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Acredita-se que o Jesus histórico é uma figura real que deve ser entendido no contexto de sua própria vida, na província romana da Judeia do primeiro
século, e não o Cristo da doutrina cristã de séculos mais tarde.
A pesquisa histórica reconstrói Jesus em relação aos seus contemporâneos do primeiro século, enquanto as interpretações teológicas relacionam Jesus com aqueles que se reúnem em seu nome.
Assim, o historiador interpretaria o passado enquanto o teólogo interpretaria a tradição cristã.
No entanto, quando se considera o estado fragmentários das fontes e a natureza muitas vezes indiretas dos argumentos
utilizados, esse Jesus histórico será sempre um constructor científico, uma abstração teórica que não coincide, nem pode coincidir, com o Jesus de
Nazaré que supostamente viveu e trabalhou na Palestina no primeiro século de nossa era.
Os historiadores e estudiosos da Bíblia analisam os Evangelhos canônicos, o Talmud, o Evangelho segundo os hebreus, os Evangelhos Gnósticos, os
escritos de Flávio Josefo, os Manuscritos do Mar Morto, entre outros documentos antigos a fim de encontrar o Jesus histórico. Uma série de métodos foram desenvolvidos para analisar criticamente essas fontes:

Fontes mais antigas: muitos historiadores preferem as fontes mais antigas sobre Jesus desconsiderando, como regra geral, as fontes que foram escritas mais de um século após sua morte.
Critério do constrangimento: enfoca atos ou palavras de Jesus que poderiam ter constrangido ou criado dificuldades para a igreja primitiva ou para o autor do evangelho. Por exemplo, se a crucificação foi motivo de embaraço para os primeiros cristãos, seria bastante improvável que os evangelhos afirmassem que Jesus havia sido crucificado, a menos que ele realmente foi crucificado.
Atestação Múltipla: quando duas ou mais fontes independentes contam histórias semelhantes ou consistente. Esse critério faz bastante uso dos caso de relatos orais anteriores as fontes escritas. A atestação múltipla não é o mesmo que a atestação independente.
Se um relatou utilizou outro relato como fonte, então essa história estará presente em todos os relatos, mas com apenas uma fonte independente. O ponto de vista dominante é que o relato de Marcos foi usado como fonte de Mateus e Lucas.
Contexto histórico: a fonte é mais credível se relato fizer sentido dentro do contexto e da cultura em que o fato possivelmente aconteceu. Por exemplo, alguns ditos da língua copta do Evangelho de Tomé fazem sentido em dentro de um contexto gnóstico do século II, mas não no contexto do primeiro século cristãos, uma vez que o gnosticismo apareceu no segundo século.
Análise linguística: há algumas conclusões que podem ser extraídas da análise linguística dos Evangelhos. Por exemplo, se um diálogo só faz sentido em grego, é possível que ele foi redigido e que o texto é de certa forma diferente do original aramaico. Alguns consideram, por exemplo, o diálogo entre Jesus e Nicodemos no capítulo 3
de João como algo que só faz sentido em grego, mas não em aramaico. De acordo com Bart Ehrman, este critério é incluído na análise de credibilidade
contextual, porque ele acredita que Jesus e Nicodemos estavam falando em aramaico.
Objetivo do autor: este critério é o outro lado do critério de
dissimilaridade. Quando o material
apresentado serve aos propósitos do autor ou do editor, ele é suspeito.
Várias seções nas narrativas do Evangelho, como o Massacre dos
Inocentes por exemplo, retratam a vida de Jesus como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento. Na visão de alguns estudiosos, isso pode
apenas refletir o objetivos literário do autor, e não acontecimentos históricos.

A pesquisa contemporânea do Jesus histórico geralmente levam o critério histórico de plausibilidade como sua base, em vez de o critério de dissimilaridade. As narrativas, portanto, que se encaixam no contexto judaico e dão sentido a ascensão do cristianismo podem ser históricas.

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