Não acreditei naquilo, era meu pai. Meu pai que estava morto, aquilo desafiava as leis do universo.
Estranhei o fato de ele está com roupas diferentes das que ele foi enterrado. Isso fazia algum sentido? Mas eu não ligava, ele estava ali e estava bem, e era isso o que importava. Automaticamente, eu o abracei e comecei a chorar. Jacques aparentemente entrou em choque, acho que o cérebro dele não soube digerir tudo aquilo, ele ficou só parado na porta, ainda estava sem piscar. Aquela expressão dele era estranha, mas eu não o culpo . Era impossível o que estava acontecendo.
Eu o abraçava, o beijava e chorava.
Então eu botei as minhas mãos no rosto dele e o fiquei olhando, Deus, eu pensava que nunca mais o veria de novo.
Então ele abriu a boca, ele estava pronto pra dizer alguma coisa. Eu estava pronta pra ouvir aquela voz doce e ao mesmo tempo grossa.
- Me desculpe pelo mal entendido, mas eu não sou seu pai.
Eu congelei.Não consegui entender. Eu estava louca? Estava tendo ilusões?
Eu não sabia o que dizer, então fiquei calada. Olhei pra Jacques e ele ainda estava com aquela expressão patética.
- Eu faço parte da sua família, moro em Los Angeles, acho que isso explica o fato de vocês nunca terem ouvido falar de mim. Meu nome é Dimitry Scoorw, mas acho que vocês ainda não entendem o por que de eu ser muito parecido com seu pai, aparentemente. Bom, na verdade nem eu sei, eu só sei que, talvez por eu ter o sangue da família de vocês, ops, nossa família. Espero que eu possa ter esse direito de dizer que é '' Nossa família ''. Disse ele.
Finalmente, tomei coragem pra falar alguma coisa.
- Mas você é o que pra mim, uma espécie de ''tio distante''?
Perguntei.
Ele hesitou, parecia que ele estava pensando no que dizer. Era uma pergunta simples, queria ouvir uma resposta simples.
Então, depois de um rápido silêncio...
- Sim, sou seu tio. Pode me chamar de ''tio distante'' se quiser.
Senti um vento frio, e notei que estávamos tendo essa estranha conversa na porta de casa durante a noite, olhei rapidamente pra trás do meu novo ''tio'' , e vi a lua beijando o mar.
- Vamos conversar sobre isso lá dentro.
Então eles entraram. Finalmente o meu mano se mexeu. Eu e Dimitry entramos, Jacques fechou a porta. Fazendo com que um último vento frio entrasse. E aquilo me trouxe mal pressentimento sobre o que is acontecer a partir dali.
♤Nos sentamos no sofá, servi refrigerante e quando estava prestes a fazer perguntas meu irmão tomou frente:
- E qual é o motivo de você estar em nossa casa há essa hora da noite?
Senti a ironia naquela frase, não fui a única que sentiu.
- Jacques!
Tentei repreendê - lo.
Dimitry disse com uma voz extremamente calma:
- Eu soube que seu pai morreu, então seria falta de educação eu não dar meus pêsames, a viagem foi longa e só consegui chegar agora. Sinto muito se incomodei.
- Não, não foi incômodo nenhum.
Disse eu.
- Fale por você.
Era impressionante como Jacques era frio e inconveniente ao mesmo tempo.
Por um momento fiquei observando o rosto de Dimitry, era a mesma genética do meu pai, era igual à meu falecido pai. A diferença é a que Dimitry era mais pálido, e tinha os olhos de uma cor muito linda, próximo de um dourado mel. Aquilo me deu vontade de chorar. Aquela palidez era parecida com a palidez fúnebre. Meu pai estava assim naquele caixão debaixo da terra.
Passamos o resto da noite falando sobre como era a vida de Dimitry em Los Angeles. Ele disse que era dono de uma empresa que de chamava Dimitry' s Company . Ele morava sozinho numa casa mansão. Tinha 3 carros e viajava quando não tinha que trabalhar. E quando fazia isso deixava seu melhor amigo que se chamado Jonas cuidar da empresa.
Depois eu convidei ele pra passar a noite na casa. Mostrei pra ele onde era o quarto de hóspedes, ele foi até o carro dele e pegou sua mala. Fiquei surpreso por ele ter trazido uma.
Quando ele foi dormir, fui conversar com meu irmão pra saber o por que daquele comportamento patético na frente do nosso novo ''tio''.
- Por que você se comportou daquele jeito?
Perguntei.
- Tá de brincadeira? Você não acha nenhum pouco estranho um cara pálido parecer no meio da noite com uma mala dizendo que é nosso tio, e por incrível que pareça ser a cara do nossa pai,que por sua vez está morto? E você ainda quer que eu diga ''Oi tio, que bom que chegou''. Ah fala sério!
Ele disse automaticamente.
Ele disse com raiva.
- Claro que eu acho, isso é muito estranho, mas você não pode jogar toda essa pressão em cima do nosso tio.
Eu disse.
- Não acredito que você já está chamando ele de ''tio''. Só porque ele parece com o nosso pai, você está se deixando levar pelas aparências. Ana, nossos pais morreram. Aceite isso.Eu ouvi aquelas palavras, e aceitei o fato de que ele estava certo. E pra variar, eu estava errada.
- Tudo bem, você tem razão.
Nos abraçamos. Ele pediu desculpas. Mas eu precisava ouvir aquilo.
Depois do abraço ele disse uma coisa que me deixou em claro:
- Alguma coisa me diz, que com a chegada desse cara nossas vidas não vão ser mais as mesmas.♢
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Ela Machuca As Pessoas
FantasíaAna Scoorw é uma garota simples que mora em Fox, Califórnia, em um vale pouco conhecido chamado Mystic.Ela tenta se adaptar a nova vida com seu irmão Jacques depois do terrível acidente com seus pais que os tornaram órfãos. Tente acordar no meio da...