguia dormir com o barulho da música então resolvi ligar para polícia. Isso mesmo fiz uma denúncia anônima para a minha própria casa, quinze minutos depois eu ouvi as sirenes do carro da polícia e logo depois eu tive sossego...
- Maria Eduarda!!! - Mayara gritou subindo a escada.
Deus me proteja.
Ela deu duas batidas fortes na porta do meu quarto. Demorei um pouco para abrir na tentativa que ela fosse embora pensando que eu estava dormindo.
Ela bateu de novo... e de novo...
Eu estava desesperada mas resolvi abrir a porta.
- Posso saber o motivo de você quase derrubar a porta do meu quarto às duas da manhã? - perguntei.
- Eu sei que foi você que ligou para polícia!
- Eu? - fiz ar de inocente. - a polícia esteve aqui?
- Ah você não escutou as sirenes? Sua mentirosa!
- Não, eu estava dormindo, acordei com você tentando derrubar a porta do meu quarto.
- Você não sabe o que te aguarda Maria Eduarda, eu avisei vai ter volta.
Gente ela vai me matar... É meu fim.
- O que eu posso fazer se o som estava alto e os vizinhos se incomodaram? Será que tudo que acontece de ruim com você é culpa minha?
- Você não me engana Maria, você vai se arrepender de ter nascido.
E essas palavras sairam da boca da minha irmã... Da minha única irmã.
- As ameaças acabaram? Será que agora eu posso volta a dormir?
- Claro irmãzinha. - ela falou de um modo de arrepiar.
Fechei a porta, voltei para cama, guardei o meu diário por baixo do travesseiro e me deitei.
Querido Diário
Minha manhã começou péssima, Mayara começou seu plano de vingança contra mim. Assim que minha mãe chagou hoje de manhã, ela me acordou a base de gritos. Ou Mayara ou algum dos seus amigos quebrou um vaso caríssimo e importado da minha mãe e adivinha em quem minha querida irmã colocou a culpa? Se apostou em mim acertou. Eu disse que não foi eu e tudo mais, porém entre a palavra de Mayara e a minha, minha mãe sempre acredita em Mayara. Resultado: Vou ficar um mês de castigo.
Bom depois desse meu trágico começo de dia vou para escola, mais tarde escrevo.
- Sabia que um mês foi pouco. - Mayara falou entrando no meu quarto. - eu avisei para não mexer comigo.
- Você já fez coisa pior Mayara, um mês não é nada comparado a dezesseis anos de humilhação.
- Você não acha que aquilo foi a vingança acha? - ela perguntou dando uma gargalhada. - bobinha, isso só foi a entrada, o prato principal ainda está por vim.
Aimeudeus!
- Tá, então vou espera anciosa. - falei colocando a mochila nas costas e saindo do quarto.
Eu não sei de onde veio forças para enfrentar ela, minhas pernas estão tremendo, eu não sei o que ela vai aprontar mas é melhor ir logo me preparando.
- Bom dia. - meu pai me cumprimentou.
- Bom dia pai.
- Já tomou café da manhã?
- Perdi o apetite. - respondi. - vou para escola, eu como alguma coisa por lá.
- Não vai com a Mayara?
- Não. Eu prefiro ir sozinha. - Do que mal acompanhada.
- Tá bom. Tchau filha.
- Tchau pai.
Meu pai era o único que me escutava, que se importava de verdade comigo naquela casa.
Já que estou indo para minha batalha diária nada mais justo que falar um pouco dos meus inimigos.
Robert: Ele me odeia, é o garoto mais popular da escola, é o maior gato porém muito ridículo.
E só de pensar na promessa que ele fez...
No último dia de aula, ano passado, sem querer derramei refrigerante nele. Ele ficou extremamente irritado comigo e prometeu se vingar. Se ele já me odiava antes agora então...
Felipe: É um garoto da minha sala INSUPORTÁVEL,vive me xingando, colocando o pé para eu tropeça, puxa meu cabelo, arruma apelidos idiotas e etc.
Rebeca: Essa é a puxa saco da minha irmã, a best friend forever de Mayara as duas se juntam para fazer da minha vida um inferno. Ela, Mayara e o grupinho delas me fazem pagar cada mico.
E é claro que eu não podia esquecer de Mayara, minha irmã que me odeia desde que me lembro. Eu sempre quis ser amiga dela mas ela nunca me deu chance sempre me dando patadas, me humilhando, me colocando para baixo. Perdi as contas de quantas vezes fui dormir chorando por causa dela.
A lista é enorme, então só citei os "especiais".
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Diário de uma desastrada
CasualeMaria é uma garota de dezesseis anos que sofre bullying desde que se conhece por gente, sempre foi o motivo de risadas na escola, em casa e em quase todos lugares por onde anda, vem ver os tropeços e os micos que ela passa no seu dia-a-dia.