"Palavras são insuficientes. Às vezes não dizem tudo."
- The Walking Dead
Lá estava ela, batendo na porta de Anne que, naquela hora, devia estar em seu banho de espuma com um copo de whisky na mão e na outra um cigarro. Sim, Anne só parecia uma moça comportada, sem vício algum, mas todos os domingos ela fazia esse "ritual", e olha que ela é medica e sabe que fumar faz muito mal à saúde. Ela não ia atender se Izzy tirasse o dedo da campainha, portanto, a mulher resolveu não tirar.
Faltava pouco para Izzy morrer de frio quando Anne abriu a porta vestida, o que era surpreendente e aconchegou Eliza em seus braços, que aceitou o carinho com o melhor de seu humor, um consolo naquele dia ia bem. Sem John as coisas voltavam à cabeça dela e, isso, fazia a dor que tanto odiava voltar.
Entraram na casa e Izzy tacou-se, literalmente, no sofá da sala e ficou lá até Anne aproximar-se, parecia preocupada com algo.
- Deita aqui Izzy, vem, vou fazer cafuné – Pediu Anne e a mulher obedeceu.
Anne mexia nos cabelos de Izzy que, acabou adormecendo depois de uns cinco minutos ali no colo de Anne, que não se cansava de falar que aquela dor ia passar e que iria ficar tudo bem. Izzy sabia que Anne via que aquilo não funcionava e nunca iria funcionar.
Foi acordada por Anne depois de um cochilo de, mais ou menos, cinco minutos.
- Izzy acorda, não vou te deixar sozinha aqui – disse, tentando fazer Izzy abrir os olhos. - O meu namorado me ligou falando que a filha de um amigo dele está passando mal, e ele pediu para que eu fosse lá ver o que posso fazer pela filha do cara.
Anne era pediatra e Izzy quase foi pediatra também, ou seja, ela poderia ajudar.
- Posso ir com você?
- Claro! - Anne respondeu, não queria deixar sua amiga sozinha, não naquele dia.
Entraram no carro de Izzy, pois Anne estava atrasada e não sabia onde tinha colocado a chave do seu carro. Dessa vez Eliza dirigiu com pressa, dizia que qualquer coisa podia esperar menos uma criança.
Quando John chegou ao seu humilde apartamento viu que sua filha estava sentada no colo do seu amigo, abraçada com o mesmo, que estava fazendo carinho na cabeça dela, a cena estava até bonita se não fosse pela sua filha chorando copiosamente. Aproximou-se, agachou-se do lado do sofá em que os dois estavam e começou a fazer carinho nos cabelos da pequena garotinha. Assim que Kate percebeu a presença do homem que conhecia como seu pai, virou a cabeça na direção dele e levantou os pequenos braços para ser pega, que estava com o coração na mão só de ver sua pequena chorando.
Ele a pegou no colo e sentou-se no sofá, falando que tudo iria ficar bem, que aquela dor que ela sentia ia passar logo. Enquanto isso as duas mulheres bateram na porta do apartamento indicado pelo namorado de Anne.
- Você chamou alguém? - John perguntou a Lucas, que assentiu com a cabeça e foi abrir a porta.
- Garotas! Não sabia que você viria Izzy - Lucas cumprimentou e Eliza deu um meio sorriso, envergonhada.
O homem abraçou Izzy e deu um selinho em Anne, que logo após entrou no apartamento com a amiga em sua cola. Eliza teve uma grande surpresa ao reconhecer John, que estava sentado no sofá com uma garotinha muito linda no colo e, bom, ele deve ter tido a mesma reação pela cara que fez.
- Izzy? – perguntou meio alheio a situação em que se encontrava, não tinha percebido a presença da namorada de Lucas.
- John? - ela perguntou com a mesma expressão dele, só que estava pedindo uma resposta aos céus para tudo que estava acontecendo.
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Conceito do Amor
ChickLitUma médica que já sofreu muito e um o barman que tem um passado e uma "filha". Tornam-se amigos das dores - já se conheceram em um dia de grande perda -, mas, em algum momento, se encontram por causa da medicina. Será que há uma luz no fim do túnel...