Capítulo 57

227 13 2
                                    

Dois dias depois...

TALITA:

O almoço ontem, no sítio do meu tio foi maravilhoso. O churrasco do Rafa foi muito elogiado e a sobremesa que eu fiz também. Hoje é domingo e vou levar meus meninos para conhecerem minha madrinha. Kaio nos deixou na frente da casa e depois vinha nos buscar, pois ia buscar minha mãe e a vovó na igreja. Toquei a campainha e minha madrinha nos atendeu com muita alegria. Cumprimentou o Rafa e carregou meu filho.

- Minha filha, seu bebê é lindo. - ela disse - Mas ele se parece com o pai. - Rafa logo sorriu.

- Eu sei, madrinha. Todo mundo diz isso. Pelo menos, eu participei só com o cabelo...kkkk. - todos nós rimos

- Vamos para a cozinha. Fiz uma coisa que você ama demais. - ela disse e fomos a seguindo até a cozinha. Ela abriu a panela e meu olhos brilharam. Ela fez pamonha. ADOROOO.

- Desse jeito, vou voltar obesa para o Rio...kkkk. Passei a semana toda comendo. - eu disse.

- O Patrick vai adorar, amor. - Rafa disse sorrindo. Eu revirei os olhos.

Estávamos comendo pamonha e minha madrinha estava contando nossas histórias para o Rafa, ele adora ouvir pra depois me zoar. João Miguel adorou comer pamonha, mas não dei muito. Rafa estava dando na boca dele. A vibe estava muito boa. A campainha tocou e minha madrinha disse que deveria ser algum vizinho. Foi abrir a porta. Ela voltou à cozinha, mas estava pálida e não estava sorrindo.

- Aconteceu alguma coisa madrinha? - perguntei. Ela fez sinal de "não" - E por que essa cara?

- É que... Vou logo te dizer que não estava esperando essa visita, mas ela está lá na sala. - ela me disse. Quem será? Rafael estava só observando.

- Eu conheço pelo menos? - ela assentiu. Foi quando a tal visita chegou na cozinha e meu coração parece que parou de bater. Não acredito nisso. Ele estava aqui, meu pai estava aqui. Estava com a aparência diferente, aparentava estar mais velho. Apertei a perna do Rafa e acho que ele entendeu quem era, pois segurou minha mão. O clima ficou meio tenso. Até que o meu pai falou.

- Não sabia, que você estava com visitas. Bom dia! - ele disse.

- Bom dia. - Rafael respondeu. Eu estava calada.

- Tudo bem Talita? - meu pai perguntou. Apenas assenti. - Essa é sua família? - perguntou.

- Sim. Esse é Rafael, meu marido. E esse é o João Miguel, nosso filho. - disse.

- Olá, Rafael. - apertou as mãos do Rafa. - Oi, pequeno! Tudo bem? - falou com o JM e meu filho deu sorriso. - Que sorriso bonito! - depois fez-se silêncio. Minha madrinha chamou meu pai para a sala.

- Amor, está tudo bem? - Rafa me perguntou.

- Está sim, mas confesso que por essa eu não esperava. - eu disse.

- Nem eu. - ele me disse

Minha madrinha voltou e disse que meu pai queria conversar comigo. Olhei para o Rafa.

- O que eu faço, Rafa? - perguntei.

- Vá amor! Escute o que ele tem para lhe dizer. Eu e o Miguel vamos estar aqui te esperando. - ele me beijou. Me levantei e fui para a sala. Ele ficou me olhando e eu sentei no sofá.

- Obrigado por ter vindo. Só peço que me escute. - ele disse e parecia nervoso. - Nada do que eu diga, vai apagar o que fiz vocês passarem. Eu fui um canalha e fiz vocês sofrerem. Vou ser bem breve... Há alguns meses, descobri que estou com câncer. Não sei quanto tempo de vida me resta, mas eu preciso muito do perdão de vocês. Procurei sua mãe, mas não contei pra ela o que estava acontecendo comigo. Eu sei o quanto ela e a sua avó batalharam para dar uma boa criação à vocês. Fico feliz em ver o homem que o Kaio de tornou. E também estou feliz em ver a mulher que você de tornou. Sempre determinada e agora uma mãe de família. E que família linda você tem! Só peço que me perdoe por todo o mal que causei à você. - ele terminou de falar. Eu estava absorvendo todas as informações que ele me disse.

- Como eu sempre disse, não tenho ódio de você. Sempre quis ter um pai presente na minha vida, mas não foi possível. Tentei várias vezes aproximação, mas todas foram frustradas. Fui crescendo e amadurecendo. E como você viu, consegui formar uma família e aos poucos estou realizando meus sonhos profissionais. - falei - Não sabia como seria esse nosso encontro e temia um pouco por isso. Não tenho o que te perdoar. Já falei, não tenho raiva de você.

- Mas eu preciso que você diga que me perdoa, por favor! Eu preciso disso. - ele falou implorando e ficou de joelhos na minha frente. Ele estava chorando. Eu já estava com lágrimas nos olhos de vê-lo assim.

- Tudo bem, eu lhe perdoo. - falei.

- Posso te dar um abraço? - perguntou. Peguei suas mãos e fiz ele levantar. Nos abraçamos.

- Vamos lá na cozinha com o pessoal. - fui andando na frente. Cheguei na cozinha e o Rafa logo me olhou. Dei um sorriso pra ele sinalizando que estava tudo bem. JM me chamou.

- Mãe... - o carreguei e lhe beijei. Meu pai estava nos olhando. - Quer carregá-lo? - perguntei. Ele assentiu. JM foi para o colo dele e ficou o observando. Meu pai sorriu e o abraçou. Sentei ao lado do Rafa e ele me abraçou.

- Você está bem? - perguntou.

- Sim. Pensei que ia ser difícil, mas eu consegui. Depois te conto. - beijei seu rosto - Obrigada por estar comigo. - falei no ouvido dele.

- Sempre estarei com você. Te amo! - me deu um selinho.

Almoçamos todos juntos na casa da minha madrinha, ela ficou muito feliz, por estar tudo bem. Kaio chegou para nos buscar e meu pai já tinha ido embora. Os dois ainda não se encontraram. Fomos para casa e eu estava com uma sensação de alívio, toda a tensão foi embora.

O Amor Sempre VenceOnde histórias criam vida. Descubra agora