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Já era meia noite, mas um carro andava tranquilamente pelas ruas da cidade, escoltado por dois carros de segurança. Nele estava o presidente e seu grande amigo recém resgatado Silver. O presidente tinha mandado rapidamente seus homens ao local onde se encontrava o Secretario de Defesa, mas sua ansiedade em reencontrá-lo o forçou a ir junto resgatar Silver.

Dentro daquele carro confortável, os dois estavam em silêncio, mas de repente esse terrível silêncio foi quebrado pelas palavras ansiosas de Alexander.

― Sinceramente, nós todos achamos que você tinha morrido naquele atentado, até eu realmente estava perdendo a fé, mas graças a Deus você está vivo.

― É bom está de volta. ― Concordou Silver abrindo os olhos. ― Mas para ser sincero, quando o atentado aconteceu de fato eu achei que eu não tinha mais chance e que àquela hora era meu fim.

― Mas o que importa é que você está vivo e que Dominic irá pagar por tudo que fez.

― Assim espero. ― Afirmou Silver fechando seus olhos novamente.

Enquanto aqueles homens se aproximavam da Casa Branca, em um hospital do outro lado do mundo, Dominic adentrava o corredor guiado pela moça que lhe avisou da situação de sua avó em direção ao quarto dela. Dominic estava disfarçado para não correr nenhum risco de ser descoberto, pois sua situação ficava mais critica a cada momento. Ao entrarem no quarto, ele se deparou com uma pobre senhora deitada em seu leito com uma aparência bem desfalecida. Dominic sentiu um aperto no coração, pois mesmo sendo um monstro e carrasco perante a sociedade ele ainda tinha uma família.

― Minha querida consegue me ouvir? ― Questionou ele se aproximando de sua avó e lhe segurando a mão.

― A situação dela só vem se agravando, talvez ela nem possa lhe escutar. ― Avisou a moça.

― Saia daqui, eu preciso ficar sozinho com ela. ― Ordenou ele sem ao menos olhar para cara da moça, que se retirou em silêncio.

― Minha querida consegue me ouvir? ― Repetiu ele.

― Meu amor, você veio! ― Disse ela tentando esboçar um leve sorriso.

― Claro que viria, ou você achou que eu lhe abandonaria nesses tempos tão difíceis?

― A situação não é das melhores, eu estou morrendo...

― Não diga isso. ― Interrompeu Dominic. ― Você tem muito que viver ainda, não desista assim.

― Não tente me animar, eu sei que minha hora chegou, e sei que falhei com você.

― Falhou? A senhora nunca falhou comigo, quando a senhora me reencontrou nas ruas, a senhora me deu amor, e até mesmo quando fui escolhido pelo Ser Supremo, a senhora nunca deixou de me dar conselhos ou de tentar me ajudar.

― O problema é que você nunca ouviu meus conselhos, mas já era tarde. Você já estava cheio de ódio e rancor por tudo que lhe aconteceu, pela morte de seus pais, pela sua vida sofrida na rua. Eu não devia ter desistido de te procurar depois de cinco anos de uma procura que quase me matou. O problema é que desisti e quando lhe reencontrei, ainda te deixei ser influenciado por esse tal Ser Supremo.

― O Ser Supremo só me ajudou, ele me deu as armas para me vingar dessa sociedade suja que não estende a mão ao próximo.

― Ele te cegou. ― Afirmou ela derramando lagrimas de tristeza. ― Ele não te deu armas para se vingar, ele te fez um símbolo, um símbolo de terror e de medo.

― Isso não importa mais, eu estou tendo a chance que sempre quis, mesmo que eu te ame eu não posso concordar com esse jeito de pensar tão inferior. Ele é meu mestre, e sem ele eu não estaria tão vivo quanto estou hoje. ― Afirmou ele se afastando de sua querida avó.

A Conquista da LiberdadeWhere stories live. Discover now