Capítulo 4

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Tive alta do hospital por volta das vinte horas, o dia continuava chuvoso, as ruas estavam escuras e úmidas, parecia um verdadeiro cenário para um filme de terror. Nunca gostei muito desses filmes, não entendia como o monstro da história conseguia correr mais que todos apesar de também ser humano, e também não conseguia entender porque nas cenas da florestas a mocinha sempre acabava caindo e sendo alcançada.

As minhas mãos latejavam, elas pareciam um bordado mal feito, cheio de pontos mal dados, Um policial ofereceu-me carona, mas tive que recusar, precisava refletir um pouco sobre o que tinha acontecido, a estação de metrô sempre era um bom local para isso.
Cruzei meus braços em uma tentativa estúpida de me aquecer, estava agora descendo as escadas da estação, na medida em que fui descendo os degraus pude perceber que não havia mais ninguém lá, nenhuma alma viva, estranho pois as estações New York sempre eram bem movimentadas. Quando terminei de descer o último degrau, tocando em superfície plana, tive a sensação de que aquela não tinha sido uma das minhas melhores ideias, estava frio e não muito diferente do resto da cidade, e bem escuro.
Não me deparei com nenhum sinal de vida nem animal muito menos humano, onde é que estariam os ratos daquele lugar?
A estação estava em pleno silêncio, o único barulho que tinha era produzido pelo meu salto Prada quando tocava no chão, tentei andar mais devagar para diminuir os ecos que causara.
O que havia de errado comigo? O que tinha de errado em ir confortavelmente no banco de traz de um táxi, e enfrentar um pouco de trânsito na Times Square? Era melhor do quer ser assassinada por um serial killer que escolhia as suas vítimas em estações de metrô, cujas características eram: Magra, cabelos escuros e olhos acinzentados.

Sempre fui meio neurótica, imagine depois do que aconteceu na madrugada e início da manhã.Tinha que ser precavida e cuidadosa.

Apesar de não aparentar, eu ainda estava muito abalada com tudo o que tinha acontecido... Descobrir o assassino do seu irmão não é algo fácil, matá-lo é pior ainda. Sempre diziam que eu era uma pessoa forte, mas agora não tinha certeza se essa garota forte aguentaria mais alguma coisa.
Comecei a escutar barulhos atrás de mim, parecia que eu não estava mas sozinha. Era como um rosnado, não como de um animal, muito menos de um humano, então o que seria aquela coisa...?

Olhei mais uma vez para trás e pensei ter visto uma sombra passando rapidamente, de uma viga para outra. Fixei o meu olhar para frente, cair naquele momento não seria uma boa coisa, era inevitável,eu estava com medo e meu coração muito acelerado. As poucas luzes começaram a piscar freneticamente, enxergar virou missão impossível, nesse momento o meu medo tinha aumentado, andei ainda mais rápido na direção da outra porta para sair dali, eu estava decidida a pegar um táxi.
Agora não escutava mais rosnados e sim passos, olhei novamente e vi mais uma sombra preta se esquivando dentre as vigas, quando retomei meu olhar para frente pude ver mais uma, agora na minha frente, passando a alguns metros de distância.

Não tinha para onde correr, o que estava me perseguindo tinha acabado de me encurralar, a luz piscava cada vez mais, fiquei parada por alguns segundos para tentar descobrir o que iria fazer, mas nada veio a minha mente. Até que tudo ficou escuro, as luzes apagaram, eu estava imóvel como uma estátua,e algo agarrou-me pela cintura e me jogou na parede.

Tentei gritar mas era inútil, pois taparam minha boca com força. Tentei me debater para fugir, mas eu estava comprimida na parede, o mais estranho era que eu não estava mais com medo, aquele devia ter sido o momento em que eu enlouqueceria, mas não o meu medo tinha ido embora, apesar de não saber quem ou o que estava me segurando.

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⏰ Última atualização: Jan 03, 2016 ⏰

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