3: Os acontecimentos começam

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TERCEIRO CAPÍTULO: OS ACONTECIMENTOS COMEÇAM

Na manhã que se seguiu, Scar foi a primeira a acordar. Ela veio me acordar aos berros:

- M-A-G-G-Y!!Você tem que ver!Eu não tô "belivando"! - A propósito, essa é uma expressão que, na minha opinião, é completamente idiota. Belivando vem do verbo inglês "believe", que significa acreditar. Mas essa expressão não existe. Foi invenção dela.

-Aff, que é? - Respondo.

Ela me levou até a sala e olhou para o teto, assim eu olhei também: O teto estava com uma cara horrível de infiltração, mas como era possível?

Parecia que aquilo estava lá ha anos, mas no dia anterior não estava!

-Estou louca! - Proclamei.

-Nós estamos, você quis dizer - falou ela também.

-Vou chamar o Mark - Eu disse.

-Ok

Fui então correndo para o quarto dele, e comecei a gritar no seu ouvido. Foi com uma tentativa de chute que ele me respondeu.

Fui logo o puxando, e ele caiu da cama, o que foi de fato meio engraçado. Ele saiu gritando no meu ouvido, mas a única coisa que respondi foi "Shiuuu..."

Então fui andando em direção a sala, de modo como fez Scar para eu a seguir.

Ao chegar lá, olhei para o teto, assim como Scar fez comigo, e meu irmão também desviou seu olhar para cima. Ele falou:

-Estou louco.

Cochichei para minha irmã:

-Deve ser genético

Então rimos.

Scar foi chamar meus pais, e o mesmo se repetiu. Papai falou que iria no andar de cima verificar. Eu e Mark fomos com ele.

No andar de cima, havia uma cobertura, com uma piscina, em cima de nosso apartamento, exatamente no local onde estava a infiltração. Porém, nela não havia água, apenas musgo, o que demonstrava que há muito tempo uma gota ď agua sequer não caia lá.

Foi muito estranho, eu fiquei com mais receio ainda daquela cidade. De volta a nossa nova casa, contei o fato a minha mãe e minha irmã.

Scar ficou com medo, e minha mãe, mais preocupada ainda. Meu pai tentava criar explicações para o fato, porém nenhuma convencia-nos. Bem, fazer o que?

Fomos dormir.

No dia que se seguiu, um fato ainda mais estranho ocorreu: A infiltração sumiu, do mesmo jeito mágico que apareceu! Foi mais assustador ainda: Será que tudo não passava de piração da nossa cabeça? Não, não era possível. Todos nós estaríamos com a sanidade mental deteriorada? Improvável, a não ser que aquele lugar estava a mexer com nossa cabeça. Outra hipótese improvável, pois todos os outros membros de minha família, (diziam ao menos) que tinham total auto-controle e sentiam-se normais. Estavam normais, os mesmos de sempre!

Bem, o jeito foi tentar ignorar tudo, e considerar apenas um sonho coletivo, já que nada de mais havia acontecido (ainda...).

Precisávamos de suprimentos, alimento, COMIDA. Estávamos famintos, afinal aquela agora era nossa casa, onde iriamos comer, dormir, conversar, enfim, viver. Pelo menos pelos próximos 6 meses.

Fiquei espantada também com o fato de o lugar ter energia elétrica, afinal, que tipo de lugar abandonado recebe energia?

Bem, enfim, meus pais pegaram o carro e foram para a cidade mais próxima, Mallyson Hill, um lugar caipira e calmo, porém com gente andando nas ruas, e mercados! Ainda estava indignada.

Sempre respeitei que meus pais precisavam trabalhar, por isso nem chiava tanto pelo pouco caso com nossas vidas, principalmente na adolescência, onde tudo é mais complicado. Mas agora, essa de ir morar em um local abandonado foi demais! Nessa fase difícil, que eles resolvem fazer isso...Logo agora que é a fase de fazer e manter as amizades, de desenvolver suas virtudes...

Bem fazer o que? Nossos pais foram enfim, e custaram a voltar. Era por volta de 9:00 da manhã quando foram, e agora já era quase 9 da noite e ainda não haviam voltado.

Ninguém passa 12 horas em um supermercado. Em geral, eles fecham as 10 horas, então, resolvemos que esperaríamos mais um pouco, depois tentaríamos encontrá-los, não importa de que maneira.

Ficamos no sofá, eu fiquei ouvindo música, Scar lendo, e Mark jogando seu videogame portátil. A única comida que tínhamos foi a que trouxemos na viajem. E não era muita. Passaram-se por volta de 1 hora, e percebi que cochilei.

Ao despertar, vi que Scar também tinha dormido, e Mark já estava embalando.

Então olhei no meu celular e vi que já eram 10:10 da noite. Acordei meus irmãos e falei que tínhamos que sair em busca de nossos pais.

Saímos do prédio e fomos andando com apenas uma mísera lanterninha, já que os postes também já não prestavam mais. Nossa ideia era buscar ao mínimo sinal de celular para falar com a polícia.

Caminhamos por um bom tempo, e realmente já havíamos saido da cidade.

Então conseguimos uma mixaria de sinal, mas achamos que já era o bastante. Ligamos para a polícia, na qual foi Mark quem falou:

-Polícia Rodoviária, o que deseja?

-Olá, meus pais foram à um supermercado na cidade de Mallyson Hill, à cerca de 12 horas, e até agora não voltaram. Deixaram bem claro que voltariam até as cinco horas da tarde.

-Bem, qual seu nome?

-Markson Sleder.

-Idade?

-Dezenove.

-Dezenove?! Escute bem moleque, se isso for um trote...

-Não! Por favor, não é trote!

-Bom mesmo. Localização atual?

-Cidade de Westover Holl

-Westover Holl?! Escute bem moleque, trote é crime! Agora vá para casa, e não ligue mais, ou vou te prender!

-Mas eu sou de maior! Desligou...

-E agora, o que faremos?!-Disse Scar.

-Tenho uma ideia, mas já vou avisar antes que eu não sou louca. - Eu disse. -Vamos pegar nossas bikes em casa, e ir até a tal cidade de Mallyson.

-Olha, se você não for louca, eu não sei o que é então. Já é tarde da noite, e podem nos assaltar, ou sei lá mais o que .Alem do mais, e se alguem se ferir? -Disse Mark

-Bom, ok, então qual sua ideia genial? -Rebati.

Apartamento 301Onde histórias criam vida. Descubra agora