"Sempre achamos que haverá mais tempo. E aí, ele acaba."
- The Walking Dead
Fazia uma semana que tinha visto John pela última vez, já começava a acreditar que nunca mais se encontrariam de novo. Um raio não cai quatro vezes no mesmo lugar, certo? É, mas ditados ou as coisas que eram normais ao ver da humanidade não acontecem com ela, talvez, por ela ser diferente do lado de nem ela mesma sabia.
Era mais um dia normal: choros, tristezas, ambiente pesado e tudo mais que um hospital relativamente normal contém. Em alguns raros dias aquilo ficava minimamente animado, e em outros, não tão raros assim, ficava cheio de tristeza das pessoas que perdiam seus entes queridos ou esperavam notícias desses parentes.
A agonia das mães era perceptível a cada passo que alguém dava naquele hospital, todo branco e sem vida. Às vezes, para quem olha de fora daquele mundo, trabalhar em um hospital pode ser terrivelmente tedioso, mas, na maioria das vezes, para as pessoas que realmente trabalham lá, pode ser totalmente estressante e que acaba não deixando as pessoas pensarem nas próprias vidas. O que para Izzy era um paraíso escondido na Terra, um paraíso bom e, de certa forma, animador.
Não pensar na vida solitária que levava era uma dádiva. Escolheu medicina não só por amar aquela profissão, mas também pela distração que gerava. A distração era muito importante na vida de Izzy, que tinha um grande rancor da vida.
Hoje era mais um dia estressante e que não deixava os médicos, enfermeiros e etc pensarem nas próprias vidas, o que, consequentemente, era mais do que bom para Izzy. Ela estava se sentindo estranha indo para sala da amiga, que não a chamava lá há algumas semanas e agora chamou-a por um motivo desconhecido.
Andava pelos corredores brancos e pelas pessoas que esbanjavam alegria ou triteza. Para ela a alegria era uma consequência de um sorriso no rosto de uma criança que descobriu que o terrível câncer tinha sido curado e não algo fútil, por isso, amava a alegria das pessoas que tinham alguém importante a salvo das garras da temida morte.
Tinha chego na porta da sala de Anne, onde lia-se "Anne Helth" e logo abaixo " Pediatra", bateu na porta e, em seguida, Anne abriu, mostrando seu sorriso de alívio e agradecimento para a amiga, que não entendeu absolutamente nada e entrou na sala.
- Tia Izzy! - Kate gritou do colo do pai, que quase ficou surdo.
- Pequena! - Izzy exclamou com a mesma animação de Kate, que, com muito esforço, conseguiu se desvencilhar do pai e ir para os braços abertos da mulher.
- Saudade.
- Muitas! - confessou rodopiando Kate, que ria loucamente.
Ela realmente sentiu falta da garotinha, era a coisa mais linda ver Kate alegre, saltitante e rindo daquele jeitinho. Não conseguia lembrar da garotinha triste que Izzy havia visto há uma semana.
- Oi – John cumprimentou.
- Olá - Eliza respondeu.
Pareciam estar em transe, tinham criado um mundo só deles, um mundo cheio de olhares, que mais pareciam frases cheias de sentimentos reprimidos. Anne percebeu, enquanto Kate olhava de um para o outro com uma carinha pensativa, se aquilo fosse um desenho animado teria até o sinal de interrogação em cima da cabeça da menina. A pediatra estava abrindo a boca para interromper o contato visual do "casal" quando Kate fez o trabalho por ela:
- Papai? Tia Izzy?
John parou de olhar a mulher, voltou seus olhos para sua filha e respondeu:
- Sim, querida.
- O que foi, pequena? - Izzy perguntou, logo depois de John.
- Você e você estranhos - Kate respondeu fazendo careta, o que provocou uma série de risos nos adultos a sua volta, fazendo-a continuar sem entender a situação.
Todos estavam acalmando-se quando Eliza perguntou a Anne:
- O que você queria comigo?
- Kate não me deixou a analisar, queria que fosse você de qualquer jeito - respondeu contrariada, odiava quando a garotinha fazia isso.
Izzy pegou os instrumentos adequados e começou a analisar a menina, que balançava as pernas para lá e para cá como se não estivesse acontecendo nada ao seu redor, e estava acontecendo muita coisa ao seu redor. A médica já tinha acabado e estava conversando com Anne, que estava sorrindo, ela tinha um carinho enorme pela garotinha.
- Tô com sono – Kate informou do colo do pai, que estava fazendo carinho na cabeça dela.
- Kate, eu preciso ir - Eliza avisou, e a pequena fechou a cara.
- Papai, não deixa a tia Izzy ir - falou para o pai fazendo bico.
- Ela precisa ir – respondeu firme à garotinha.
- Mas prometo que vou visitar você em breve - Eliza disse, não aguentou olhar para aquele bico fofinho e não fazer nada.
- Vai no churrasco? - Kate perguntou sorrindo.
- Vai ser sábado, se você quiser - John deu de ombros.
- Pode ser.
E assim Izzy foi embora, deixando uma menininha agitada no colo do pai, John pensativo e Anne pensando em coisas pervertidas em relação aos dois que, para ela, já eram um "casal" quase perfeito. A pediatra estava maquinando em sua mente uma forma de aproximar John e Izzy e, boom, casal do ano, mês e eternidade, definitivamente precisava falar com Lucas.
O barman estava avoado, pensava em que condições tinha chegado e, bom, ele só pensava. Izzy estava andando pelo corredor nas mesmas condições, até que deu de cara com o diretor do hospital.
- Desculpa! - pediu.
- Foi nada, você é a Eliza Northe? - o diretor perguntou, estava interessado demais.
- Sim, algum problema? – respondeu, já estava um pouco apreensiva.
- Nenhum. Só gostaria que você me acompanhasse até o meu consultório - ele disse, por fim.
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É uma história que eu comecei há mais de dois anos, mais ou menos. Estou tentando reescrever, mas ela só estará realmente revisada no futuro, portanto há erros.
Até mais
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Conceito do Amor
ChickLitUma médica que já sofreu muito e um o barman que tem um passado e uma "filha". Tornam-se amigos das dores - já se conheceram em um dia de grande perda -, mas, em algum momento, se encontram por causa da medicina. Será que há uma luz no fim do túnel...