CAPÍTULO 1- A CIDADE
Eu tinha na época 18 anos e, sinceramente, nenhum jovem dessa idade deveria se envolver com a cidade de Westover Holl, no norte extremo do Canadá, como eu me envolvi.
Meu nome é Maggy, e fui parar naquele local com meus pais, Loren e Richard, mais meus irmãos, Scarlett, 15, e Mark, 19.
Nossos pais não eram do tipo "compreensivos", e por isso, não ficávamos mais de seis meses em um único lugar. Eram professores de História, e por isso viviam procurando novos lugares com novas histórias. Mas realmente era assombroso como em todo lugar conseguiam emprego fácil. Porém, nós três, irmãos inseparáveis, ficamos abismados com a cidade. Não no bom sentido, mas do pior dos piores.
O lugar estava literalmente abandonado, completamente. Casas quase todas deterioradas, quase nenhum morador na rua, o silêncio então, me ensurdecia e me fazia pirar! Iriamos morar em um dos prédios locais, que estava muito bem preservado para aquela cidade.
Eu não me contive e do jeito mais grosseiro que pude, perguntei: " Porque vocês quiseram terminar de afundar, pra variar, nossas vidas nesse fim de mundo?!"
A única resposta que obtive foi o mais completo silencio de ignorância e arrogância. Mark, pra ajudar mais ainda começou a rir, gargalhar dentro do carro, tão alto, que meu pai quase o tacou para fora. Mas eu percebi que sua risada não era para tirar comigo, e sim, que sua risada era o mais puro gesto de concordância. Então calou-se, assim como eu.
Vi então uma única esperança quando percebi uma pequena família saindo rapidamente do prédio para onde íamos. Não fui a única. Scarlett berrou : "Vizinhos!!".
Mas logo notamos que nossos gestos de alegria foram em vão, quando meu pai parou subitamente o carro e nossos prováveis vizinhos saíram disparados para o lado contrário, a saída da cidade.
Porém deu tempo de um adolescente, que aparentava ter minha idade, sussurrar em meu ouvido algo que passei horas tentando decifrar: "Vá. Suma daqui, antes que seja tarde". Me embananei um pouco, tentei correr atrás dele, mas foi mais um ato em vão.
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Apartamento 301
Horror"O medo todos conheçem. Quem nunca sentiu aquele frio percorrendo a espinha? Quem nunca sentiu os cabelinhos da nuca se eriçarem devido à aquele sensação de insegurança? Quem nunca sentiu o batimento cardíaco acelerar subitamente? Mas o pânico é dif...