Capítulo 23

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No outro dia...

RAFAEL:

Acordei e parecia que tinha uma escola de samba na minha cabeça. Ressaca da porra! Levantei e fui olhar na janela, o tempo estava nublado. Voltei pra cama e fiquei pensando no que aconteceu. Pisei na bola e acabei magoando as pessoas que eu amo. Tomei um banho, coloquei um short, uma camiseta e fui tomar café. Cheguei na cozinha, todos estavam sentados tomando café. Notaram minha presença e continuaram tomando café.

- Bom dia! – falei com uma voz meio rouca.

- Bom dia! – meu pai foi o único que respondeu, mas estava com uma cara séria. E eu sei por quê. João Miguel me viu e deu logo um sorrisão. Como eu amo esse garoto!

- E aí filhão? Está melhor? – comecei a falar com ele. Ele deu uns gritinhos e começou a falar "bu, bu,bu...". Esse moleque vai falar rápido. Olhei pra Tah e ela estava prestando atenção na xícara em sua frente. Arrisquei em falar com ela. – Talita podemos conversar? – perguntei.

- Agora não. Vou me ocupar! – ela disse ríspida

- Então quando desocupar me avisa. – ela apenas disse "ok" e saiu da mesa pegando o JM. Minha mãe e a Ju saíram logo atrás.

- Eu se fosse você não tentaria nada agora. – meu pai falou.

- Eu não consigo ficar brigado com ela pai. – eu falei. – Sei que errei feio ontem. E também sei que magoei a Talita e a minha mãe.

- Já que você tocou nesse assunto, vou te dizer o que eu acho. Você tem que botar na sua cabeça que você tem uma família agora. A Talita nunca te proibiu de jogar bola e ficar com esses teus amigos aí, mas você sempre vai além. Você age como se estivesse solteiro ainda. Ontem ela precisou muito de você, mas você estava curtindo.

- Eu não olhei o celular. – falei com uma voz triste.

- O que estou querendo dizer é que você depois do jogo poderia muito bem ter voltado pra casa, mas não, sempre tem que estender mais. Aí fica complicado Rafael. Você tem um filho e uma esposa, vocês só não estão casados oficialmente. Então você tem que pensar neles também. E outra coisa, você tem que pedir desculpas para sua mãe. Ela ficou muito chateada pelo o que você fez com ela. – meu pai tinha razão.

- Vou fazer isso pai! – falei pra ele e ele sorriu. Minha mãe chegou na cozinha

- João, nós vamos ao mercado. – ela avisou ao meu pai.

- Posso saber o que vocês vão fazer? – meu pai perguntou

- Vamos comprar material para fazer pudim. Minha norinha que vai fazer é a especialidade dela. - ela disse sorrindo. Minha mãe tem um carinho muito grande pela Tah. - E também vou aproveitar e comprar material para fazer bolo. Vamos fazer para o nosso lanche da tarde. Você pode ficar com o Miguel? – ela falou para o meu pai.

- Deixa que eu fico mãe. Eu não vou sair. – eu disse, já que ela nem me olhou. Ela saiu de lá e não me respondeu. Meu pai foi atrás dela e eu também fui. As mulheres já estavam arrumadas.

- Podem deixar que eu fico com o meu neto. Vem cá com o vovô, garotão! – meu pai chamou o JM que estava no colo da Tah. Ele não queria sair do colo da Talita.

- Vai com o vovô filho, mamãe não vai demorar. – ela passou nosso filho para o meu pai. João Miguel quis chorar, mas meu pai conseguiu distraí-lo mostrando os enfeites da árvore de natal. As três saíram e fui totalmente ignorado por elas.

- Me ignoraram legal! – eu disse.

- Vai passar filho! Agora segura teu filho que eu preciso revolver um problema da empresa e não vou demorar. – meu pai disse e pegou o telefone.

TALITA:

Eu, Ju e meus sogros estávamos tomando café. Miguel já tinha tomado mingau. Rafael chegou na cozinha, deu bom dia, mas só quem respondeu foi o senhor Licks. Ele pediu para falar comigo, mas eu disse que depois falaria com ele. Peguei o JM e fui para a sala, minha sogra e a Ju foram junto. Dona Márcia ficou muito triste, porque o Rafa aumentou o tom de voz pra ela. Decidimos ir ao mercado, mas o João Miguel ia ficar com eles, sabíamos que o Rafa não ia sair, mas pedimos somente para o seu João. Meu filho tentou chorar na hora de ir para o colo do avô, mas meu sogro deu um jeito de distraí-lo. Rafa ficou quieto, pois ninguém falou com ele. Fiquei com um pouquinho de pena dele, mas ele merece. Saímos para comprar o material do pudim e do bolo, vamos fazer para o nosso lanche da tarde.

Depois de uma hora voltamos e o Rafa estava dormindo no sofá com JM em cima dele. Nós três sorrimos juntas. Falamos com o senhor Licks que estava na varanda trabalhando, ele nos falou que tinha que resolver um problema da empresa. Fomos para a cozinha preparar o almoço. Algum tempo depois senti uma mãozinha passando pelas minhas costas, virei sorrindo e meu filho falou "mamã...", ele estava no colo do Rafa. Peguei o JM.

- Sentiu falta da mamãe? – falei o abraçando.

- Será que agora podemos conversar Talita? – sabia que ele estava querendo falar comigo – Não aguento ficar brigado com você, por favor! – ele implorou. Estava séria, mas ao mesmo tempo eu queria logo me resolver com ele.

- Tudo bem Rafa! – falei. – Ju, você pode ficar com o seu afilhado um instante? – perguntei.

- Lógico! Vem gostoso da dinda. – ela pegou o JM e saiu da cozinha.

Segui para o quarto do Rafa e ele veio atrás de mim.


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