Who said we have to match? ||| Stony ☆

Capítulo 4

- Isso foi um sorriso, capitão? - ele sorriu ainda mais.

Não respondi. Meus lábios se contrairam.

- E então, onde você vai dormir... - Tony falou depois de um tempo. Ele virou-se e pareceu um pouco pensativo.

- Eu fico em qualquer lugar. - disse.

- Hum... Steve, quem sabe possa dormir na casinha do cachorro. - ele sorriu debochado - Pena que eu não tenho nenhum.

- Muito engraçado, Stark.

- Não tanto como você, Rogers. Enfim... bem, escolha um quarto. 

- Qualquer um?

- Qualquer um. Sabe que não sou nem um pouco egoísta.

- Claro que não. - disse, irônico.

Eu saí do quarto do Tony sem nem ter dito boa noite. Abri a porta de um quarto qualquer. Tranquei-a, só para confirmar que ninguém me atacasse a noite. Eu não sou capaz de confiar em alguém que faz muitas coisas erradas, principalmente quando se trata de Tony Stark.

Tirei minha camisa e deitei na cama. Recostei minha cabeça na almofada que tinha um cheiro forte e delicioso, um aroma adocicado que entrou pelas minhas narinas, me acalmando um pouco. Fechei meus olhos apenas para esperar a densidade do sono aparecer.

Porém, não consegui dormir de imediato.

Lembrei-me do que tinha acontecido hoje e como Tony apareceu e virou minha rotina do avesso. Esse poderia ter sido o pior dia da minha vida, podia sim, não sou mais o líder dos Novos Vingadores; estava num bar de madrugada com outro super-herói; fui beijado e fui feito de trouxa na frente de várias pessoas e, provavelmente, minha moto foto foi roubada e minha imagem como o capitão que todos adoram terá sido destruída.

Não, não... esse não é nem de longe o pior dia da minha vida... já passei por coisas muito piores do que isso.

Uma forte dor na minha cabeça surgiu de repente.

- Droga... Agora sim eu não vou conseguir dormir mesmo... - resmunguei enquanto me remexia na cama.

Depois de um tempo -um longo tempo- pensando bem no que havia acontecido, a dor de cabeça passou um pouco e finalmente eu consegui dormir.

***

Um alto som de vozes brigando me acordou no dia seguinte. A luz do sol já invadia o quarto pelas fretas da janela.

Eu não sabia o que estava acontecendo. A discussão vinha do corredor, deduzi, por causa do barulho alto. Sentei na cama e, atentamente, tentei distinguir de quem era as vozes, aguçando meus ouvidos.

- EU JÁ DISSE! EU JÁ NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ! - uma voz feminina gritava.

- O QUE EU FIZ? SE VOCÊ QUISER EU CONSTRUO AQUELA MALDITA INSTITUIÇÃO PARA AS CRIANÇAS QUE VOCÊ QUERIA. QUAL É O PROBLEMA, PEPPER?

- É ISSO, TONY! ESSE É O PROBLEMA!

As vozes ficavam cada vez mais altas.

- MAS O QUÊ?! QUE RAIOS...

- VOCÊ PENSA QUE TUDO É QUESTÃO DE DINHEIRO, TONY, VOCÊ ESQUECEU DO ESSENCIAL!

- ESSENCIAL?! NÓS JÁ TEMOS O ESSENCIAL! TEMOS CASAS, COMIDA DE SOBRA, DINHEIRO, FÃS, TEMOS...

- TONY... - a voz de Pepper falhara - você não... droga...

Ela parecia ter caído em lágrimas. Levantei da cama e fui em direção a porta que estava entreaberta.